sábado, 28 de março de 2009

Trilha Sonora - Caminho das Índias

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Finalmente o CD internacional da novela Caminho das Índias foi confirmado e tive a certeza que o que havíamos antecipado aqui estava correto. São, no total, 11 músicas que compõem a trilha sonora internacional de Caminho das Índias.

As postagens que foram sendo feitas conforme identificávamos as novas músicas contam com as letras e as respectivas traduções, uma breve explicação dos filmes de Bollywood das quais elas vieram, o clipe no youtube e os links pra download. A única música sem letra e clipe é Bangra Jaya, que é instrumental e ao que parece foi criada para a novela. Portanto, pra facilitar a vida de todos, abaixo vão os links para as postagens de cada música (clicando no nome), com o link pra download ao lado do nome de cada música. No final, disponibilizo um link para quem quiser fazer o download completo do CD. Também há, no final, o link pro CD de músicas instrumentais da novela.

E por favor, se algum link para download não estiver funcionando, deixe um comentário me avisando que arrumarei imediatamente.

1. Beedi Jalaile - Download
2. Kajra Re - Download
3. Nagada Nagada - Download
4. Sajna ve Sajna - Download
5. Main Vari Vari - Download
6. Mast Kalandar - Download
7. Chori Chori Hum Gori Se - Download
8. Salaam-e-Ishq - Download
9. Salaam - Download
10. Azeem-O-Shaan Shahensha - Download
11. Bangra Jaya - Download

CD COMPLETO (4Shared)

*** Para o CD de MÚSICAS INSTRUMENTAIS CLIQUE AQUI ***


sexta-feira, 27 de março de 2009

Roja (1992) - ரோஜா

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Outro filme que estava na III Mostra Bollywood e Cinema Indiano de São Paulo foi Roja (1992), escrito e dirigido por Mani Ratnam e com música de A.R. Rahman. Esse filme é originalmente tamil, mas foi em seguida refilmado em hindi, malayalam, marathi e telugu.

Roja teve uma importância especial para ambos Ratnam e Rahman. Para Ratnam, esse filme foi responsável por colocá-lo no mapa do cinema indiano, dando a ele o prêmio Nargis Dutt, dado pelo National Film Awards para o melhor filme no tema da integração nacional, e também os prêmios de melhor diretor e melhor filme pelo Filmfare Awards South (a premiação do cinema indiano para os estados do sul). Além disso, Roja foi indicado ao prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Cinema de Moscou. Para Rahman, esse filme foi nada mais que sua estreia à frente de uma trilha sonora, já dando a ele o prêmio de melhor trilha sonora pelo National Film Awards e pelo Filmfare Awards South. No ano de 2005, a revista estadunidense divulgou uma lista das dez melhores trilhas sonoras de todos os tempos, na qual a trilha deste filme estava incluída. A partir de então A.R. Rahman saltou de Tamil Nadu e tornou-se a referência suprema das trilhas sonoras de todas as indústrias cinematográficas indianas, sobretudo após o sucesso do filme Bombay (1995).

Bom, mas apesar disso tudo, eu não gostei muito do filme. A história é a seguinte: Roja (Madhoo) é da pequena vilda de Sundarapandianpuram, no Tamil Nadu, e casa-se com Rishi Kumar (Arvind Swamy), com quem vai morar na capital Chennai (tudo isso após algumas confusões familiares antes do casamento, típico do cinema indiano). Rishi é um renomado criptologista e é chamado pelo governo indiano pra passar um tempo na Caxemira para ajudá-los a decodificar algumas mensagens trocadas pelos terroristas islâmicos paquistaneses de lá, que lutam pela autonomia da região. Mas como fazia apenas uma semana que Rishi e Roja haviam se casado, ela insiste muito em ir junto e acaba conseguindo. Na Caxemira, Rishi acaba sendo sequestrado pelos terroristas, que exigem a libertação do Wasim Khan, um terrível terrorista preso pela Índia. A partir desse ponto, a história desenrola-se mostrando a luta de Roja para encontrar Rishi e a fidelidade de Rishi por sua pátria-mãe, a Índia.

Acontece que a maneira com que toda essa parte acontece é tão falsa que eu não conseguia sensibilizar-me pelo tema. Um exemplo de absurdo é quando Roja simplesmente vai junto do exército indiano dentro da vila em que estão os terroristas, louca pra encontrar seu marido, percorrendo, sozinha, as vielas repletas de terroristas com metralhadoras. Além de tudo, ainda que o filme tente mostrar que a luta dos paquistaneses pela Caxemira resulte em muito mais sofrimento desnecessário do que qualquer outra coisa, Ratnam pecou em fazer uma apologia muito forte da supremacia indiana que também não é real. Quem conhece a história da Índia sabe que a partição de Índia e Paquistão não foi simples, muito pelo contrário. E pior, o filme passou - ao menos pra mim - uma imagem terrível dos muçulmanos, em benefício dos hindus, supostamente bonzinhos. Existe também um certo debate a respeito de até que ponto o governo deve ceder aos pedidos dos terroristas, mas como o próprio filme chama-se Roja, é óbvio que os desejos e a devoção incondicional de Roja têm que falar mais alto. E indiano simplesmente adora ver no cinema o amor incondicional e o patriotismo. Deu certo.

As músicas de Rahman que o projetaram são de fato bonitas, mas configuraram-se quase que como hinos nacionais da Índia, de embasamento fortemente patriótico. As músicas falam da supremacia indiana, da unidade na diversidade, coisas que os indianos tanto se gabam, mas o problema maior de tudo é o fato de deixar os muçulmanos com uma imagem muito negativa. Tanto é que no lançamento do filme Bombay, três anos depois, a casa de Ratnam foi atingida por uma bomba.

Como não encontrei um trailer do filme, resolvi colocar aqui uma cena que ficou clássica desse filme, em que Rishi, ainda preso com os terroristas, vê que um dos caras pega uma tocha e vai botar fogo da bandeira indiana. Revoltadíssimo com o que estava acontecendo, Rishi arrisca a própria vida e sai correndo pra impedir que a bandeira de sua pátria fosse queimada, atirando-se em cima dela, que já estava em chamas. E a música de fundo fica repetindo que a Índia não pode ser dividida, que ela é da Caxemira ao Kerala, do Gujarat ao Assam... quase um Jana Gana Mana.



quarta-feira, 25 de março de 2009

Entrevista com Aamir Khan

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Não, não, não pensem que a entrevista foi feita por mim e que sou tão influente que logo farei um encontro com Aamir Khan, SRK e Aishwarya juntos, apenas para os fãs do Cinema Indiano. Oxalá um dia isso ocorra!! Mas enquanto isso não acontece, no entanto, contento-me em repartir com vocês coisas que saem na internet e que, por alguma obra do destino, chega às minhas mãos. Dessa vez a obra do destino veio via um leitor dedicado do Cinema Indiano, que encontrou essa entrevista no site da Bollywood.com. Eu achei a entrevista bem interessante e completa, mas sei que sou suspeito pra dizer isso. Embora Aamir diga que Amitabh Bachchan seja o cara pra ele, pra mim Aamir Khan é o cara! Então confiram a entrevista:

"Quem Quer Ser um Milionário? não me tocou" - Aamir Khan
por Bollywood Hungama News Network (tradução livre)

Ator top de Bollywood e condecorado pelo governo indiano com o prêmio Padmashree, Aamir Khan participou da edição especial do Talk Asia, da CNN, filmado em frente a uma plateia em Mumbai, onde compartilhou com Anjali Rao suas opiniões a respeito de Bollywood, os ataques de Mumbai e muito mais. A primeira exibição foi vista no dia 25 de março, às 18h, e haverá duas reexibições no dia 28 de março, às 10h e às 20h. O programa pode ser visto também em www.cnn.com/talkasia. Quem tiver acesso, não perca!

