sábado, 31 de janeiro de 2009

Maine Gandhi Ko Nahin Mara (2005) - मैंने गाँधी को नहीं मारा




Neste último dia 30 de janeiro de 2009 fez exatos 61 anos o assassinato de Mohandas Karamchand Gandhi - o Mahatma. E de repente lembrei de um filme muito interessante que aborda esse fato de uma maneira bem diferente da usual, sobretudo vindo de onde veio - Bollywood.

Este filme chama-se Maine Gandhi Ko Nahin Mara (Eu não matei Gandhi) e foi lançado na Índia no ano de 2005. Escrito e dirigido por Janhu Barua, o filme conta com o excelente Anupam Kher, no papel principal do professor de hindi Uttam Chaudhary, e Urmila Matondkar, interpretando Trisha, a filha do professor.

O professor Chaudhary é viúvo, está já aposentado e mora com seus dois filhos, Trisha e Karan, já grandes. Aos poucos, ele começa a se comportar de maneira estranha, sobretudo relacionado à imagem de Gandhi. Em um dado momento, alguém coloca uma xícara sobre a foto de Gandhi em um jornal e ele tem um ataque. Logo sua insanidade vai ficando evidente e ele começa a repetir "Eu não matei Gandhi! Eu não matei Gandhi!". Preocupados, seus filhos o levam ao médico, que diz nada poder ser feito. Num certo dia, Uttam diz que ele pode ter matado Gandhi sem querer com sua arma de brinquedo, que poderia ter balas reais.

Com essa informação, Trisha vai à procura de seus tios para tentar descobrir alguma coisa da infância de seu pai, à época da morte de Gandhi. Seus tios lhe dizem que quando criança, Uttam costumava brincar com seus amigos de jogar bexigas com água em fotos de pessoas. Um dia uma das crianças achou uma foto de Gandhi, que ainda era vivo, e Uttam logo arremessou a bexiga nele. Neste mesmo instante, seu pai, um fanático venerador de Gandhi, viu a cena e duramente repreendeu a atitude do filho, dizendo que aquilo era uma extrema falta de respeito ao Mahatma. O menino Uttam ficou profundamente chateado com isso, mas o pior vinha depois. Neste mesmo dia Gandhi foi assassinado. Seu pai prepara uma homenagem em sua casa chamando outros veneradores, e em certo momento, enquanto estão todos entoando mantras em honra à alma de Gandhi, Uttam aparece na sala e seu pai olha para ele com cara de que culpava seu filho pelo que havia ocorrido.

E agora, décadas depois, esse fato saía do inconsciente de Uttam, deixando-o louco por realmente achar que foi ele quem matou Mahatma Gandhi, em 1948. O filme é razoavelmente simples, mas muito bom e com excelentes atuações. No entanto, por não ter nenhum ator de peso e por tratar de um tema EXTREMAMENTE complexo pra um indiano comum, ele não fez sucesso nenhum. Alguns indianos que entenderam um pouquinho mais sobre a complexidade da mente, ficaram super empolgados com o filme e adoravam discutir entre si sobre a "profundidade" do tema. Para nós, que a realidade da psicologia está presente, o filme é fácil de compreender; mas para os indianos, que não sabem nem o que faz um psicólogo, esse filme não faz muito sentido. Ah, e além de tudo, esse filme não tem as tradicionais cenas de song-and-dance típicas de Bollywood, e nem sequer clipes com músicas não há. Isso já basta pra fazer com que um filme seja lançado fadado ao fracasso na Índia.

Anupam Kher ganhou o Prêmio Especial do Juri no National Film Awards, por sua atuação. Já Urmila Matondkar foi agraciada com o prêmio de Melhor Atriz pelo Bollywood Movie Awards. Eu gostaria de postar aqui o trailer do filme pra vocês, mas como o YouTube depende das pessoas para ter seus vídeos publicados e como as pessoas não gostaram desse filme, então não haverá aqui o vídeo pra vocês. Existe lá, na verdade, um vídeo com as últimas cenas do filme e uma outra parte em que é recitado um poema conhecido na Índia. Mas ambos os vídeos estão em hindi, então não os postarei. De qualquer maneira, embora simples, o filme é, sim, bom. Eu recomendo!

Bipasha Basu gera discussões na filmagem de novo filme na Caxemira

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Anda rolando uma certa polêmica nas filmagens do filme Lamhaa, que abordará a sensível polêmica dos movimentos separatistas da Caxemira. O papel principal será de Bipasha Basu, que interpretará a ativa (e ainda viva) militante Asiya Andrabi. O problema maior está no fato de Bipasha Basu ser um símbolo sexual da Índia, comumente retratada com poucas roupas, o que vai em cheio contra os princípios da personagem que ela interpretará e do Islã.

Por outro lado - e não duvido que isso seja de caso pensado - o filme terá também como protagonista o mais polêmico ainda Sanjay Dutt, um famoso ator indiano de pai hindu e mãe muçulmana, e que esteve envolvido no mais sangrento ataque terrorista que Mumbai já sofreu, em 1993, deixando 257 mortos. Digo que não duvido que isso seja de caso pensado, pois esses ataques foram provocados por muçulmanos, o que colocaria Sanjay Dutt em posição de respeito por parte dos separatistas da Caxemira.

Enfim, tudo isso é muito polêmico. Leiam, abaixo, o artigo que saiu no Diário de Notícias, de Portugal. Eu fiz algumas adaptações no texto no que diz respeito às novas normas do acordo ortográfico e que o DN já devia estar atento. Quanto às variações de vocabulário eu não fiz alterações.

Ameaças Contra a Indiana que Beijou Ronaldo
por Patrícia Viegas; 31/01/09

Bipasha Basu. A ex-modelo não podia ser mais diferente de Asiya Andrabi, a separatista da Caxemira a que dá corpo em 'Lamhaa'. Esta promete embargar o filme por recusar que uma atriz "incompatível com as suas virtudes" lhe dê vida na tela. É um autêntico choque de civilizações aquilo que está a acontecer em torno do filme Lamhaa, do realizador indiano Rahul Dholakia, sobre o separatismo na Caxemira. E tudo porque ele escolheu Bipasha Basu, atriz e ex-modelo, de 30 anos, para encarnar a personagem de Asiya Andrabi, líder separatista, de 45 anos, comprometida com o islão. A primeira gosta de usar roupas sensuais que deixam ver várias partes do corpo, mas a segunda só costuma andar com os olhos a descoberto e, segundo disse ao The Guardian, não aceita, de forma alguma, que seja uma atriz de Bollywood a interpretar o seu papel. Ameaça, por isso, com uma ação legal contra a equipa de filmagens.

