segunda-feira, 28 de março de 2011

Raajneeti (2010) na quinta edição do CINEÍNDIA

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Seguindo com o nosso Ciclo de Discussão para 2011, já estamos na terceira edição do CINEÍNDIA no ano, quinta desde que começamos, e desta vez vamos jogar as emoções “lá em cima”.

O filme escolhido é Raajneeti, do diretor Prakash Jha. Controverso, instigante e revelador. Trata de um tema muito delicado pra qualquer nação do mundo: a política.

O diretor foi acusado de ter feito diversas referências a acontecimento reais na Índia, tais como: As concessões que uma mulher deve fazer para ascender ao poder indiano, o forte preconceito a mulçumanos, violência, sabotagem e etc. Obviamente, Prakash negou tudo e editou o filme para que pudesse passar pelo órgão censor indiano e, mesmo assim, não removeu a carga que este possui.

As intenções do diretor são muito claras durante toda a história. Tanto que assumiu o cargo de produtor da obra, também chamou um elenco estelar para atuar e foi duro em suas críticas.

Infinitamente mais que em “Tropa de Elite”, Raajneeti levantou muita poeira com seu lançamento.

Agora teremos mais uma oportunidade de confirmar que política é igual em qualquer lugar do mundo, seja aqui no Brasil ou nos confins indianos.


Cineclube CINEÍNDIA – “RAAJNEETI”
03 de Abril de 2011, às 18h00.
Local: CECISP – Centro Cineclubista de São Paulo
Rua Augusta, 1239, sala 13
Próximo ao Metrô Consolação 
*Grátis*

Para mais informações: 11-9804-4835 (Ibirá) ou 11-9562-5273 (Heber)


Sinopse:

Pertencente à proeminete família de políticos cruéis (Família Uttar-Pradesh), Samar Pratap está prestes a voltar pros braços de sua namorada americana, Sarah, nos EUA; porém o inesperado acontece e seu pai, Chandra, é assassinado. Ele, por sua vez, decidi ficar na Índia e vingar a morte do pai. Pra isso, é obrigado a com a aspirante-política, Indu Sakseria. 

Seu irmão, Prithviraj, assume o controle do partido indiano que seu pai chefiava antes de morrer. Os irmãos, agora, ganham inimigos poderosíssimos, inclusive seu tio, Brij Gopal. De um lado os dois irmãos querendo vingança e do outro o tio influente e conseguindo cada vez mais a aliança dos povos das castas inferiores. 

Raajneeti surpreende a cada minuto e não deixa os arrepios cessarem em nenhum momento. Fortes cenas dramáticas, explosões, perseguições, atuações excelentes, o filme não fica para trás de nenhum filme de ação já produzido pelo mundo, muito menos pra Hollywood.

Sobre o diretor:

Prakash Jha é diretor, roteirista e produtor. É conhecido por sempre acordar temas sócio-políticos em suas obra. Com isso, durante sua extensa carreira de cineasta, já criou muita controvérsia na Índia. Talvez venha daí seu sucesso. Mas seria injusto tirar seus méritos como ótimo em tudo que faz, em qualquer cargo que assuma numa produção. Seu currículo é de causar inveja: 25 documentários, 9 longas pra cinema, 2 pra TV e 3 séries de TV.

E não é de se surpreender que ele já concorreu duas vezes às eleições em seu país, infelizmente, perdendo as duas vezes.


Organização: Ibirá Machado e Heber Souza, em parceria com o Centro
Cineclubista (CECISP).

O CinemaIndiano.com e o CINEÍNDIA são parceiros do CECISP e do Cinefusão.
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domingo, 20 de março de 2011

Holi nos comerciais indianos

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Hoje é Holi e eu não posso deixar de fazer minha postagem especial sobre o dia. Aliás, nunca é demais falar sobre o Festival das Cores, essa é a verdade. E o legal é que o carnaval acaba aqui e logo em seguida começa lá, essa é outra verdade. Ou alguém duvida que ambos têm a mesma origem?