Confira agora os melhores trechos da entrevista:

É realmente um prazer tê-lo conosco hoje e muito obrigado por ter vindo. Seu filme mais recente, Ghajini, é agora o maior sucesso de Bollywood de todos os tempos. Você tinha ideia que isso poderia chegar a esse tamanho?
Você pode esperar por isso, você pode esperar por isso em todos os filmes que faz. Mas nunca podemos afirmar até que vejamos como a audiência reage a ele. Então acho que com Ghajini o que aconteceu foi que fizemos a coisa certa pra atingir esse objetivo. Percebi que não fazia um filme hardcore havia muito tempo, o que foi bom. Acho que to feliz com isso.

Depois desse filme ter feito esse sucesso, as pessoas estão dizendo que você é o verdadeiro "King Khan". E que você chutou Shahrukh pra fora porque ele tem o carisma dele mas você conseguiu fazer o que todos os atores sempre sonharam. Com Ghajini você teve excelente retorno não só financeiro, mas também de crítica. Como você fez isso? Como você deixou de fazer sempre o mesmo papel e chegar a isso?
Bom, você sabe que eu só faço papéis que acho legais e que eu goste de fazer. Eu apenas trabalho com o que me faz feliz. E eu realmente não tenho nenhuma intenção de chutar Shahrukh de seu pedestal. Mesmo assim eu nunca achei que ele estivesse num (audiência ri). Mas na minha opinião o único ator que eu realmente admiro é o Sr. Bachchan, Sr. Amitabh Bachchan. Ele é alguém cujo trabalho eu realmente gosto, ele é um fantástico ator e tem um estrelato que nenhum de nós nunca sonhou em ver. Então pra mim ele é o cara.

Uau, eu espero, pensando e olhando pra seu trabalho, que você não tenha muitas lembranças ruins... quer dizer, teve dias em que você pensou "ai meu Deus, nenhum filme faz sucesso??"
Foi cansativo, foi realmente cansativo, e na verdade tem uma brincadeira na minha família, que quando você quer Aamir pra fazer alguma coisa, faça um filme sobre essa coisa e ele então acabará fazendo isso. Então nunca pensei que eu tivesse que treinar, eu não costumo fazer isso, mas quando tenho que fazer um filme eu vou nisso e faço meu melhor. Mas foi sim doloroso e muito cansativo... quando olho como comecei, como eu era, eu não acredito, eu simplesmente não acredito. Mas hoje eu penso nisso e penso como se fosse um sonho distante. Eu nunca treinei, porque pro próximo filme que estou fazendo, meu diretor olhou pra mim, pro meu físico e disse pra eu perder tudo isso. Então eu tenho agora que perder tudo isso pro próximo filme que estou fazendo.

Aamir Khan, você não é apenas um grande ator, mas você também teve sua estreia como diretor em Taare Zameen Par. Como foi pra você estar do outro lado da câmera e, no mesmo momento, também atuando?
Foi cansativo, principalmente porque não era eu quem deveria dirigir o filme. Então de repente, em uma semana, eu estava lá. Eu dei minhas tripas por ele. Honestamente, eu nem tinha tempo pra pensar. E agora, quando olho pra trás, eu percebo que atingi um ponto em minha carreira em que eu queria dirigir um filme há muito tempo, e a pressão sempre afastou-me disso. O jeito com que tudo aconteceu não me deu tempo de pensar e decidir, sabe? Eu entrei nisso porque tinha que entrar, e acabei fazendo o filme com o melhor que eu tinha. Mas eu realmente não iria fazer isso, talvez se eu não tivesse feito TZP eu acabaria não dirigindo um filme pelos próximos 10 anos ou mais, sei lá. E então eu acho que to muito grato por isso ter acontecido, porque fiquei muito feliz com o que o filme se tornou e feliz com a maneira com que isso impactou as pessoas.

Lagaan foi indicado ao Oscar in 2001. Naquele momento, o filme ganhou muito crédito por ter colocado Bollywood no mapa. Quão importante você acha que para os filmes indianos serem reconhecidos pelo ocidente?
Lagaan foi feito para o público indiano. Ele acabou sendo apreciado por muitos e atravessou o planeta, e pessoas de diferentes lugares amaram o filme e nós ficamos realmente felizes com isso. Mas se isso não tivesse acontecido, esse filme não teria sido tão importante se consideássemos o que o público indiano achou dele. Então, até agora, nós estamos fazendo filmes para nossa própria audiência, que é grande e saudável. E nós realmente nunca nos preocupamos com o público internacional. Nós nunca nos preocupamos em entretê-los. E eu acho que o dia em que decidirmos fazer isso, então faremos direito.

Quem Quer Ser um Milionário? foi um grande marco, eu acho, mas você sabe que com todas as premiações ele acabou rodando o mundo, mas aqui na Índia muitos o odiaram. O que você pensa disso?
Ele não me tocou pessoalmente. Emocionalmente ele não fez nada em mim. E eu acho que isso é porque eu não estou acostumado a ver indianos falando inglês. Então, sabe, todas aquelas crianças faveladas falando inglês, e o policial... me pareceu muito estranho... não funcionou pra mim por causa disso.

Você foi bem enfático em seu blog quando houve os ataques em Mumbai. Apenas diga pra gente o que se passava em você quando os ataques ocorreram.
Bom, aquilo foi devastador. Quer dizer, foi como um pesadelo, eu não acreditava que aquilo estava acontecendo. Me chocava demais ver o jeito com que os ataques estavam sendo feitos. Todas aquelas vidas sendo levadas e muitos pensamentos estavam em minha cabeça. Foi muito triste aquilo... vivemos num mundo em que há pessoas, em todos os cantos do mundo, que pensam que é dessa maneira que eles serão escutados, matando inocentes. Isso não faz sentido pra mim, mas eu acho que é assim que o mundo é hoje.

Aamir Khan, certamente você estava falando para o governo, em seu blog, quando você disse para não negociarem com os terroristas. Mas você também pareceu um tanto crítico com a maneira com que as coisas estavam sendo lideradas. Explique melhor o que você pensava.
Não, eu não estava sendo crítico em relação ao que o governo estava fazendo. Porque eu acho que naquele momento eles estavam fazendo o melhor que podiam fazer. Mas eu sou crítico em relação ao número de líderes políticos que vêm usando religião e castas na política por décadas. E é apenas isso, você sabe, que polariza as pessoas. Isso espalha muito veneno e negatividade na sociedade.