"No caso de eu achar o filme desagradável, tomarei ações legais para o embargar", disse, garantindo que o realizador, nascido em Bombaim, mas criado na Caxemira, recusou mostrar-lhe com antecedência o guião do filme em que ela própria entra. "A minha cliente é uma profunda seguidora do islão e é pardah nasheen [usa véu]... então não quer que a sua personagem seja retratada por uma atriz incompatível com as suas virtudes", declarou o advogado da fundadora das Dukhtaran-e-Millat, ou seja, As Filhas da Nação. No entender de Andrabi, que acha que a Caxemira é do Paquistão, existem duas nações: "Uma que é a muçulmana e a outra que é não muçulmana."

As duas mulheres não podiam, efetivamente, ser mais diferentes uma da outra. Apelidada de Sofia Loren indiana, Basu, que fez o seu primeiro filme, Ajnabee, em 2001, é considerada um símbolo sexual e, apesar de namorar com o ator John Abraham, apareceu numa fotografia de jornal a beijar o futebolista português Cristiano Ronaldo, depois de apresentar a gala As Sete Novas Maravilhas do Mundo em Lisboa. Nega ter feito implantes de silicone nos seios e aspira tornar-se uma atriz séria e largamente premiada.

Andrabi, por seu lado, lidera uma espécie de brigada da moral, a partir de Srinagar, tendo levado várias mulheres a pintarem com spray cartazes com atrizes menos vestidas. Lutou por compartimentos especiais para as mulheres nos autocarros e por espaços destinados a casais nos restaurantes, nos cibercafés e nas lojas de bebidas. No início dos anos 90, casou com Mohammed Qasim Faktu, membro de um grupo de resistência armada da Caxemira, Hizbul Mujahideen, com o qual teve dois filhos. Numa altura em que ambos estiveram presos, nomearam um dos dois filhos, Muhammad bin Qasim, para liderar o grupo As Filhas da Nação.

No meio disto tudo, Dholakia, o realizador, veio garantir que o que pretende fazer é um filme positivo sobre a Caxemira e sobre o seu povo. A polémica, essa, não o parece assustar, pois o seu primeiro filme, Parzania, também não ficou livre dela. Essa película retratava a repressão contra os muçulmanos, no estado do Gujarat, onde foi banido. Quanto a Basu, terá manifestado à produção receios em relação à sua segurança, pois, afinal, nunca se sabe quando as separatistas podem decidir zelar pela imagem da sua líder. "Os primeiros sete dias foram um caos, nada foi organizado, houve falta de segurança. O meu trabalho é a minha vida, mas eu tenho uma vida para além do trabalho. Não vou arriscar a minha vida por nenhum filme", disse a atriz de Bollywood, citada pelos media indianos.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SEL - Shankar-Ehsaan-Loy - शंकर-एहसान-लोय


Já falei algumas vezes sobre esse trio, mas, coitados, até agora eles não tinham recebido uma postagem digna da importância que eles têm. O trio SEL, ou Shankar-Ehsaan-Loy, é um dos maiores criadores de músicas do cinema indiano, e um dos mais premiados.

A história do trio, segundo está no próprio site oficial do grupo, remonta aos idos dos anos 80, quando cada um levava sua própria vida de indiano (quase) comum. Shankar Mahadevan estava ocupado com sua profissão de engenheiro, Ehsaan Noorani tocava suas músicas ocidentais na Califórnia, e que não faziam sucesso na Índia, e o Loy Mendonsa, bem, o Loy não fazia nada exatamente.

De repente eis que os Deuses disseram: "Agora é a hora". E o recado chegou aos ouvidos de Shankar, que de repente começou a cantar. Imagino ele cantando no escritório de engenharia, ou enquanto fiscalizava alguma obra, enfim, não importa. Ehsaan também recebeu o recado e cansou da Califórnia. Voltou pra Índia. E o Loy, que nada fazia mesmo, recebeu a incumbência divina de compor - e pra quem entende, compor leva tempo, perfeito pra um não-faz-nada. E então a manobra final foi executada pelo diretor Mukul Anand, que resolveu unir os três para que eles fizessem as músicas de seu filme Dus (1997). Mas acho que o encargo divino foi tão grande que Mukul morreu durante as filmagens. O filme, que contava com Sanjay Dutt e Salman Khan, jamais foi concluído, mas sua trilha sonora foi lançada ainda enquanto o filme era produzido, como é de praxe em Bollywood. Foi o suficiente pro trio SEL ser lançado ao sucesso, principalmente com a música Hindustani. E assim a manobra divina estava concluída - o grupo Shankar-Ehsaan-Loy acabara de nascer.

O que de imediato destacou o trio foi a capacidade deles de misturar não só tradições musicais internas à Índia, como a música hindustani, do norte, com a música carnática, do sul, mas sobretudo por juntar isso às influências ocidentais que constantemente chegam à Índia. Disso saiu uma música única que ainda poucos conseguem se aproximar.

A partir de então, eles encabeçam a trilha sonora de uma lista de 33 filmes, dentre os quais Mission Kashmir (2000), Dil Chahta Hai (2001), Kal Ho Naa Ho (2003), Bunty aur Babli (2005), Kabhi Alvida Naa Kehna (2006), Don (2006), Salaam-e-Ishq (2007), Heyy Babyy (2007), Taare Zameen Par (2007), Rock On!! (2008) e Chandni Chowk to China (2009). Mais sete filmes com músicas do trio já estão no prelo para este ano. E embora eles estejam quase 100% ocupados com filmes de Bollywood, suas músicas poderão ser ouvidas também no filme Conchu Ishtam Conchu Kashtam, a ser lançado este ano por Tollywood, o cinema telugu, e no filme Yavarum Nalam, de Kollywood, o cinema tamil.

E a qualidade das músicas rendeu ao grupo diversos prêmios e um outro belo tanto de indicações. Os prêmios já conquistados até hoje pelo grupo são: Melhor Direção de Música para Kal Ho Naa Ho (2003), pelo Filmfare Awards e pelo National Film Awards; Melhor Música para Bunty aur Babli (2006), pelo Filmfare Awards e Melhor Direção de Música para Dil Chahta Hai (2001), pelo Screen Weekly Awards. Shankar Mahadevan já levou também o prêmio de Melhor Cantor de PLayback pelo National Film Awards, pela música Illai Illai, Sola Oru Kananum Ponthum, do filme tamil Kandukondain Kandukondain (2000).