Então hoje, ao invés de falar de clipes de holi em filmes, que pululam e são sempre muito bem vindos e a gente adora, resolvi desfazer o débito em relação às postagens sobre os comerciais indianos. Tadinhos, fazia meses que não apareciam por aqui!

Bom, e já que é assim, hoje já trago, de uma vez, três diferentes comerciais indianos com o Holi como temática. Nenhum deles é excepcional, diferentemente de alguns comerciais incríveis que já trouxe aqui pra vocês, mas gostei mais particularmente do terceiro. E curiosamente foi o único que não consegui descobri quem dirigiu e concebeu.

O primeiro foi lançado na ocasião do holi do ano passado, estrelando a querida Genelia D'Souza. Pra promover a Fanta, a Ogilvy & Mather criou uma historinha bem simples, baseada nos anos 50/60. Garotots se aproximam das garotas, ameaçando jogar cores nelas. Elas, por sua vez, oferecem garrafas de Fanta em troca de eles não jogarem os pós coloridos. Mas como as garrafas haviam sido chacoalhadas, voa Fanta sobre eles. E começa a brincadeira. 

A direção do comercial é de Rajat Nagpar, da Sharp Shooter Films, contratada pela Ogilvy India. Confira:


O segundo comercial traz outra atriz do cinema indiano como protagonista, dessa vez Anushka Sharma, que, no meio das celebrações do holi, ela vem apresentar o alívio às mulheres preocupadas em não sujar seus cabelos: o shampoo Parachute. A concepção é da Classic Film, com direção de Minto Singh. Confira:


E finalmente, esse último que gosto mais é dos biscoitos Britannia. A história não tem nada a ver diretamente com as bolachas; a temática do holi foi usada apenas pela ocasião (no caso, o holi de 2009), como forma de promover a marca. Mesmo não tendo descoberto de quem é a idealização do comercial, ele vale ser apresentado porque é bastante simpático:

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domingo, 13 de março de 2011

Bollywood pra Iniciantes - Lição 2

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E continuando nossas traduções da série Bollywood for beginners, do Filmi Girl, vamos hoje à segunda lição. Divirtam-se e esclareçam-se!

O que faz um filme de Bollywood?

Lá nos começos da história do cinema, a indústria estadunidense de filmes desenvolveu um estilo que valorizava o realismo, com o uso de uma câmera discreta. Milhares de quilômetros dali, a indústria de filmes de Mumbai percebeu que uma forma estilizada de drama, que incorporasse músicas nas narrativas, funcionaria melhor com as audiências indianas. As vastas diferenças entre as "linguagens" cinemáticas do cinema indiano popular e o do estilo ocidental são, provavelmente, a grande causa das zoações sobre Bollywood na cultura popular ocidental.

Se um espectador não sabe como entender as deixas da história que levam às músicas do filme, então ele provavelmente ficará confuso quando os personagens principais começarem a dançar. E se o espectador não entender os paralelos míticos dos personagens arquetípicos, também não entenderá o sentido de muitas cenas ou ainda julgará como irreais. Essa confusão entre culturas é o grande obstáculo pra ocidentais que vêem um filme indiano pela primeira vez.

O principal estilo usado em quase todo o cinema popular indiano, incluindo Bollywood, é chamado masala (em referência ao famoso tempero indiano, que mistura muitas especiarias). Se na culinária masala é uma mistura de cravo, cominho, nós moscada, pimentas e outras coisas, o filme masala é uma mistura de drama, romance, comédia, valores familiares, música, sexo e violência.

Pense em algo como Glee (música, drama, comédia, romance) ou Segurando as Pontas (Pinneaple Express - violência, comédia, valores familiares), pra ter uma ideia de como isso funciona. Cenas de comédia são usadas pra quebrar um momento de tensão; violência enfatiza a suavidade de um romance; e os valores familiares pode mesclar isso tudo. Quando um masala é bem feito, as mudanças de tom no filme podem conduzir as emoções da audiência como um maestro em uma orquestra.