A sua resposta aos ataques de Mumbai nos leva a lembrar o filme Rang de Basanti, de 2006, que fez uma grande parte da juventude indiana a se envolver com a política. É importante pra você também fazer filmes que não sejam apenas flores?
Sim, claro. Eu acho que pelo tipo de pessoa que sou, eu me atraio por certos tipos de casos. Então, um filme como Rang de Basanti vem a mim e isso me inspira. Eu penso 'uau, isso é algo que quero fazer parte'. Então as coisas primeiro me tocam.

Existe uma certa fórmula que funciona muito bem em Bollywood. Mas de volta a 2001, Lagaan foi completamente contra essa fórmula, você sabe. Era um filme que ninguém quis fazer, era um roteiro que quase morreu. Era mais de três horas e meia de filme, com um elenco praticamente desconhecido, comparados a você. Mas ainda assim o filme foi um super sucesso... você obviamente levou o projeto adiante pois acreditava nele. As outras pessoas pensavam que você estava louco?
Sim. Bom, eles pensavam isso todas as vezes. Cada vez que eu começava um filme eles diziam 'hmmm, dessa vez ele vai se dar mal'. Todo mundo que me conhecia dizia que eu estava louco, que eu me daria mal. E quando fiz Dil Chahta Hai, ou também Rang de Basanti ou mesmo Taare Zameen Par, eles diziam 'hmmm, crianças e educação, ok...'. Mas isso também é excitante, sabe, quando você pega coisas difíceis e inusuais e quebra as regras do cinema.

Ninguém poderia produzir Lagaan. Mas no final, após um bom convencimento, você teve que fazê-lo. Mas parece que havia mais dificuldades com ele. Quer dizer, teve uma cena em que você precisava de 10.000 camponeses de algum lugar e a vila nem estava construída ainda. Como um produtor, você certamente não teria levado isso adiante. Então me diga como você conseguiu vencer alguns desses obstáculos pra fazer esse filme.
Bom, Lagaan foi especialmente difícil de ser feito. Quer dizer, o tempo e a imensa quantidade de atores que tínhamos... e apenas ter que deixar todos prontos pra filmar às 8h, nós tínhamos que chegar às 4h e começar a nos preparar, era insano.

8h da manhã?
Da manhã, sim. E o críquete era muito cansativo. Porque a bola e o taco não fazem o que você quer que eles façam. E o dia dos 10.000 camponeses foi um grande dia, porque nós tivemos que mandar várias equipes pra várias vilas e dizer que estávamos fazendo um filme, mas a maior parte deles nem sequer havia visto um filme em suas vidas.

Depois do flime acabar, os atores de Bollywood se vão e Aamir deixa o privado em sua vida privada, mas isso não significa que ainda assim não deixaremos de fazer perguntas pessoais. A casa que vemos naquele vídeo, parece que você passou grande parte da sua infância ali.
Bom, não naquela casa propriamente, mas em Panchgali, naquelas montanhas.

Que tipo de infância você teve?
Bom, bem normal, na verdade. Nossos pais cuidaram bem de nós. Tivemos uma vida bem tranquila. Na verdade meus pais eram realmente contra minha ideia de fazer filmes. Eu venho de uma família de atores e cineastas. Tanto meu pai quanto meu tio eram cineastas. E eu vi em casa como isso era desgastante. Era como se não houvesse possibilidade pra mim de fazer filmes. Mas eu geralmente não escuto as pessoas. Eu apenas faço o que quero fazer. Mas quando eles se deram conta... na verdade era mais porque eles se preocupavam comigo. Todos os pais se preocupam com seus filhos. E seguir essa profissão é um tanto incerto. Então um dia você está nisso, noutro dia você é ninguém... é de fato uma profissão difícil.

Aamir Khan, quando você olha pra você no passado, pro que você fez nos anos 80 e 90, você tem orgulho de si mesmo ou pensa "ai meu Deus, quero morrer!"?
Eu tenho vergonha. Sabe, quando termino um filme em seis meses eu acho que ele não está bom. Foi nisso que erramos, não deveríamos ter feito isso, mas eu cresci muito como um ator e sei que posso fazer muito melhor agora. Eu não gosto do meu trabalho, na verdade.

Deve ser chato, porque você continua vendo eles?
Eu desde cedo não vejo meus trabalhos. Eu vejo muito eles quando eles estreiam, com o público. Isso eu sempre faço. Eu vejo meus filmes com a audiência, mas eles nunca sabem que estou no cinema com eles.

Como eles não sabem?
Eles não sabem porque entro depois deles no cinema. Então eu fico em pé no fundo, ou vou à sala de projeção, e de lá posso ver todos, posso escutá-los. Então vejos eles se mexendo na cadeira se não gostam do filme ou da cena. Dá pra perceber isso. Então se o filme não é legal, você de repente ouve um monte de barulho de cadeira, de pessoas tossindo, e então você sabe que perderá audiência.

Você foi na sala de projeções em filmes que não fizeram sucesso, como Mela e Mann?
Sim, fui... e é triste. É realmente triste. Mas é pra isso que faço meus filmes. Eu quero, eu faço os filmes pro público ver e eu quero estar lá pra ver eles gostarem. Mas se eles não gostam, também quero estar lá pra ver.

Se você tivesse que me dizer uma característica sua que faz você ser esse sucesso todo, que característica seria?
Eu acho que pra mim isso seria, eu sempre fiz o que me faz feliz. Eu percebi logo cedo em minha carreira que sempre que eu tomava uma decisão que eu pensava ser a decisão correta, então eu devesse fazer aquilo; mas eu sempre me ferrava. Sempre que eu pensava que seria esperto, acabava fazendo coisas horríveis. Mas sempre que fiz coisas que eu sentia que tinha que fazer, daí tudo funcionou. Não importa o quão ridículo poderia parecer pros outros, ou quão impraticável fosse... mas sempre que segui meu coração e fiz as coisas que me faziam feliz, então essas coisas deram certo.

Colaborou: Luiz Bagatin

segunda-feira, 23 de março de 2009

Exibição gratuita de Slumdog Millionaire

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No dia 30 de março, segunda-feira próxima, a Cultura Inglesa fará uma exibição gratuita do filme Slumdog Millionaire sem legendas (por isso não escrevi Quem Quer Ser um Milionário?), para seus alunos, convidados e curiosos treinarem o inglês (mas eu fiquei pensando cá comigo, como pode ser esse filme exibido sem legendas se a maior parte dele é em hindi? Espero que tenham legendas em inglês quando falarem hindi!).

A Sessão Cultura Inglesa realizar-se-á no Espaço Unibanco de Cinema, no dia 30/3, às 21h30, na sala 1 (Rua Augusta, 1475).