Como as músicas raramente são escritas pelo trio, mas sim compostas, não entra aqui os prêmios que já foram entregues às melhores letras de música. Para escrever suas músicas, o grupo costuma chamar Javed Akhtar (prêmios por Kal Ho Naa Ho e Dil Chahta Hai), Gulzar (prêmio por Bunty aur Babli), Sameer e Prasoon Joshi (prêmio por Taare Zameen Par).

No entanto, se por um lado há uma veneração pelas músicas do trio SEL, na realidade eles são também adorados por sua preocupação social e ativista. Por diversas vezes o trio já se reuniu por campanhas das mais variadas, desde apenas para levantar fundos por alguma causa, até fazer músicas de incentivo e alerta. Um dos exemplos recentes é a campanhado jornal Times of India, chamada India Poised - Our Time is Now, ou alguma coisa como "Índia Preparada - Nossa Hora é Agora". A música que virou hino da campanha é do trio e pode ser conferida aqui. Nem é preciso de muito pra imaginar do que fala a letra da música, que dá incentivos à população indiana a lutar pelo futuro do país, e principalmente de se ajudarem entre si.

Aliás, falando nisso, com a mesma música foi feito um outro clipe que mostra de maneira muito eficiente o descomprometimento dos indianos frente aos problemas do dia a dia. Neste vídeo, que vocês podem ver aqui, há uma árvore caída no meio da rua, obstruindo o trânsito, e ninguém faz nada. De repente começa a chover e, mesmo na chuva, um menino resolve tomar uma atitude e tenta, em vão empurrar a árvore. Mas sua atitude deixa os outros à sua volta envergonhados e então eles vão também ajudar o garoto. E finalmente, juntos, eles removem a árvore (uma nova postagem foi feita sobre esse vídeo do menino empurrando a árvore; clique aqui e veja).

Também teve a campanha para salvar o meio ambiente voltada às crianças, cujo mote foi este simpático vídeo com música do trio. Embora a Índia seja enorme, sobretudo em termos populacionais, e embora saibamos que tem certas questões que eles teimam demasiadamente em mudar, eu tenho sempre uma esperança que, pouco a pouco, alguma coisa vai mudando.

Enfim, e esses são o SEL. Acho que deu pra perceber que eles fazem a diferença e merecem nosso respeito, não?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Caminho das Índias - Música Mast Kalandar

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E aí vai mais uma música indiana da novela Caminho das Índias.

Mast Kalandar (Derviche Bêbado) é do filme Heyy Babyy (2007), de Sajid Khan, estrelando Akshay Kumar e Vidya Balan. Parece que é uma cópia do filme estadunidense Três Homens e um Bebê, de 1987. O filme conta a história de três caras solteiros que vivem em Sydney, na Austrália, apenas curtindo a vida. Um belo dia aparece na porta deles um curioso presente: uma pequena bebê, junto de um bilhete dizendo: "Seus safados! Sem vergonhas! Cuidem da sua filha!". A partir de então eles fazem uma lista das mulheres com que eles saíram no ano anterior e partem à procura delas pra descobrir quem é, afinal, a mãe. Ah sim, e claro, e descobrir também que é o pai.

Mast Kalandar, e toda a trilha deste filme, também é composta pelo trio Shankar-Ehsaan-Loy (Shankar Mahadevan, Ehsaan Noorani e Loy Mendonsa). Esta música é cantada por Salim Shahzada, Rehan Khan, Shankar Mahadevan e Sajid Khan (sim, o diretor do filme).

O nome da música, "Derviche Bêbado", remete à linha mística do islamismo, chamada sufismo, que é muito reconhecida por suas músicas devocionais sufis. O "derviche" é justamente o devoto sufi, que a partir dessas músicas, busca a iluminação. Mas a música Mast Kalandar, na verdade, não remete a isso. Talvez mais ao bêbado, mas não ao derviche. Enfim. Ah, e Shahrukh Khan, de repente, aparece no meio desse clipe. Coisa de Bollywood.

Vejam, então, o divertido clipe de Mast Kalandar e leiam a letra, em hindi e em português. Depois aproveite e faça o download que disponibilizo no final desta postagem. E não se esqueçam, para mais informações sobre as músicas da novela Caminho das Índias, clique aqui.



Mast Kalandar
Dil da mamla hai dilbar
É pra fazer com o coração, querida
Hun na zor de is dil par
Não pressione o coração
Khalbali dil ke andar
Há excitação internamente
Ohhhh Mast mast Kalandar
Ahhhh derviche bêbado
Meri nazar toh tumpe pare toh
Se meu olhar te atinge
Man me tha tera sedhai
Seu chamado estava em meu coração
Betabion ko raahat mili toh
A inquietação encontrou a paz
Dhoor hui meri tanhai
Minha solidão ficou distante
Mere rang ka tere roop ka
Minhas cores sua beleza
Hai aasar tere surroor kaIs
O efeito de seu êxtase
Mere haal se mere dard se
Meu estado minha dor
Tu hai bekhabar
Você não está sabendo
Teri hawa mein jadoo hai jadoo
Na sua brisa há mágica
Karta hai mujhko Deewana
Isso me faz um louco de amor
Meri tamana kehti hai mujhko
Meus desejos me diga
Sirf mujhe hai tujhko pana
Eu tenho que ter apenas você
Meri arzoo meri guftgoo tu hi tu hain
Meus desejos minhas falas são apenas você
Bas meri justajoo
Apenas minha busca
Kya bataoon
O que posso dizer
Tere baghair me kitna besabar
Sem você sou tão impaciente
Aya me aya leke mohabbat
Eu venho trazendo amor
Anjaano mujhko pehchaano
Estranhos me reconhecem
Meri nazar me hai ik chera
Em meus olhos há uma face
Mano tum chaho na mano
Aceite ou não
Meri chahatein meri rahatein
Meus desejos meus caminhos
Badi manchali
São bem despreocupados
Meri hasratein mere khwaab mein
Meus desejos meus sonhos
Koi raat din
Alguém, noite e dia
Rehta humsafar
Está presente, uma companheira

Faça o download dessa música clicando aqui.

Colaboraram: Lalita e Carol.
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Caminho das Índias - Música Salaam-e-Ishq

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Mais uma música da novela chegou até nós! Dessa vez trata-se da música Salaam-e-Ishq (Um Tributo ao Amor, em urdu), do filme Salaam-e-Ishq (2007), de Nikhil Advani, com um longo elenco de estrelas, a saber: Salman Khan, Priyanka Chopra, Anil Kapoor, Juhi Chawla, Akshaye Khanna, Ayesha Takia, John Abraham, Vidya Balan, Govinda, Shannon Esra, Sohail Khan e Isha Koppikar. São, no total, 6 casais que fazem parte das histórias de amor deste filme, inicialmente disconectadas entre si, mas que acabam se cruzando com o decorrer do destino. O filme não foi exatamente um sucesso, embora tenha obtido boa arrecadação nas bilheterias. As músicas despontaram mais que o próprio filme.