Outra marca muito visível do cinema indiano é a forma estilizada de atuação, o que pra um espectador ocidental pode parecer muito exagerado. Essa forma estilizada de atuação tem raízes no teatro tradicional indiano, mas enquanto nós no ocidente não estamos acostumados a ver isso em filmes hoje em dia, isso pode ser encontrado em filmes antigos de Hollywood, assim como nas óperas, em musicais de teatro, e ainda nas peças de Shakespeare - em outras palavras, é a atuação que é experienciada em um teatro lotado.

O público indiano de um filme masala bem popular será um tanto barulhenta e irá interagir com as imagens da tela - assobiando pras suas atrizes e atores favoritos, dançando ou jogando moedas na tela durante as músicas favoritas - e então as atuações tem que ser exageradas o suficiente pra dar conta dessa multidão barulhenta.

Ainda que esteja ficando menos comum, filmes de Bollywood às vezes são feitos pra atingir as populações do interior que não fala hindi ou que não sabe ler uma legenda - e pra esses casos, a atuação exagerada dá conta de contar a história mesmo que o espectador não entenda o que os atores estejam dizendo. E mesmo hoje, diálogos importantes são ditos em inglês no meio do filme, porque se um espectador não entende hindi, existe grande chance de ele entender inglês.

A música e o local onde elas entram na narrativa são também marcas importantes dos filmes indianos populares. Os filmes não são "musicais" no sentido que estamos acostumados no ocidente, porque eles não representam um gênero separado. Se todos os filmes usam músicas na narrativa, então as músicas são apenas parte da forma com que a história é contada. Geralmente não são os atores e as atrizes que cantam suas próprias músicas, essa tarefa fica a cargo do que chamamos de cantores de playback

Os cantores de playback acabam sendo tão conhecidos quanto os próprios atores, até mesmo pelo fato de seus trabalhos serem feitos por trás das câmeras, o que faz com que suas carreiras durem muito mais que a de um ator e atriz pra quem eles cantam. Como exemplo, a super amada cantora de playback Lata Mangeshkar começou a cantar nos seus vinte e poucos anos e está até agora, já nos 80.

Não são somente as músicas e essa mistura de tons que separam o cinema popular indiano do estilo de cinema ocidental; a estrutura de narrativa de um filme popular indiano é totalmente diferente. Ao invés de o filme ser construído em três atos, o cinema popular indiano é estruturado em dois atos de formas livres, separados por um intervalo.

Ao invés das narrativas serem levadas pelo formato dos três atos, a estrutura do cinema popular indiano vem do uso de personagens super arquetípicos, que remetem aos mitos religiosos e ao teatro folclórico. O público indiano espera ver esses personagens arquetípicos, ainda que os limites de alguns desses papéis tenham mudado em anos recentes - sobretudo dos papéis das atrizes, que se tornaram muito mais independentes.

Isso foi apenas um aperitivo do que faz um filme de Bollywood; aos pocuso irei especificando conforme continuamos a série.
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segunda-feira, 7 de março de 2011

Udaan (2010) na quarta edição do CINEÍNDIA

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Amigos, a quarta edicão do CINEÍNDIA já se aproxima e, desta vez, vamos trazer o lindíssimo Udaan (2010), o primeiro filme de Vikramaditya Motwane.

Esta edição, excepcionalmente, será uma sessão casada do CINEÍNDIA com o CineFusão, outro cineclube bastante ativo no espaço do Centro Cineclubista de São Paulo - CECISP, e que coordenará um debate após a exibição.

E então relembrando, em 2011, estamos com uma nova proposta: abriremos um ciclo de discussão neste primeiro semestre com seis filmes que tocam em questões essenciais à sociedade indiana. E que nem por isso se restringem à Índia, mas que falam do ser humano no geral. Em qualquer lugar, época, etnia e língua.