Apesar de a sessão ser gratuita, a Cultura Inglesa pede que levem um quilo de alimento não perecível que será doado à Casa de Apoio e Casa Caio. Para fazer a RESERVA DO INGRESSO, é necessário ligar para o seguinte número: (11) 3095-4466

Colaborou: Profª Sandra Bose, via sugestão de Andressa Ferreira

domingo, 22 de março de 2009

"Os filmes de Bollywood fazem o povo feliz"

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A frase título dessa postagem foi dita por Ram Prasad Devineni, curador da 3ª Mostra Bollywood e Cinema Indiano de São Paulo (clique aqui para ver a programação), e um dos fundadores da Agência Internacional de Cinema (AIC) de São Paulo. No dia da estreia da mostra, o portal G1 publicou uma pequena entrevista com Ram, mas que vale a pena ser lida. Confira:

"Os filmes de Bollywood fazem o povo feliz", diz curador de mostra em São Paulo

por Débora Miranda, do G1, São Paulo

A Cinemateca Brasileira, em parceria com a Academia Internacional de Cinema (AIC), promove a partir desta terça-feira (17) a terceira edição da mostra "Bollywood e cinema indiano", que reúne as mais variadas produções cinematográficas daquele país, exibidas em sessões gratuitas. Para quem não conhece, Bollywood é como ficou conhecida a parte mais poderosa e popular da indústria cinematográfica indiana, em uma analogia à palavra Hollywood, começando com a letra "B" de Bombaim, como antigamente era conhecida a cidade de Mumbai.

São filmes, em sua maioria, de difícil acesso aqui no Brasil e que serão exibidos apenas com legendas em inglês. Mas o apanhado feito pelo curador da mostra, o cineasta indiano Ram Prasad Devineni, vale o esforço. Há desde os grandes sucessos de Bollywood -filmes mais leves com muita música e dança, como o clásssico "Bobby", campeão de bilheteria dos anos 70-, até uma seleção especial dedicada ao tema "Terrorismo", e uma mostra da recente produção de filmes policiais.

Em entrevista ao G1, Devineni falou sobre a grande indústria do cinema indiano, e afirmou que Bollywood vem crescendo em ritmo acelerado, mais rapidamente do que Hollywood. "Mais de 4 bilhões de pessoas assistem aos filmes de Bollywood no mundo todo", calcula. Disse ainda ter esperanças de que esta mostra seja o início de uma conexão mais profunda entre sua cultura e a brasileira, e que espera que os espectadores reconheçam a importância das produções de Bollywood. "Os filmes de Bollywood fazem o povo feliz! Eles são uma parte importante da cultura indiana e uma espécie de embaixadores da Índia no resto do mundo".

Leia, abaixo, trechos da entrevista.

G1 - Como você selecionou esses filmes? Há muitos gêneros distintos, sua intenção era atingir todas as áreas ou pelo menos as mais representativas do cinema indiano?
Ram Prasad Devineni -
Bollywood é muito parecida com Hollywood, no sentido de que também reúne muitos gêneros. O que faz de Bollywood única é que todos os seus filmes são melodramas com canções e danças. Portanto, você pode ver um filme indiano de horror ou um drama familiar, e todos eles terão uma sequência de música e dança. A razão que me fez optar por uma seleção de filmes sobre terrorismo na Índia foram os recentes ataques em Mumbai. Terrorismo é um dos principais problemas na Índia, e já que o país tem armas nucleares, precisa ter cuidado em como vai responder. Quero que o público estrangeiro tenha um entendimento básico dos principais problemas em torno desses ataques terroristas, como os protestos Hindu-Muçulmanos em Mumbai aos problemas políticos da Caxemira. Então programei uma seleção de filmes que atingem esses assuntos. E já que são produções de Bollywood, elas irão entreter, além de fazer o público pensar e refletir sobre esses problemas.

G1 - Voê destacaria quais filmes em sua opinião são os mais importantes e por quê?
Devineni - Sou grande admirador de "The terrorist", que meu primo produziu e foi dirigido por Sanoths Sivan. O filme foi feito por menos de US$ 25 mil e se transformou em um grande sucesso. Foi o primeiro filme indiano a ser exibido no Festival de Sundance e ganhou o prêmio principal do Festival Internacional de Cinema do Cairo. Já que o filme tinha um orçamento tão pequeno e o tema era terrorismo, os cineastas se focaram nos conflitos internacionais do protagonista.

G1 - Bollywood tem uma das maiores produções de cinemas do mundo e mesmo assim ainda não é tão reconhecida fora da Índia. Não é fácil encontrar, por exemplo, os últimos lançamentos por aqui. Você acredita que mostras como essa possam abrir portas para a produção cinematográfica indiana?
Devineni - Bollywood está crescendo, e mais rápido do que Hollywood. Acho que mais de 4 bilhões de pessoas assistem aos filmes de Bollywood no mundo todo. Está se tornando extremamente popular na Europa, na Austrália, no Oriente Médio, na Ásia e na América do Norte. Acho que eventualmente encontrará uma audiência leal no Brasil, mas levará um tempo, por causa do idioma e das diferenças culturais. Além disso, há poucos indianos da Índia vivendo no Brasil, que poderiam apresentar e promover esses filmes.

G1 - Não sei se você está a par, mas temos atualmente uma novela sendo exibida aqui, chamada "Caminho das Índias", que é totalmente dedicada ao país e a seu universo. As pessoas têm se interessado mais a tudo relacionado à Índia, como a cultura, a religião e a moda. Acha que isso pode fazer desta terceira edição da mostra mais bem-sucedida que as anteriores?
Devineni - Sei sobre a produção que a TV Globo fez na Índia. Acho que é o começo de uma conexão entre duas culturas tão distintas. Há muitos conceitos errados, mas tudo tem que começar em algum lugar. Espero que os brasileiros assistam à novela e que também explorem a Índia independentemente, por meio de livros, música, dança e filmes -mesmo os filmes de Bollywood.

G1 - Fale sobre o seu documentário, que será exibido na mostra. O que o título, "Bollyworld", significa?
Devineni
- O meu documentário "Bollyworld" foi feito com o jornalista brasileiro Franthiesco Ballerini. Nós queríamos explorar as mudanças notáveis que estão ocorrendo na indústria de cinema de Bollywood como resultado da Globalização. Os filmes indianos estão alcançando públicos maiores tanto na Índia quanto fora dela, e como resultado o estilo desses filmes tem mudado -eles têm ficado com características mais ocidentais. É um pequeno e divertido filme de se assistir e acho que o público brasileiro terá uma boa visão de quem faz esses filmes.

G1 - Como você faria um panorama atual de Bollywood?
Devineni -
Minha relação com Bollywood e a Índia é sempre envolvente. Minha família faz filmes sul-indianos e em Bollywod, e são muito respeitados na indústria, mas cresci em Nova York assistindo a Akira Kurosawa, John Cassavettes, François Truffaut, Abbas Kiarostami e outros. Assim, por muitos anos ignorei Bollywood. Apenas recentemente retornei à Índia para explorar Bollywood e reconhecer essa indústria próspera e vibrante que atinge milhões de pessoas - ricas e pobres. Simplificando, os filmes de Bollywood fazem o povo feliz! Eles são uma parte importante da cultura indiana e uma espécie de embaixador da Índia no resto do mundo. Quando ajudei a iniciar a Academia Internacional de Cinema, em São Paulo, achei que seria interessante exibir os filmes de Bollywood no Brasil como uma forma de criar conexões culturais. Lembre-se, é apenas um começo. Todas as culturas ligadas pela arte-baixa no começo, antes de descobrir os aspectos culturais e artísticos mais complexos de seu povo.


sábado, 21 de março de 2009

Gauri: The Unborn (2007)

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Tem alguns filmes que a gente assiste e quando termina você nem acredita que perderam tempo fazendo ele. Eu posso estar exagerando um pouco e talvez alguns de vocês possam discordar de mim, mas o fato é que fui assistir na mostra ao filme Gauri: The Unborn (Gauri: A Não-Nascida, 2007), de Aku Akbar, e saí com essa sensação.