A trilha sonora deste filme tem letras de Sameer e composições do trio Shankar-Ehsan-Loy (formado pelos músicos Shankar Mahadevan, Ehsan Noorani e Loy Mendonsa). Esta música em específico é cantada por vários cantores, incluindo o próprio Shankar, o famoso Sonu Nigam, Shreya Ghoshal, Kunal Ganjawala e Sadhan Sargam. Na cena desta música, todos os casais aparecem, mas há predomínio do casal formado por Priyanka Chopra e Salman Khan, que aparecem logo no princípio. Ah sim, e são eles na foto acima.

E como de praxe, veja então o clipe original desta música e acompanhe a letra com a respectiva tradução para o português. Recebemos de uma leitora a super contribuição do vídeo desta música com as legendas já em português. Logo depois vem o link para o download da música. E não se esqueçam, para saber mais da trilha sonora de Caminho das Índias, clique aqui!

Salaam-e-Ishq


Salaam-e-Ishq

Ishq Haay

Ah, amor...

Teri Aankho Ke Matwale Kaajal Ko Mera Salaam

Saudações à pintura de seus olhos
Zulfon Ke Kale Kale Baadal Ko Mera Salaam
Saudações às nuvens de seus cabelos
Ghayal Karde Mujhe Yaar, Teri Paayal Ki Chankaar
O som das suas tornozeleiras me levam à loucura
Soni Soni, Teri Soni Har Adaa Ko Salaam
Ah querida senhora, minhas saudações pra cada um de seus charmes
Salaam-e-ishq Ishq Ishq, Salaam-e-ishq
Saudações ao amor, amor, amor, saudações ao amor

Teri Mastani Anjani Baton Ko Mera Salaam

Minhas saudações às suas palavras doidas
Rangon Mein Doobi Doobi Raton Ko Mera Salaam
Minhas saudações àquelas noites coloridas
Khabon Mein Kho Gaee Main, Deewani Ho Gaee Main
Estou perdida em meus sonhos, eu fiquei louca por você
Soni Soni, Teri Soni Har Adaa Ko Salaam
Ah querido garoto, minhas saudações pra cada um de seus charmes
Salaam-e-ishq Ishq Ishq, Salaam-e-ishq

Teri Haaton Vich Mehndi Ka Rang Khila Hai

A cor de henna em suas mãos
Tujhe Sapno Da Changa Mehboob Mila Hai
Você encontrou o homem de seus sonhos
Meri Banno Pyari Pyari, Sari Dunya Se Pyari
Minha linda noiva, a mais linda do mundo
Isse Doli Mein Tu Leja Dolya
Levem-na em uma liteira

Doliya
Noivo

Ishq ...

Teri Meri Nazar Jo Mili Pehli Baar
Quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez
Ho Gaya Ho Gaya Tujhse Pyaar
Eu me apaixonei por você
Dil Hai Kya Dil Hai Kya Jaan Bhi Tujhpe Nisaar
Que coração é esse, você pegou minha vida
Maine Tujhpe Kiya Aitbaar
Eu depositei toda minha fé em você
Main Bhi To Tujhpe Mar Gayi
Eu também morro por você
Deewanapan Kya Kar Gayi
Que loucura eu fiz
Meri Har Dhadkan Betaab Hai

As batidas do meu coração estão incontroláveis
Palko Vich Tera Khaab Hai
Em meus olhos eu vejo seus sonhos
Jaan Se Bhi Pyari Pyari Jaaniya Ko Salaam
Saudações a meu amor tão querido quanto minha vida

Salaam-e-ishq...

Main Tere Ishq Mein Do Jahaan Vaar Doon
Devote em seu amor essas duas palavras: Terra e Paraíso
Mere Vaadein Pe Karle Yakeen
Acredite em minhas promessas
Keh Rahi Hai Zameen Keh Raha Aasmaan
A terra e o céu dizem
Tere Jaisa Duuja Nahin
Que não há outra que nem você

Aise Jaadoo Naa Daal Ve
Não faça essa mágica
Na Aoon Main Tere Naal Ve
Eu não cairei nessa
Jhuti Taareefein Chor De
Pare com essas palavras falsas
Ab Dil Mere Dil Se Jorde
Deixe os corações puros se encontrarem
Jo Abhi Hai Dil Se Nikli Uss Dua Ko Salaam
Saudações à prece que você disse
Salaam-e-ishq Ishq Ishq, Salaam-e-ishq

Rab Se Hai Ilteja Maaf Karde Mujhe
Eu rezo que Deus me perdoe
Main To Teri Ibaadat Karoo
Eu te venero
Ai Meri Soniye Na Khabar Hai Tujhe
Minha querida, você sabe
Tujhse Kitni Mohabbat Karoon
Quanto eu te amo

Tere Bin Sab Kuch Benoor Hai
Sem você eu não tenho luz
Meri Maang Mein Tera Sindoor Hai
Eu sou casada com você
Saanson Mein Yahi Paighaam Hai
Isso é dito em cada respiro
Mera Sab Kuch Tere Naam Hai
Tudo que tenho é seu
Dhadkano Mein Rehne Waali Soniye Ko Salaam
Saudações à beleza que vive em meu coração
Salaam-e-ishq


Teri Aankho Ke Matwale Kaajal Ko Mera Salaam
Zulfon Ke Kale Kale Baadal Ko Mera Salaam

Khabon Mein Kho Gaee Main,
Deewani Ho Gaee Main

Soni Soni, Teri Soni Har Adaa Ko Salaam

Salaam-e-ishq Ishq Ishq, Salaam-e-ishq
Ishq Hai...
Salaam-e-ishq


Faça o download dessa música clicando aqui. Clique em "Free User" e aguarde aparecer o link para o download.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Índia faz videogame baseado no filme Ghajini


JustificarAcaba de ser lançado na Índia o primeiro videogame 3D, Ghajini, feito integralmente por profissionais indianos. O mais curioso deste videogame, porém, é que ele é baseado no filme de Bollywood homônimo, lançado no final de 2008, e que já é considerado um dos maiores sucessos de Bollywood.