Neste segunda sessão, o filme escolhido é Udaan. Eleito o melhor filme indiano de 2010, Udaan é uma história densa sobre superação e persistência na busca pelos sonhos. É a primeira obra do diretor Vikramaditya Motwane. Certamente um filme imperdível e que vai tocar os frequentadores do próximo CINEÍNDIA.

Cineclube CINEÍNDIA 
13 de Março de 2011, às 18h00.
Local: CECISP – Centro Cineclubista de São Paulo
Rua Augusta, 1239, sala 13
Próximo ao Metrô Consolação

*Grátis*

Para mais informações: 11-9804-4835 (Ibirá) ou 11-9562-5273 (Heber)

Mais sobre o filme:

Rohan é um garoto de 17 anos órfão de mãe que estuda num reputado colégio interno do interior da Índia. Rebelde, ele seus três amigos fogem das aulas para ir ao cinema. Mas dão de cara com o inspetor da escola e acabam sendo expulsos.

Ao voltar pra casa, Rohan reencontra a opressão e a tristeza de seu lar: um pai severo e violento, um irmão mais novo que ele não sabia que existia e a obrigação de seguir carreira como engenheiro. Rohan tem de tomar a dianteira de sua vida para escapar do futuro indesejável e realizar seu maior sonho: ser um escritor famoso.

Este é mais um filme que toca numa ferida profunda da sociedade indiana: a “fábrica de cérebros”, ou seja, a obrigação que muitos jovens têm de seguir carreira como engenheiros para atender a demanda por especialistas na área. Na maioria dos casos, é a única chance de jovens pobres reverterem a situação de suas famílias. 

O tema já havia sido abordado em outras obras, mas é Udaan que lança a incômoda hipótese de que a produção em massa de cérebros nasce na estrutura mais básica da sociedade: a família.

A estética do filme é contemporânea e abre mão das famosas cenas de song-and-dance, típicas de Bollywood, e dos personagens caricatos inspirados pela mitologia hindu. Todos esses elementos fazem de Udaan uma obra-prima que consegue captar as nuances de uma questão social complicada e, ao mesmo tempo, personificar a crueldade que pode atingir o ser humano.

Agora em 2011, Udaan foi agraciado com o prêmio de Melhor Filme no Filmfare Awards, o Oscar Indiano.
 
Sobre o diretor:

Vikramaditya Motwane tem 34 anos. Foi por muito tempo assistente de direção de Sanjay Leela Bhansali, um famoso diretor bollywoodiano, roteirizou dois longas  ao lado de Anurag Kashyap e já foi coreógrafo de cenas de song-and-dance. Em 2010 estreia no cargo de direção com o filme Udaan, atingindo sucesso de crítica e arrebatando muitos prêmios pelo mundo. 
 


O CinemaIndiano.com e o CINEÍNDIA são parceiros do CECISP e do Cinefusão
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sábado, 5 de março de 2011

Bollywood pra Iniciantes - Lição 1

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Queridos, na minha última postagem eu havia sugerido que enquanto eu não retomasse minhas postagens mais regulares e/ou mantivesse esse ritmo desritmado vocês lessem os outros excelentes blogs que também falam sobre cinema indiano em português.

Porém, não que eu tenha esquecido de dizer, mas também existem outros blogs que são deveras lindos, embora estejam em inglês - e este foi o motivo de não ter sugerido antes. E por isso, como sempre em tempo, aconselho que vocês procurem na coluna ao lado, chamada "Nossos amigos", os links pra todos esses blogs em português e em inglês que falam sobre cinema indiano.