Eu não sabia praticamente nada desse filme, com exceção de que era um filme de terror/suspense que tratava da questão do aborto. Achei que seria interessante vê-lo, porque nunca tinha visto um filme de terror indiano, mas meu deus, se tem terror nesse filme eu devo ter dormido e não percebi!

A história é a seguinte: um casal feliz tem uma filha, Shivani, que, de repente, começa a portar-se de maneira muito estranha. Aos poucos, o filme vai deixando bem claro que Shivani está possuída pela alma de uma criança que, logo, descobre-se ser de Gauri, a menina que o casal decidira abortar vários anos atrás, quando não estavam preparados pra terem um filho ainda. Mas agora, após muito sofrimento por ter sido rejeitada, Gauri retorna pra cobrar para si o seu afeto perdido e dá um ultimato: durante três dias ela atormentaria a família e, no terceiro dia, levaria Shivani com ela, para seu mundo. A ideia deste momento era trazer tensão, terror e suspense ao filme, mas achei tudo tão tosco que na verdade não via a hora de o filme acabar.

Eu não vou contar o final, é óbvio, mas me lembro que quando o filme acabou levei a mão à testa e pensei: "Putz!".

No entanto, esse filme tem um obejtivo claro, na verdade. O fato de ele tratar sobre o tema do aborto e ainda por cima de uma menina não é a toa. Ainda que o casal não tenha abortado por saber que era uma menina, esse é um fato real na Índia - e por isso o filme faz muito mais sentido para os indianos. Fiquei imaginando que se eu fosse mulher (ou o companheiro de uma) e tivesse abortado no passado, esse filme me deixaria certamente mal. Pior ainda se a decisão fosse tomada com peso na consciência. Não simplesmente pelo fato de mostrar Gauri vindo cobrar o afeto e reverter a rejeição, mas principalmente por uma série de frases e diálogos que são colocados ao longo do filme, fazendo uma veemente defesa contra o aborto em qualquer hipótese.

Dói ouvir Gauri dizer à mãe que a rejeitou que no céu, além dela, há milhões de outras crianças que choram todos os dias por terem sido rejeitadas pelos pais, quando o que elas queriam era apenas um colo que as abrigasse e as preparasse para o mundo. Talvez apenas por esse fator o filme não é ainda pior.

Mas para os mais curiosos e interessados em conhecer todas as facetas de Bollywood, não deixem de vê-lo. Bollywood também é isso. E vejam o trailer abaixo, mas não se iludam!



The Terrorist - Theeviravaathi (1999) - த டெரரிஸ்ட்

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Outro filme que está na mostra aqui em São Paulo é o surpreendente The Terrorist, escrito e dirigido por Santosh Sivan (o mesmo de Asoka e Before the Rains). Esse filme também é feito no Tamil Nadu e falado em tamil, mas não é de Kollywood, já que Santosh Sivan bancou toda a produção sozinho.

Eu fui assistir a esse filme sem muitas expectativas e me surpreendi positivamente. A única coisa que eu sabia é que esse filme tratava da questão do terrorismo, mas acho que não precisava de muita inteligência para supor isso. Mas o fato é que, embora é óbvio que seja esse mesmo o tema do filme, o eixo central da história é outro.

O que mais me surpreendeu nessa obra de Santosh Sivan é a simplicidade com que ele tratou um tema tão denso. E muito além da simplicidade, o filme é extremamente sensível. Fico até com medo de falar muito sobre ele, correndo o risco de criar expectativa e estratagar a surpresa de quem for ver.

Limitar-me-ei a contar um pouco do que se trata, mas não falarei muito. The Terrorist conta a história de um grupo terrorista não identificado que planeja o assassinato de um líder político também não identificado. O plano é assassiná-lo com uma mulher-bomba, mulher essa que é personagem central do filme.

Logo no começo Malli (Ayesha Dharkar) é apresentada em uma cena de violência fria, porém não explícita. Conhecemos ali uma mulher-macho, indiferente em relação à vida, plenamente disposta a dar sua própria existência pelos seus ideiais, pela libertação de sua nação, como diz. Ao ser escalada para cumprir a maior das missões que o grupo planeja, inicia-se uma jornada até que o dia do assassinato chegue. Nesse processo, Malli recebe da vida o que ela não esperava nem de longe receber, mostrando que há muita sensibilidade por trás daquela alma com sede de vingança.

Em nenhum dos momentos do filme, porém, Sivan utiliza recursos de filmagem que possam intensificar a violência do tema, ou mesmo a tensão. Ao contrário, ele faz de suas lentes um recurso poético que coloca inclusive a onipresente floresta tamil como protagonista ao lado de Malli. O foco inverso de várias imagens, deixando o tema central das cenas desfocados, acaba por realmente tirar da prioridade o que deveria ser o tema central do filme: o terrorismo e o que há por trás dele. Mas acontece que não é esse o tema central do filme. Malli é o filme. E Malli é uma mulher sensível. E aliás, consta que todo o filme foi rodado em 15 dias somente e que a produção custou meras 5o mil rúpias, ou cerca de 2.500 reais.

Em muitos momentos, aliás, a cena se alonga centrada no rosto dos personagens principais, carregados de medo e ideais, mas as cenas nunca cansam. Mas o mais interessante é quando "entra" em cena uma senhora que supostamente está em coma há vários anos. Essa senhora é esposa da pessoa que hospeda Malli no local em que ela deverá cumprir sua missão. Por uma fresta na parede de seu quarto, de repente Malli vê a senhora deitada na cama do quarto ao lado, olhando-a, e descobre que ela está daquele jeito, deitada de olhos abertos, há anos. E eis que essa senhora de olhos fundos e (in)expressivos desempenha um papel fundamental no desenrolar da história, amplificando o valor que o subjetivo tem nessa obra.

E por fim, é importante que eu diga duas coisas sobre o filme. A primeira é que Santosh Sivan fez essa obra baseada no assassinato de Rajiv Gandhi (filho da também assassinada Indira Gandhi), em 1991, perto de Chennai, capital do Tamil Nadu, por uma mulher-bomba. O assassinato de Rajiv foi atribuído aos Tigres Tâmeis (LTTE), um dos mais antigos grupos terroristas do mundo, que defende a divisão da porção norte e oeste do Sri Lanka, de maioria tamil. Mas o LTTE tem uma outra importância muito maior para a história da humanidade. Foram eles os idealizadores de duas coisas concomitantes: o homem-bomba e a mulher-bomba. Por causa deles, hoje praticamente todos os grupos terroristas utilizam a técnica da pessoa-bomba, antes não pensada.

A outra coisa a respeito desse filme é que quando o ator John Malkovitch o viu pela primeira vez, no Festival Interncacional de Cinema de Cairo, em 1998, ficou tão impressionado que comprou os direitos para sua distribuição nos EUA.