O filme Ghajini (2008), é escrito e dirigido por A.R. Murugadoss e tem como protagonistas Aamir Khan e Asin Thottumkal. Baseado no filme de Hollywood Amnesia (Memento, 2000), Ghajini é um thriller de ação sobre um homem de negócios, Sanjay, que sofre de amnésia retrógrada mas quer vingar-se da morte de sua paixão, Kalpana. Mas por conta de sua amnésia, que apaga sua memória a cada 15 minutos, ele cria um método próprio pra não esquecer de sua missão: tatua em seu corpo mensagens de que Kalpana está morta, além de tirar fotos de Polaroid conforme vai cumprindo as etapas de sua vingança.

O videogame tem o personagem Sanjay, com a cara perfeita de Aamir Khan, indo atrás dos responsáveis pela morte de sua amada, até chegar em Ghajini, o assassino. O jogo foi desenvolvido pela FX Labs, da Índia, aproveitando o excelente e crescente filão do mercado indiano de jogos, que movimenta mais de um bilhão de dólares por ano. No mercado internacional, ele será distribuído pela EROS International.

Veja a seguir o trailer do filme Ghajini, em seguida o trailer do videogame, com ótima qualidade gráfica.

Ghajini - Filme


Ghajini: The Game


domingo, 25 de janeiro de 2009

Caminho das Índias - Música Nagada Nagada


E mais uma vez nossa eficiente leitora trouxe para mim o nome de mais uma das músicas que faz parte da trilha sonora indiana da novela Caminho das Índias. Segunda consta, essa música tocou no capítulo deste sábado, antes de Shankar (Lima Duarte) dar os ensinamentos a Bahuan (Marcio Garcia), na suposta cidade de Varanasi, às margens do rio Ganges. Mas segundo a novela era logo ali, em Jaipur, a cidade deles. Só que na Índia real, Varanasi e Jaipur estão afastadas 782 quilômetros entre si!

Bom, então vamos lá. A música dessa vez é Nagada Nagada (Tímpano), do filme Jab We Met (Quandos Nos Encontramos, 2007), escrita e dirigida por Imtiaz Ali, e estrelando Shahid Kapoor (na foto) e Kareena Kapoor. O filme é uma comédia romântica bollywoodiana que conta a história de Aditiya Kashyap, um industrial em depressão, que acaba cruzando seu destino com a pentelha Geet Dhillon. Ele é de Mumbai, no Maharashtra, e ela de Bhatinda, no Punjab. Grande parte do filme se passa no norte da Índia, inclusive no Punjab, estado da religião Sikh, onde se ambienta a música Nagada Nagada. Neste clipe, que vocês já verão, há alguns homens de turbante - eles são sikhs. Aproveitando a deixa, aliás, repare nos figurantes dançarinos, por trás do Shahid, e veja a cor da pele deles, bem mais escura que a dos atores protagonistas. Veja o que já falei sobre a polêmica da cor de pele na Índia clicando aqui.

Ah sim, e essa música não se passa em nenhum prostíbulo e não é cantada por nenhuma prostituta. O nome da música, Nagada Nagada, significa tímpano, aquele grande tambor que produz um som forte e grave, e que aparece neste clipe. A letra da música é de Irshad Kamil e a composição é de Pritam. Quem faz o playback é um dos cantores de playback mais famosos da Índia, Sonu Nigam, ao lado de outro que se desponta cada vez mais, Javed Ali. Na cena, o ator que "canta" é Shahid Kapoor.

Para ver as informações sobre as outras músicas da novela, clique aqui. Confira agora o clipe e veja a letra em hindi e em português, logo abaixo. O link pra download vem em seguida.




Nagada Nagada


Rang puredi rang rangili ladki chhaili chhabili usde chanchal nain kataar
Linda como uma pintura, uma garota vestida com vestido colorido: seus olhos ágeis são como adagas.
Are chanchal nain kataar usdaa ruup banaa hathiyaar
Ei, seus olhos ágeis são adagas; sua imagem tornou-se uma arma.
Uske ruup se katal huye to charchaa shuruu huaa
Quando sua beleza me matou, discussões começaram.
Nagaadaa nagaadaa nagaadaa baajaa...
Toque o tímpano...

Jab bhi woh ladki khidki pe aaye
Quando for que aquela garota vier à janela,
Koi usko dekh mare koi bin dekhe mar jaaye
Alguns morrem olhando pra ela, enquanto outros morrem por não cruzarem com seu olhar.
Are guzare gali mohalle se to melaa saa lag jaataa thaa
Quando ela costumava andar pela rua, muita gente vinha para ver em grandes grupos.
Har ek aashiq id manaataa bhangada paataa thaa
Cada apaixonado por ela costumava celebrar o ied (festival muçulmano), enquanto outros dançavam o bhangada (dança tradicional do Punjab)
Khatam naa hotaa diwaano kaa jab se shuruu huaa
Agora que isso começou, não vai mais parar.
Nagaadaa nagaadaa nagaadaa baajaa...
Toque o tímpano...

Are bachpan se uskaa ek diwaanaa thaa
Ei, tem um cara que foi loucamente apaixonado por ela desde a infância.
Jiskaa paanv gali ke aashiq pare hataanaa thaa
Quem costumava afastar do caminho todos seus admiradores
Dil se jisko maan rahaa thaa apne dil ki raani woh
O cara que teve ela como a rainha de seu coração.
Aur kisi pe hi yaaro marti thi marjaani woh
Mas amigos, essa garota gostava de outro cara
Ek kahaani khatam to duujaa qissaa shuruu huaa
Uma história terminou, enquanto outra começou
Nagaadaa nagaadaa nagaadaa baajaa...
Toque o tímpano...

Rang puredi rang rangili ladki chhaili chhabili usde chanchal nain kataar
Are chanchal nain kataar usdaa ruup banaa hathiyaar

Uske ruup se katal huye to charchaa shuruu huaa

Nagaadaa nagaadaa nagaadaa baajaa...


Faça o download da música aqui.

Colaborou: Ana Rita

sábado, 24 de janeiro de 2009

Caminho das Índias - Música Sajna ve Sajna

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Oba! Hoje consegui mais uma música da trilha sonora da novela Caminho das Índias - mais uma imprescindível contribuição da Fernanda, nossa leitora. A música é Sajna ve Sajna (Querido, meu Querido), do filme Chameli (Jasmim, 2003), de Sudhir Mishra, estrelado por Kareena Kapoor e Rahul Bose. Ela já tocou algumas vezes na novela e certamente faz parte da trilha sonora oficial.