Mas hoje, nesta postagem, darei atenção mais que especial a um desses blogs escritos em inglês, o querido Filmi Girl. Recentemente, a autora do blog iniciou uma sessão chamada "Bollywood for beginners" (Bollywood pra iniciantes), com várias postagens explicando, passo a passo - ou lição por lição -, as grandes, inúmeras e coloridas variáveis que envolvem o mundo do cinema indiano. São guias absolutamente lindos pra iniciantes neste mundo, e que, sob permissões, passarei agora a oferecer a vocês em português!

Então vamos à primeira lição:

O que é Bollywood?

É muito comum que Bollywood seja usado como um termo genérico pra todos os filmes indianos, assim como costumamos chamar de Hollywood todos os filmes feitos nos Estados Unidos e Inglaterra - e assim ignorando as diferenças entre cada região; comerciais e de arte; de dentro da indústria ou independentes. Muitos dos fãs de filmes ocidentais negam-se a colocar Woody Allen, Micheal Bay e Jean Luc Godard dentro da mesma categoria "Hollywood", e, da mesma maneira, os fãs de cinema indiano recusam-se a chamar de Bollywood tudo o que for de cinema indiano.

A Índia tem várias indústrias de filmes populares - uma pra cada língua regional - mas Bollywood, especificamente, refere-se à indústria de filmes em língua hindi baseados em Mumbai. O termo surgiu na década de 70 com uma mistura do nome Bombay (antiga Mumbai) com Hollywood.

Mas apesar do nome, Bollywood desenvolveu-se paralelamente e quase isolado de Hollywood. Alguns curtas foram feitos na Índia nos finais do século XIX, sendo o primeiro longa tendo sido feito em 1913 (Raja Harishchandra) e o primeiro falado em 1931 (Alam Ara). Inicialmente, havia um punhado de cidades importantes produzindo filmes ao redor da Índia, mas lentamente Mumbai foi se tornando destino de talentosos diretores, escritores, atores etc de toda a Índia - o que se intensificou após a Independência, em 1947, quando muitos preferiram ficar na Índia ao invés do Paquistão. Um dos exemplos mais importantes são os Kapoors, a mais famosa família de Bollywood, feita de quatro gerações e reis das bilheterias. Eles são originalmente da região do Punjab que pertencia ao Paquistão.

Mas além de Bollywood ter sido um centro de talentos, há outro importante fator que separa Bollywood do resto das outras indústrias regionais de cinema indianas: a língua hindi, que é a língua da capital indiana, Nova Délhi. Após a Indendência, houve um movimento pra tornar o hindi a língua nacional e os filmes falados nessa língua tornaram-se a indústria nacional, apesar de haver um imenso número de pessoas que não falam o hindi. O papel do hindi da Índia ainda é muito controverso e existem extensas partes do país em que Bollywood não é assistido. Ainda assim, Bollywood continua sendo considerado representante do cinema indiano e onde há a diáspora indiana é Bollywood que é distribuído, assim como nos países em que filmes indianos têm mercado, a saber: África, Ásia Central, Oriente Médio e Europa Oriental (incluindo Rússia).

Então, resumindo, está correto chamar o indicado ao Oscar Lagaan um filme bollywoodiano, já que ele foi feito pela indústria hindi, mas não é correto chamar Quem Quer Ser um Milionário? um filme bollywoodiano. Quem Quer Ser um Milionário? baseou-se na índia, mas foi feito por ocidentais para um público ocidental. Da mesma forma, é correto chamar Anil Kapoor, que atua em Quem Quer Ser um Milionário?, um ator bollywoodiano, já que ele estrelou em inúmeros filmes de Bollywood, mas não é correto chamar Dev Patel, protagonista do filme, um ator bollywoodiano. Ele é descendente de indianos, mas nunca havia atuado em filmes falados em hindi. Herança indiana sozinha não faz dele parte de Bollywood.