Vejam o trailer abaixo:



sexta-feira, 20 de março de 2009

Bombay (1995)

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Fui assistir na mostra o filme Bombay, de Mani Ratnam (Dil Se, Guru). O filme é de 1995 e foi feito num dos momentos de maior tensão entre o hinduísmo e o islamismo na Índia, que na verdade sempre existiu e vem crescendo. E quebrando um pouco com Bollywood, esse filme vem de Kollywood, a indústria de filmes tamil, mas em grande parte ele é falado em hindi, já que se passa quase todo em Mumbai.

Quando o filme começa, temos a impressão que se trata de mais um daqueles filmes indianos bobinhos, com paixões impossíveis, permeadas por cenas de música onde o casal canta com caras apaixonadas. No entanto, o desenrolar da história mostra cenas (muito) tensas, sobretudo porque são fatos reais (ou possíveis num fato que foi real).

Shekhar (Arvind Swamy) é hindu e se apaixona por uma garota de sua vila, no Tamil Nadu. Acontece que a garota é Shaila Bano (Manisha Koirala), de família muçulmana. Shekhar enfrenta a barreira religiosa e anuncia que quer casar-se com ela, mas é óbvio que tal anúncio provoca a ira profunda dos pais de ambos os lados, que jamais aceitariam um casamento entre religiões. Shekhar e Shaila Bano, ainda assim, vão embora pra Mumbai, onde Shekhar já estudava jornalismo. Lá, eles casam-se no cartório, sem nenhuma festa ou celebração, de nenhuma das religiões.

O tempo vai passando e Shaila dá a luz aos gêmeos Kabir Narayan e Kamal Basheer (cada um ganhou um nome hindu e um muçulmano cada). Eles crescem não sendo educados especificamente em nenhuma das duas religiões. Um belo dia, após os conflitos de Ayodhya (que de fato aconteceram, em 1992, quando uma mesquita foi destruída por nacionalistas hindus, que dizem que ali havia o templo dedicado a Rama, no local onde ele teria nascido), começaram a ocorrer ataques armados tanto de muçulmanos contra hindus quando de hindus contra muçulmanos.

Nenhuma religião ali se portava melhor que a outra. O filme vai ficando cada vez mais tenso quanto mais tensas passam a ser os massacres que vão acontecendo. Em certo momento lembrei das cenas do filme Gandhi, que mostra também o conflito entre hindus e muçulmanos, com ambos se matando estupidamente.

De repente, quando até a casa deles é atingida pelos ataques, eles fogem e as crianças se perdem dos pais. Depois até as crianças se perdem uma da outra. O passar dessas cenas é um dos momentos mais emocionantes do filme, intercalando cenas de desespero dos pais atrás dos filhos, da inocência os gêmeos que não compreendem e não se identificam com nenhuma daquelas religiões que estão se matando, do desespero das crianças sem os pais e sem um ao outro, da compaixão de algumas pessoas que se prestam a ajudar as crianças e os pais e, mais importante, dos que quase se martirizam em nome do fim daquele conflito sem sentido.

Embora no começo do filme as cenas de música sejam nada mais do que mais do mesmo do cinema indiano, depois, quando o filme fica tenso, a música vem pra rechear a imagem de mais emoção, dessa vez sem letras. E quem faz esse trabalho é nada mais que A.R. Rahman, o músico indiano que acaba de ganhar dois Oscars com Quem Quer Ser um Milionário?. A música tema do filme Bombay acabou virando grande referência para todo o cinema indiano e foi um dos fatores que destacou Rahman como bom compositor de trilhas sonoras.

Talvez eu não devesse, mas como não achei trailer desse filme, resolvi postar essa cena, uma das mais bonitas, quando os gêmeos se reencontram. E em seguido vai uma gravação da música tema do filme, que Rahman tocou ao vivo em Los Angeles. A música é realmente bonita.





domingo, 15 de março de 2009

A Bollywood da Globo

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Encontrei no site da revista Veja uma reportagem interessante revelando alguns dos truques do cenário montado pela Globo para a novela Caminho das Índias. Longe de eu estar defendendo a maquiavélica e parcial Veja, apenas acho que esse tipo de matéria vale a pena ser compartilhado.

A Bollywood da Globo
por Silvia Rogar

As novelas da Rede Globo já tiveram gravações em Atenas e Macau, em Praga e Miami, em Moscou e Bali. Sempre uns poucos capítulos, em geral para dar um brilho ao começo da história e garantir flashbacks glamourosos ao longo da trama. Não é o que ocorre em Caminho das Índias, o atual folhetim das 8 horas da Globo. Do início ao fim, a novela de Glória Perez terá peripécias ambientadas no Rajastão, o maior estado indiano, onde vivem os personagens do núcleo central da história. Ao longo de um mês, uma equipe de quarenta pessoas se dividiu entre cinco cidades indianas e captou imagens de monumentos e palácios, de festas e da vida cotidiana, de cerimônias religiosas e do trânsito caótico. Também foram gravadas cenas com parte do elenco em locais turísticos como o Taj Mahal (que não fica no Rajastão). Manter uma equipe estacionada na Índia pelos sete meses de duração de uma novela seria, contudo, impraticável. Por isso, o drama do amor impossível de Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia) desenrola-se na cidade cenográfica mais imponente da história da Globo. São 12.100 metros quadrados de Índia reproduzidos no Projac, a central de produções da emissora, num trabalho que levou dois meses e envolveu 180 operários, mais sessenta profissionais responsáveis pelo paisagismo e pelos detalhes do cenário. A cidade propriamente dita, com suas ruas, becos, casas, lojas, palácio e templo hindu, ocupa 9 600 metros quadrados. Os outros 2 500 metros quadrados pertencem ao Rio Ganges, construído a partir de um lago artificial que já existia no Projac. Os custos de produção só não explodiram porque esse Rajastão de folhetim aproveitou em grande parte a estrutura da Portelinha de Duas Caras, que ocupava 8 000 metros quadrados. O arruamento e 50% das construções do núcleo indiano são adaptações da favela que movimentou o enredo da novela de Aguinaldo Silva. Com isso, manteve-se o custo por capítulo em 430 000 reais, dentro da média do horário.

A Índia criada pela equipe de Glória Perez é bem bollywoodiana (a pujante indústria de cinema indiana tem o apelido de Bollywood). O país tem uma sujeirinha aqui e um quebradinho acolá, mas não deixa entrever nem de longe a miséria da Índia real. Só ficaram o pitoresco e o colorido: riquixás, tuk-tuks (triciclos motorizados), ônibus enfeitados e barraquinhas e lojas com produtos populares. Desses últimos, 80% foram comprados diretamente na Índia pela produção de arte. São xales, instrumentos musicais, flores e imagens de deuses hindus em profusão. Uma indiana que mora no Brasil se encarrega de revisar os cartazes e letreiros escritos em hindi. Também fazem parte da festa três vacas e três cabras, que perambulam pelos cenários à vontade, fazendo o que bem entendem, e 100 figurantes, que encarnam transeuntes e profissionais de rua, como vendedores de chá, entregadores de marmita, dentistas e limpadores de orelha (quem já foi à Índia sabe que limpadores de rua seriam mais úteis).