Agora vamos a algumas curiosidades, antes de passar a vocês o clipe original da música, a letra com a devida tradução, e o link pra download. Esse filme, Chameli, conta a história de um homem (Rahul Bose) que perde sua esposa grávida num acidente de carro e entra em depressão. Num dado momento, seu destino acaba cruzando com o de uma mulher prostituta (Kareena Kapoor) que, quando jovem, havia sido vendida pra um bordel por seu tio. Ela tenta atraí-lo, mas ele resiste. Aos poucos a história muda de rumo. E, adivinhem, como não poderia deixar de ser, neste filme esta música Sajna ve Sajna é cantada por uma prostituta no prostíbulo em que trabalha Kareena Kapoor. O playback da música é feito pela cantora Sunidhi Chauhan, que também gravou todas as outras sete músicas do filme.

E agora vamos ao clipe. A qualidade dele não está muito boa; havia um melhorzinho, embora tivesse o começo cortado, mas não era permitida a sua incorporação ao blog. Então vai esse mesmo. Logo abaixo vem também a letra em hindi e traduzida para o português, e depois o link para download.



Sajna ve Sajna

Mann saat samandar dol gaya
Minha mente flutuou nos sete mares
Jo tu aankhon se bol gaya
Quando você falou com seus olhos.
Le teri ho gai yaar sajna we sajna
Veja, eu me tornei sua, querido, meu querido.
Ho sajna mere yaar, sajne we sajna
Oh, querido, meu amigo, querido, meu querido.
Jo saat samandar dol gaya
Quando flutuei nos sete mares
Tere pyar mei ye dil bol gaya
No seu amor, esse coração disse...
Le teri ho gai yaar sajna we sajna
Veja, eu me tornei sua, meu amigo, querido, meu querido.
O sajna mere yaar sajnaaa..

Tujhe bhar lu apni aankhon mei
Deixe-me preencher você em meus olhos.
Inn aankhon ko me kholu na
Eu não abrirei meus olhos.
Kholu apni baton mei
Eu abrirei em minhas palavras.
Phir iss dunya se bolu na..
E então eu não falarei com o mundo.
Me dekhu me baat karu
Eu verei, eu falarei.
Tere saath jiyu tere saath maru
Eu viverei com você e morrerei com você.
Le teri ho gai yaar sajna we sajna O sajna mere yaar sajnaaa.. Tu aur kissi ka na hona
Você não se tornará de ninguém mais.
Me jeete jii mar jau gi
Eu morrerei enquanto vivo.
Teri khatir dunay se ab tanha hi lar jau gi
Para o seu bem, eu lutarei com todo o mundo sozinha.
Me ne tujh ko kaha piya
Eu disse a você, meu amor.
Ye tann mann tere naam kiya
Este corpo e mente estão em seu nome.
Le teri ho gai yaar sajnaa O sajna mere yaar sajna we sajnaa

Faça o download da música aqui.

Sobre o que já falamos das outras músicas indianas da novela Caminho das Índias, confira nos links a seguir: Kajra Re, Beedi Jalaile, Main Vari Vari, Azeem-o-Shaan Shahensha e Salaam.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Amitabh Bachchan - अमिताभ बच्चन - Segunda Parte

Então, finalmente, vamos continuar a nossa postagem sobre Amitabh Bachchan, o imperador de Bollywood. Nesse meio tempo acabou havendo as polêmicas de Slumdog Millionaire e depois a estreia da novela Caminho das Índias e essa continuação acabou ficando pra trás! A primeira postagem sobre está aqui.

Mas agora prosseguimos. A última postagem encerrou dizendo que, ao fazer Sholay, que é até hoje um dos melhores filmes de todos os tempos, Amitabh efetivamente se consagrou.

Em 1979, pela primeira vez, Amitabh foi escalado para ele mesmo cantar no filme Mr. Natwarlal, no qual ele estrelou ao lado da atriz Rekha. Para quem ainda não sabe, nas cenas de música do cinema indiano não são os próprios atores que cantam, mas cantores profissionais que gravam o playback e depois os atores encenam. Mas dessa vez Amitabh cantou. E parece que cantou tão bem que foi indicado pelo Filmfare Awards tanto para melhor ator quanto para melhor cantor de playback. E ele estava tão em alta que no mesmo ano foi indicado como melhor ator também pelo filme Kaala Patthar.

Mas em 1982, porém, Amitabh sofreu um sério revés durante as filmagens do filme Coolie. Em uma cena específica, ele deveria cair sobre uma mesa, mas acabou batendo com força na quina, perfurando seu abdome. O ferimento foi tão grave que ele ficou meses no hospital entre a vida e a morte. Enquanto isso, sua já consolidada legião de fãs fez todos os tipos de oferendas para todos os tipos de deuses e em todos os tipos de templos, além de vigília contínua em frente ao hospital em que ele estava. Amitabh acabou recuperando-se e pode concluir o filme, que foi lançado em 1983. E lógico, após tudo que se passou, o diretor do filme acabou mudando o final, em que Amitabh seria assassinado, permitindo então que ele vivesse, e assim o filme foi o maior sucesso do ano.

No entanto, outro revés o pegou na contramão. Uma fraqueza súbita em seus músculos apareceu e foi diagnosticada a Miastenia Grave. Amitabh ficou profundamente abalado e pessimista, a ponto de abandonar o mundo do cinema. A cada filme que era lançado ele dizia que o filme fracassaria.

Nesse momento, Amitabh recebeu apoio de seu amigo Rajiv Gandhi, na época governador do estado de Uttar Pradesh, filho da ex-primeira ministra Indira Gandhi, que o incentivou a entrar na política. Foi assim que, em 1984, ele conseguiu uma vaga no parlamento indiano, na cadeira de Allahabad, sua cidade natal, sendo eleito por quase 70% dos votos. No entanto, outro revés o esperava. Amitabh renunciaria a seu cargo no parlamento indiano, três anos depois, após o escândalo de Bofors, considerado até hoje o maior caso de corrupção já descoberto na Índia, vir à tona envolvendo Rajiv Gandhi. Embora Amitabh tenha sido investigado, acabou sendo inocentado. Após esse caso, ele ainda tentou permanecer na política apoiando um outro partido de um outro amigo seu. Mas de novo encontrou reveses, dessa vez por parte de algumas mídias impressas que insistiam em encontrar ilegalidades em seus atos.

Após tanto fracasso e uma década de 80 praticamente perdida, Amitabh resolveu aceitar o convite de voltar pra Bollywood e fez, em 1988, o filme Shahenshah. Por marcar seu retorno, o filme foi o maior sucesso. Acontece que o mundo já era outro e seu público já tinha também encontrado outros heróis. Os filmes seguintes todos fracassaram. De 1992 a 1997 ele ficou quase sem fazer filmes, e aproveitou o tempo para criar sua produtora, a Amitabh Bachchan Corporation Ltd. (ABCL). Sua ideia era atingir a marca de faturamento em 250 milhões de dólares até o ano 2000. A estratégia seria abarcar todo o setor de entretenimento indiano, explorando publicidade, comercialização de produtos e imagem das celebridades.

