A indústria de cinema telugu é aquela instalada no estado de Andhra Pradesh, cuja capital é a próspera cidade de Hyderabad. Este estado é mais um dos quatro no sul da Índia. Até agora já falamos sobre as indústrias regionais kannada, de Karnataka, e malayalam, do Kerala e, para completar a série das indústrias regionais do sul da Índia, ainda estará faltando falar sobre o cinema tamil, do estado de Tamil Nadu, cuja capital é Chennai, antiga Madras.
Com origem incerta, o nome da indústria de cinema telugu – Tollywood – provavelmente deriva de Hollywood, como sempre, unido com o nome da língua daquele estado, “telugu”. O fato é que, embora em segundo plano, Tollywood compete com Bollywood em número de filmes produzidos por ano e deve ter a segunda maior audiência do país. Tanto isso é um fato concreto, que o cinema de Andhra Pradesh não conta com patrocínios somente das indústrias de seu estado, mas também dos estados vizinhos, como o Karnataka. Não só bastasse isso, no estado sulino do Kerala, abordado em nossa última postagem, a maior parte do público de cinema está indo atrás das produções telugu, em detrimento dos filmes malayalam do próprio estado, indício claro da decadência citada na indústria de cinema malayalam.
Tollywood não apenas produz muitos filmes, mas também consegue atingir um certo grau de qualidade nas suas películas. Prova disso é também o fato de que muito de suas produções são posteriormente refilmadas em Bollywood ou em Kollywood, no estado vizinho de Tamil Nadu, outra grande indústria regional.
Mas o cinema de Andhra Pradesh ainda não se contenta só com isso e resolveu quebrar alguns recordes – não só indianos, mas também mundiais. Existem ali mais salas de cinemas que qualquer outro estado indiano, somando cerca de 2700 salas, sendo ao menos 150 na capital, Hyderabad. E Andhra Pradesh não é o maior estado do país, ficando ainda atrás do Maharashtra, Madhya Pradesh e Rajastão; é ainda o quinto em população e o terceiro mais rico da Índia. No Guinnes Book, o cinema telugu pontua recordes como tendo o diretor e a diretora que mais fizeram filmes no mundo, o maior número de filmes produzidos por só uma pessoa, o maior número de atuações em filmes para um ator e, ainda, um dos mais importantes, Tollywood sedia o maior estúdio de cinema do mundo – a Ramoji Film City, criado em 1996, numa área de quase 8Km². A foto acima é a entrada dos estúdios.
Bom, mas vamos à história. O cinema telugu começou cedo, em 1921, com o filme mudo Bhisma Pratighna, dirigido pela dupla de pai e filho Raghupati Venkaiah e R.S. Prakash. Ambos ainda produziram mais vários filmes mudos nessa década, focando sobretudo temas religiosos e morais. Com a chegada do cinema falado na Índia, Andhra Pradesh lançou seu Bhakta Prahlad em 1931, mas foi Lavakusa, em 1934, o primeiro grande sucesso. Dirigido por C. Pullaiah, este filme trouxe o público jovem para as salas de cinema telugu, mostrando na película um dos temas de maior sucesso até hoje na Índia: o Ramayana.
Em 1936, finalmente, o filme Prema Vijayam, de Krithiventi Nageswara Rao, inaugurou em Andhra Pradesh o que hoje é o tema de maior sucesso nos cinemas de qualquer região da Índia: dois jovens que se apaixonam e querem se casar, em detrimento do que as famílias desejam numa sociedade de casamentos arranjados. O rompimento dos temas mitológicos fez surgir nos anos subsequentes uma série de sucessos que tratavam não só de temas puramente amorosos, mas também de temas sociais Vandemataram e Malli Pelli, ambos de 1939, tocavam nas questões dos intocáveis e do dote que deve ser pago pela família da noive, até hoje não rompidas na Índia.
Na década seguinte, porém, a produção telugu caiu drasticamente, provavelmente por causa da Segunda Guerra Mundial, que acabou contando com a participação da Índia, ainda colônia britânica. Após a independência do país e reestruturação econômica, Andhra Pradesh, vagarosamente, voltou a produzir filmes.
Nos anos recentes, o cinema telugu desenvolveu-se de maneira acelerada no sentido de produzir mais e melhores filmes, somando cada vez mais prêmiações, não só dentro da Índia, mas também em festivais fora do país. Em 1979, Sankarabharanam, de K. Vishwanath, foi o primeiro filme telugu a ganhar o prêmio de melhor filme no National Film Awards. No ano seguinte, o filme Saptapadhi, de novo de K. Vishwanath, também ganhou o prêmio de melhor filme, no National Film Awards, tratando de temas sociais complexos. Em seguida veio Rudraveena, de K. Balachander, que ganhou o prêmio de melhor filme no National Film Awards, como também o de melhor direção de música e melhor playback para o ator Balasubramanyam. Em 2006 foi a vez de Hope, de Satish Saketty.
Mas não é só de Tollywood que vive o cinema telugu. Existem alguns consideráveis diretores independentes, produzindo desde filmes de temas sociais – que na verdade já vinham sendo tratados desde o princípio das produções regionais de Andhra Pradesh -, como também temas simples, como a luta de uma menina para aprender a dançar, em Vanaja (2006). Destacam-se B. Narsing Rao (Rangula Kala e Daasi) e Singitham Sreenivasa Rao (Samskara, Taram Marindi, Mayuri e Pushpak Vimanam).
Um comentário:
eu to adorando essa coisa de bollywood, dolyywodd, tollywood, ibirywood, ligywood, adorywood
hahaha
sensacional!
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