Em Caminho das Índias, várias técnicas de construção de cenários vêm sendo testadas pela Globo, algumas pela primeira vez. Alguns pisos, por exemplo, são reproduções de originais indianos, fotografados e impressos digitalmente em uma lona fosca, inclusive com suas imperfeições. Treliças e grades trabalhadas, que mais lembram rendas, ganharam forma por meio de um processo computadorizado, que recorta fibras de madeira com precisão. Já os relevos decorativos das construções foram artesanalmente esculpidos em isopor e, depois, recriados em fibra de vidro. Foi dessa maneira que se moldaram uma versão reduzida do Palácio dos Ventos, cujo original está em Jaipur, e o templo cenográfico, com esculturas de deuses hindus trabalhados em sua fachada. "É um tipo de acabamento que apenas dois anos atrás não seria possível", afirma o diretor de arte Mário Monteiro, há 41 anos na emissora.

Em novelas anteriores, a Globo reproduzia no máximo bairros, com esquinas e casas bem marcadas e identificáveis. Em Caminho das Índias, a lógica é inversa. Para dar a ideia de uma grande cidade, foi preciso construir espaços versáteis. O beco onde se concentram algumas lojas, por exemplo, foi erguido com cinco saídas. As lojas de Opash (Tony Ramos) e Manu (Osmar Prado) ficam praticamente frente a frente no cenário. Para evitar que o espectador perceba a proximidade física (afinal, no início da novela os dois personagens não se conheciam), o truque é fazer Manu usar sempre a entrada dos fundos.

Graças aos efeitos visuais, imagens feitas na Índia tornam-se pano de fundo de cenas gravadas no Brasil. Assim, os onipresentes morros de Jacarepaguá, bairro onde fica o complexo de estúdios da Globo, foram substituídos pelas colinas do Rajastão. O recurso também é usado para dar vida ao falso Rio Ganges. A Globo construiu uma escadaria que serve de palco para atividades como a lavagem de roupa e cremações à beira da água. Atrás, veem-se imagens captadas na Índia e selecionadas de acordo com o contexto da cena. Sagrado para os hindus, o Ganges da Globo tem, como vizinho, uma construção para lá de profana: a casa do Big Brother.


terça-feira, 10 de março de 2009

Holi Hai!!!

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Eu, pós Holi, em março de 2008; Nova Délhi, Índia

Hoje, 10 de março de 2009, é o Chhoti Holi, ou Pequeno Holi, preparativo pra amanhã, que é o feriado oficial do Holi.

Holi é o festival das cores, que marca a chegada da primavera na Índia, e é celebrado na lua cheia do mês do calendário hindu de Phalgun. Sua origem é controversa, mas estudiosos tendem a concordar que provavelmente seja um dos festivais mais antigos do subcontinente indiano, e que provavelmente tenha absolutamente a mesma origem que o carnaval. O fato é que ele marca a chegada da primavera na Índia, que fica no hemisfério norte, indicando o retorno das colheitas após o inverno.

A origem do carnaval é absolutamente a mesma e muito antiga, dos tempos em que as sociedades baseavam-se nos ciclos lunissolares (da lua e do sol) e da agricultura, e festejavam os tempos de colheita; o cristianismo, muito posterior à origem do carnaval, não conseguiu eliminá-lo do calendário do povo, agregando-o aos seus festivais, embora fosse ele um festival pagão. No hinduísmo, esse "carnaval" foi adaptado à religião e a explicação mais comum diz que surgiu com Krishna, mas outras dizem que foi com Shiva. O fato é que o Holi deve ter uma origem bem mais antiga que o próprio hinduísmo.

No Holi as pessoas vão às ruas e jogam pós coloridos uns nos outros, além de, por vezes, também tinta e água. Embora o feriado seja oficialmente um dia, as pessoas comemoram o Holi por cerca de uma semana, tal qual o carnaval. Em muitos casos esses encontros de pós, tintas e águas misturam-se a muita dança por várias horas seguidas.

Entrem também no Indi(a)gestão para ver a postagem que a professora Sandra Bose fez e aproveitem pra ver um vídeo em que eu e ela brincamos de Holi, antes de eu ficar do jeito que estou na foto. Abaixo fiz uma coletânea de alguns vídeos famosos e desconhecidos de Bollywood e do cinema indiano, com músicas cujo tema principal é o festival do Holi. Existem muitos outros, pois os indianos adoram ver o Holi no cinema, mas peguei apenas alguns. O primeiro vídeo é o mais famoso deles, do filme Mangal Pandey, com Aamir Khan. Divirtam-se, e Holi Hai!!!!!!!











segunda-feira, 9 de março de 2009

A fama é passageira

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Recebi de uma leitora uma reportagem que saiu no jornal Times of India, falando da fama passageira de atores-mirim de filmes que ficam famosos. A reportagem, na verdade, encontrou Shafiq Syed, que foi estrela de Salaam Bombay!, filme de Mira Nair indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1989. Mas a despeito do sucesso internacional do filme, e do papel de protagonista do então criança Shafiq, ele é hoje um motorista de riquixá em Bangalore. Esse tema tem tudo a ver com o momento, enquanto discutimos sobre os atores-mirim de Quem Quer Ser um Milionário?. Leiam a reportagem:

"Salaam" estrela agora um motorista de riquixá
05/03/09, Seethalakshmi S., do Times of India

BANGALORE: O mundo não pode tanto quando as crianças de rua de Quem quer ser um milionário?. Rubina Ali e Azharuddin vivem agora o brilho de que são feitos os sonhos. Bajulados com os Oscars e prêmios do Filmfare, elogiados pelos Shah Rukhs e Brad Pitts, você tem certeza que, como Jamal, eles também terão um lindo destino.

Terão mesmo? Essa é a pergunta do milhão. E se a vida de Shafiq Syed é um exemplo, então o pó de ouro desaparecerá rápido de suas vidas. A história de Syed é impressionantemente semelhante à das crianças de Milionário. Ele foi a estrela-mirim do filme indicado ao Oscar de Mira Nair, Salaam Bombay!. Ele ganhou a medalha do presidente pela melhor atuação de uma criança, mas caiu no obscurantismo - e na pobreza.

Em Bangalore, se você pegar um riquixá com a placa KA-01-9770, pare e veja o motorista de perto. Ele é "Krishna", o garoto de 12 anos que vendia paav e chá e roubou corações no premiado filme. Hoje, ele ganha a vida com miseráveis 150 rúpias por dia (pouco menos de 4 dólares), dirigindo seu auto pelas ruas de Bangalore.

Syed diz que foi por uma grande sorte que ele acabou ganhando o papel de Krishna. "Em 1986, junto de alguns amigos, eu fugi de casa apenas pra ver como era Mumbai. Nós não tínhamos casa, então ficamos nas calçadas da Churchgate", diz.

Um dia, a vida mudou dramaticamente pra vida dos garotos. Uma mulher aproximou-se deles dizendo que pagaria 20 rúpias por dia se eles participassem da oficina de drama dela. "Meus amigos disseram que isso seria um negócio pra explorar crianças e foram embora. Eu fui com ela. Eu estava muito feliz de ganhar 20 rúpias por dia, pois assim eu poderia ir ver filmes e comer bhelpuri. Havia cerca de 120 garotos como eu na oficina. Eles fizeram uns testes de gravação e eu acabei ganhando o principal papel do filme".