Mas, como o destino anda lado a lado com Amitabh, em menos de dois anos a empresa entrou em falência após sucessivos fracassos, a ponto de, em 1999, a Suprema Corte de Mumbai confiscar uma de suas mansões e dois flats enquanto uma de suas dívidas não eram quitadas.

Mas finalmente o novo milênio trouxe a Amitabh novas perspectivas. No ano 2000 chegou à Índia a adaptação do programa de televisão Who Wants to Be a Millionaire? (O "Show do Milhão"), no qual Amitabh tornou-se o apresentador. Como em todos os lugares do mundo, o programa tornou-se sucesso garantido e conseguiu trazer Amitabh para a popularidade novamente, após duas décadas de fiascos. Aliás, no próprio ano 2000, ele apareceu no filme Mohabbatein, de Aditya Chopra, que foi o maior sucesso.


Após esse filme, daí veio Aks (2001), Aankhen (2002), Khakee (2004), Dev (2004) e Black (2005). Com todo esse sucesso, imediatamente começou a aparecer em comerciais de televisão. Em seguida veio Bunty Aur Babli (2005), Sarkar (2006) e Kabhi Alvida Na Kehna (2006), todos sucessos. Em 2007 fez seu primeiro filme falado em inglês, The Last Lear, recebido pela crítica como o melhor papel de Amitabh desde o filme Black. Neste momento, ele faz seu primeiro filme internacional, de Mira Nair, que se chamará Shantaram e terá Johnny Depp como protagonista.

É claro que, em todo esse meio tempo da reconquista de sua fama e sucesso, ele passou por diversas complicações que, por um lado, envolve ciúme de pessoas que não aceitam seu sucesso, mas por outro, envolve sua personalidade e passado um tanto complexos. Amitabh é uma pessoa assustada, isso é um fato. Durante os atentados de Mumbai, no ano passado, ele chegou a declarar que estava dormindo com uma pistola debaixo do travesseiro. Na mesma época, envolveu-se numa confusão no aeroporto de Mumbai, pois o detector de metais indicou algo nele que - supresa! - descobriu-se ser esta mesma pistola. E detalhe: ele ia de avião de Mumbai a Pune, cidades distantes 160km... também agora, neste exato momento, o próprio também fez parte de uma polêmica com o filme Slumdog Millionaire, conforme já expus em uma postagem (veja a polêmica aqui).

Enfim, ao menos seu filho, Abhsishek Bachchan, e sua nora, Aishwarya Rai, parecem ser pessoas com a mente mais tranquila.

Caminho das Índias - Música Salaam

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Até agora já conseguimos descobrir 5 músicas que fazem parte da trilha sonora indiana da novela Caminho das Índias: Kajra Re, Beedi Jalaile, Main Vari Vari, Azeem-o-Shaan Shahensha e Salaam. Esta última, aliás, é uma das que faltavam descobrir e que hoje alguém me passou o nome. Ainda falta ao menos uma música que está tocando na novela e que ainda não descobri e ninguém colaborou até o momento. Nesta postagem falarei apenas da música Salaam. Para saber das outras, clique aqui.

Bom, em primeiro lugar, esta música tocou logo no primeiro capítulo, na cena em que a personagem Anusha (interpretada por Karina Ferrari) dançou para a família. Na época eu não identifiquei que música era aquela, mas uma pessoa me mandou o nome com o link do youtube. A música, Salaam, é do filme Umrao Jaan (2006), dirigida por J.P. Dutta, estrelando Aishwarya Rai, Abhishek Bachchan, Shabana Azmi e Sunil Shetty. Conta a história real da cortesã Umrao Jaan (interpretada por Aishwarya), esposa do Sultão Nawab (interpretado pelo marido de Aishwarya, Abhishek Bachchan). Para quem não sabe, as "cortesãs" eram como que amantes oficiais de reis, tanto na Europa quanto na Índia.

Na cena desta música, Aishwarya canta sozinha, vestida com uma roupa específica da dança Kathak, do norte/noroeste da Índia, de forte influência persa e muçulmana. É cantada em urdu, uma variação do hindi, cuja principal diferença é uma maior proximidade com palavras de origem árabe e persa. Mas na prática, o urdu é a mesma língua que o hindi.
O playback da música é feito pela cantora Alka Yagnik, a letra é de Javed Akhtar e a composição é de Anu Malik.

Confira então o clipe da música Salaam (legendado em português) e, abaixo, veja a letra em urdu e traduzida para o português. Para fazer o download desta música
clique aqui (em Download the track, clique com o botão esquerdo, mande salvar e espere o download ser feito).



Salaam
"Saudação"

Laakh
Tantas vezes

Iss dil ko
Pra esse coração

Hum ne samjhaaya
Eu tentei explicar

Dil yahaan phir bhi humko le aayaa
Mas meu coração me trouxe pra esse lugar mesmo assim

Salaam … salaam
"Saudações"

Tumhari mehfil mein aa gaye hai (2x)
Nós viemos pra sua companhia

To kyon na hum yeh bhi kaam karlein
Vamos cumprir esse dever então

Salaam karne ki aarzoo hai (2x)
Eu desejo te encontrar

Idhar jo dekho salaam karle
Olhe para cá e nos conheceremos

Tumhari mehfil mein aa gaye hai

To kyon na hum yeh bhi kaam karlein
Salaam karne ki aarzoo hai
Idhar jo dekho salaam karle


Yeh dil hai jo aagayaa hai tum par

Wagar na sach yeh hai banda parwar (2x)
Você é um cavalheiro
Esse coração se apegou a você

Jise bhi hum dekhle palatkar (2x)
Pra quem quer que seja que olharmos

Usee ko apna ghulam karle
Eles se tornam nossos escravos

Salaam karne ki aarzoo hai
Idhar jo dekho salaam karle

Bohot si baatein hai tum ko kehni
Bohot si baatein hai hum ko kehni (2x)
Você tem tantas coisas pra dizer
Eu tenho tantas coisas pra dizer

Kabhi jo tanha milo kaheen tum (2x)
Se eu te encontrasse sozinha

To baatein hum yeh tamaam karle
Então nós poderíamos dizer todas essas coisas

Salaam karne ki aarzoo hai
Idhar jo dekho salaam karle

Woh Laila-Majnu ki ho mohabbat
Ke Shireen-Farhaad ki ho iffat (2x)
Se isso é amor como Laila e Majnu
Ou a paixão de Shireen e Farhaad

Zara sit um jo dikhao jurat (2x)
Se você anda o mínimo fora da linha

To hum bhi un jaisa naam karle
Acrescentarei meu nome entre o deles

Tumhari mehfil mein aa gaye hai
To kyon na hum yeh bhi kaam karlein
Salaam karne ki aarzoo hai
Idhar jo dekho salaam karle


Colaborou: Carol

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mostra Nouvelle Vague Indiana - CCBB Brasília



Atenção brasilienses! A Mostra Nouvelle Vague Indiana do Centro Cultural Banco do Brasil, que ja esteve aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro, chega hoje a Brasília com 20 filmes na bagagem! A Mostra vai de 20 de janeiro a 1° de fevereiro.