A palavra Bollywood pode ser ofensiva quando usada indiscriminadamente, como na música "Carmensita", de Devendra Barnhart, em que Natalie Portman faz a princesinha bollywoodiana e que Bollywood é representado como algo super exótico. Por causa da associação da palavra Bollywood com imagens de atrizes brancas como Natalie Portman dançando com cobras sedutoras, há um movimento dentro de Bollywood querendo renomeá-lo para HiFi - sigla pra Hindi Film Industry (Indústria de Filmes Hindi) - o que separaria os filmes hindi completamente dessas conotações negativas. No entanto, apesar disso tudo, o importante é que Bollywood vem se tornando internacionalmente reconhecido e, se nada for feito pra educar as pessoas que não conhecem esse cinema, então Bollywood será sempre representado com imagens de uma Índia exótica e seus verdadeiros tesouros serão sempre desconhecidos dos críticos ocidentais, que seguirão chamando os filmes bollywoodianos de cópias bobas.

*O artigo original, em inglês, pode ser conferido no Filmi Girl, aqui*
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quinta-feira, 3 de março de 2011

Enquanto isso...

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Eu ando bem sumido e isso não é novidade pra ninguém. Novos compromissos na vida me impedem de ter a frequência que tinha antes, o que também não é de todo ruim, já que parte disso diz também respeito ao mundo do cinema indiano no Brasil.

Bom, e esta postagem não é nenhuma retomada, mas sim um esclarecimento e uma deixa pra sugestões ainda super em tempo de serem dadas e desfrutadas.

A começar, embora o CinemaIndiano.com esteja muito parado, ele ainda serve de plataforma pra divulgação de tudo aquilo que diga respeito ao cinema indiano no Brasil - e quando possível em outros lugares do mundo fora da Índia - e pra isso me desdobro pra manter-lhes informados. Isso significa que, por exemplo, aqui será sempre a base de divulgação da programação do cineclube CINEÍNDIA, que organizamos mensalmente aqui em São Paulo. Em breve postarei a programação deste semestre, com os dias exatos em cada mês e quais filmes exibiremos no cineclube. 

Além disso, se eu estou parado, isso não significa que todos também pararam. Ao contrário! Nestes tempos inférteis do CinemaIndiano.com, além do já conhecido de vocês Grand Masala ter sempre prosseguido com suas postagens deliciosas, outros dois blogs surgiram aqui no Brasil e nenhum ser humano que goste de cinema indiano pode perder! E não estou sugerindo, estou ordenando.

O primeiro deles, Kabhie Kabhie... Bollywood, na verdade já surgiu lá em julho do ano passado, criado pelas queridas Isa e Carol. A proposta do KK-Bollywood é linda: escrever postagens sobre filmes e afins a partir do ponto de vista separado-junto-complementar das duas autoras, num diálogo-post que quase sempre (ou sempre, mesmo?) beira a genialidade. Essas duas jovens cariocas sabem o que fazem, mas antes só bastasse saber - elas fazem muito bem! 

E sim, não posso em absoluto deixar de sugerir (ordenar, sim) a todos que sempre que entrarem no KK-Bollywood, brinquem um pouco de atualizar a página e ver as duas mil e quinhentas variedades de cabeçalho que elas criaram. São fantásticos!
 
Bom, e o outro blog mais que recomendável chama-se Vivendo na Velha Bolly, criado por - pasmem, porque eu pasmo - Carol, a mesma do blog citado acima. A menina até tem mais o que fazer da vida, mas ninguém precisa arriscar pra dizer que ela encontrou nesses dois blogs o grande escape e oportunidade de se fazer gênia e sem medo de ser feliz. Vivendo na Velha Bolly não tem pretensão alguma de escrever críticas e sugerir que a gente assista aos filmes, mas sim de oferecer a nós, fãs ou não de filmes antigos de Bollywood, lindos, irônicos, sarcásticos e geniais textos de alguém que sabe escrever. Assim simples. E é isso que vale - e muito - a pena.

E é isso, por hora. Escutem minhas sugestões e nunca deixem de se atualizar sobre os mais recentes eventos de cinema indiano no Brasil.

Bom carnaval a todos!
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