O endereço do CCBB Brasília é SCES, Trecho 2, Conjunto 22. Para maiores informações, sinopses etc., acessem o site:

Agora leiam, a seguir, o artigo que saiu no Correio Braziliense e, em seguida, confiram a programação completa da Mostra.

20/01/09
Mostra Nouvelle Vague Indiana começa nesta terça no CCBB
Tiago Faria, do Correio Braziliense

Quem associa o cinema indiano aos espetáculos extravagantes de Bollywood será obrigado a rever conceitos. Os 20 filmes selecionados para a mostra Nouvelle vague indiana, em cartaz a partir desta terça no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), habitam a margem da indústria de cinema de Mumbai (ex-Bombaim). A fábrica de sonhos, tratada como inspiração por artigos pop ocidentais como o filme Slumdog millionaire e a novela Caminho das índias, convive com uma vigorosa cena independente, pouco conhecida dentro e fora do país. As obras raras de cineastas como Mrinal Sen e Adoor Gopalakrishnan, premiadas em festivais internacionais, trocam a fantasia por um retrato contundente da realidade de um dos países mais populosos — e desiguais — do planeta.


Sem recorrer a situações mirabolantes, cenas musicais ou heróis românticos, esta cinematografia paralela se identifica com movimentos italianos (o neo-realismo) e franceses (a nouvelle vague) para se dedicar a reflexões sobre a condição do indivíduo numa sociedade em processo de transformação. "É importante reconhecer que, em oposição a Bollywood, a Índia tem um outro cinema historicamente muito importante que não é exibido no Brasil. Nem na internet é possível encontrar a maior parte dessas produções", afirma a curadora Gisella Cardoso. Na Índia, a safra fortalecida principalmente nas décadas de 1960 e 1970 ganha o nome de art movies ou parallel cinema. Apesar de diferentes entre si, são filmes marcados por experimentação de linguagem e por incisivo tom de crítica social — uma combinação explosiva que, ao público brasileiro, remete ao nosso cinema novo.

No ocidente, o ciclo acabou classificado como novo cinema indiano ou nouvelle vague indiana. As múltiplas denominações sugerem o quão difícil é definir este cinema, realizado por diretores que defendem a autoria dos projetos acima de qualquer dogma. "Não é possível afirmar se é um movimento ou uma tendência. De que forma esses filmes se agrupam? Em comum, eles têm a proposta de desbravar um novo cinema", explica Gisella. Enquanto os estúdios transformavam a Índia num dos pólos de produção cinematográfica mais expressivos do mundo, o governo subsidiava obras despreocupadas com resultados de bilheteria. Curiosamente, do incentivo nasceram criações profundamente radicais e engajadas como Calcutá 71, de Mrinal Sen, que alterna cenas documentais de miséria com uma narrativa delirante, próxima da estética do cinema marginal brasileiro do final dos anos 1960.

A vitrine principal da mostra é formada por longas que, numa época fértil para a invenção, testam os limites do cinema. Mas, além de acompanhar o desenvolvimento desses artistas nos anos 1980 e 1990, a seleção inclui títulos que de cineastas que prepararam o terreno para a geração de autores. O caso mais célebre é o de Satyajit Ray (1921-1992), um dos maiores mestres do cinema mundial (infelizmente, presença raríssima no circuito alternativo brasiliense). A clássica Trilogia de Apu, rodada entre 1955 e 1959, toma o neo-realismo italiano como referência para compor o extenso perfil de um menino pobre, que amadurece quando confrontado com uma sucessão de tragédias. Com um estilo visual seco, mas aberto ao lirismo, a série garantiu visibilidade internacional ao avesso de Bollywood. Na programação, Ray retorna em dois outros momentos: com Days and nights in the Forest, de 1970, e no canto de cisne The stranger, de 1991.

Programação:

Dia 20 - Terça
15h
- Canção da Estrada (122 min)
17h30 - O Invencível (110 min)
20h - O Mundo de Apu (105 min)

Dia 21 - Quarta
15h
– Meghe Dhaka Tara (126min)
17h30 – Uski Roti (110 min)
19h30 – Bhuvan Shome (96 min)

Dia 22 - Quinta
15h
– Rajnigandha (110 min)
17h30 – Sara Akash (92 min)
19h30 – Elippathayam (121 min)

Dia 23 - Sexta
13h
– Jaén Bhi Do Yaaron (143 min)
15h30Ankur (131 min)
18h – Calcutta 71’ (132 min)
19h30 - Debate

Dia 24 - Sábado
13h
– Antareen (91 min)
15h – Arvind Desai Ki Ajeeb Dastaan (118 min)
17h30 – Nishant (140 min)
20h – Agantuk (120 min)

Dia 25 - Domingo
13h
- Canção da Estrada (122 min)
15h - O Invencível (110 min)
17h30 - O Mundo de Apu (105 min)
19h30 - Dias e Noites na Floresta (115min)

Dia 27 - Terça
15h00
– Salim Lagde Pe Mat Ro (111 min)
17h30 – Ardh Satya (130min)
20h – Jaane Bhi Do Yaaron (143 min)

Dia 28 - Quarta
15h
- Pestonjee (130 min)
17h30 – Elippathayam (121 min)
20h – Antareen (91 min)

Dia 29 - Quinta
15h30
- Meghe Dhaka Tara (126min)
18h – Nishant (140 min)
19h45 - Debate

Dia 30 - Sexta
13h
– Pestonjee (130 min)
15h30 - Ardh Satya (130min)
18h - Salim Lagde Pe Mat Ro (111min)
20h - Arvind Desai Ki Ajeeb Dastaan (118 min)

Dia 31 - Sábado
13h
– Rajnigandha (110 min)
15h - Sara Akash (92 min)
17h – Ankur (131 min)
20h - Uski Roti (110 min)