"Nós gravamos por 52 dias e eles pagaram-me 15.000 rúpias. Eu estava muito emocionado. Após as gravações, eu poderia assistir filmes e saborear as comidas de rua de Mumbai. O filme foi o maior sucesso e quando o presidente tirou fotos comigo era como se eu estivesse num sonho."

Mas sonho acabou rapidamente. A equipe de filmagem encerrou-se e desapareceu. "Eu percorri as ruas de Mumbai batendo nas portas de produtores por cerca de oito meses, mas a sorte não sorriu pra mim. Em 1993, eu voltei pra Bangalore e recomecei a vida. Eu tenho três filhos que estão estudando", diz Syed, cogitando se o "reconhecimento é temporário".

Colaborou: Verônica Braga

sábado, 7 de março de 2009

III Mostra Bollywood e Cinema Indiano de São Paulo

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Caros amigos do Cinema Indiano, trago a vocês, em primeiríssima mão, informações sobre a III MOSTRA BOLLYWOOD E CINEMA INDIANO de São Paulo, que ocorrerá de 17 a 29 de março de 2009. Com a maior parte dos filmes com a temática do terrorismo, a mostra desse ano terá um eixo temático em sintonia com os recentes ataques de Mumbai e a tensão crescente na Índia relacionada à Caxemira e o conflito entre hindus e muçulmanos. A seguir passo o texto presente no site da Cinemateca Brasileira (onde ocorrerá o festival) e da Bollywood Brazil:

"A Cinemateca Brasileria, em parceria com a Academia Internacional de Cinema (AIC), traz mais uma vez a São Paulo uma seleção de clássicos e produções recentes de Bollywood e do cinema indiano. A terceira edição da mostra BOLLYWOOD E CINEMA INDIANO tem, entre seus destaques, uma amostra da nova produção de filmes policiais rodados na região e um programa especial reunindo longas que tratam de questões relacionadas ao terrorismo na Índia de hoje. A programação inclui ainda os tradicionais romances musicais made in Bollywood - como o clássico Bobby, de Raj Kapoor, um campeão de bilheteria dos anos 70 que inspirou inúmeras imitações - e Gauri: the unborn, de Aku Akbar, terror psicológico que tem como mote o aborto. A mostra BOLLYWOOD E CINEMA INDIANO é composta por 13 longas de ficção e ainda pelo documentário inédito Bollyworld, dirigido pelo produtor, cineasta e editor indiano Ram Prasad Devineni, responsável também pela curadoria do evento. Dia 24, às 19h30, o jornalista Franthiesco Ballerini, coprodutor de Bollyworld, conversa com o público após a projeção do documentário. Os filmes serão exibidos em Inglês."

O festival terá ENTRADA FRANCA. Agora, abaixo, mais informações a respeito da programação:

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)




PROGRAMAÇÃO

- 17/03 - Terça

20h00 - Bobby

- 18/03 - Quarta

18h00 - Johnny Gaddaar
21h00 - Dhokha

- 19/03 - Quinta
18h00 - Bombay
21h00 - Gauri: the unborn

- 20/03 - Sexta
18h00 - 36 China Town
21h00 - The Terrorist

- 21/03 - Sábado
15h00 - Woh Lamhe
17h30 - Cash
20h00 - Red: the Dark Side

- 22/03 - Domingo
15h00 - Roja
17h30 - Bollyworld
18h30 - AAG

- 24/03 - Terça
19h30 - Bollyworld (Debate com Franthiesco Ballerini)

- 25/03 - Quarta
17h00 - 36 China Town


20h00 - Black Friday




- 26/03 - Quinta
17h00 - Cash
20h00 - Roja



- 27/03 - Sexta

17h00 - Red: the Dark Side
20h00 - Woh Lamhe





- 28/03 - Sábado

17h30 - AAG
21h00 - Gauri: the unborn



- 29/03 - Domingo
15h00 - Bombay
18h00 - Bobby



FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES:


36 China Town, de Abbas Mustan
Índia, 2006, 35mm, cor, 140’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Akshaye Khanna, Kareena Kapoor, Shahid Kapoor, Paresh Rawal
Policial tenta descobrir quem matou a rica proprietária de um cassino em Goa.
sex 20 18h00 | qua 25 17h00

Aag
, de Ram Gopal Varma
Índia, 2007, 35mm, cor, 171’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Amitabh Bachchan, Ajay Devgan, Mohanlal, Prashant Raj
Acerto de contas entre um inspetor de polícia e o mais temido e poderoso gangster de Bombaim. Refilmagem de Sholay, grande hit do cinema indiano dos anos 70.
dom 22 18h30 | sáb 28 17h30

Bobby
, de Raj Kapoor
Índia, 1973, 35mm, cor, 168’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Rishi Kapoor, Dimple Kapadia, Pran, Prem Nath
História do amor impossível entre dois adolescentes de castas diferentes em Bombaim. Campeão de bilheteria do cinema indiano dos anos 70, inspirou inúmeras imitações.
ter 17 20h00 | dom 29 18h00

Bollyworld
, de Ram Devineni
Índia/Brasil, 2009, vídeo digital, cor, 30’ | Versão original em inglês| Exibição em DVD
Um dos focos do documentário são as transformações da indústria de Bollywood para aumentar seu apelo junto a uma classe média indiana emergente e às platéias internacionais.
dom 22 17h30 | ter 24 19h30

Cash
, de Anubhav Sinha
Índia, 2007, 35mm, cor, 137’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Ajay Devgan, Sunil Shetty, Zayed Khan, Ritesh Deshmukh
Criminosos lutam pela posse de preciosos diamantes sul-africanos.
sáb 21 17h30 | qui 26 17h00

Gauri: the unborn, de Aku Akbar
Índia, 2007, 35mm, cor, 98’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Mohan Azaad, Anupam Kher, Atul Kulkarni, Manasi
As lembranças de um aborto, realizado em nome da ascensão profissional de um casal, voltam para aterrorizar uma família em férias.
qui 19 21h00 | sáb 28 21h00

Johnny Gaddaar, de Sriram Raghavan
Índia, 2007, 35mm, cor, 138’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Dharmendra, Rimi Sen, Ashwini Khalsekar, Neil Nitin Mukesh
A história de um criminoso que elimina os companheiros para aumentar sua parte nos lucros da gangue serve de pretexto a esta homenagem à literatura e ao cinema noir.
qua 18 18h00

Red: the dark side, de Vikram Bhatt
Índia, 2007, 35mm, cor, 148’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Aftab Shivdasani, Celina Jaitley, Amrita Arora, Amin Hajee
Saindo das garras da morte, Neil é levado por um desejo incontrolável que o conduz pelo caminho obscuro do passado de sua amada Anahita.
sáb 21 20h00 | sex 27 17h00

Woh Lamhe
, de Mohit Suri
Índia, 2006, 35mm, cor, 135’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Shiney Ahuja, Kangana Ranaut, Shaad Randhawa, Purab Kohli
Baseado na vida de Parveen Babi, o filme conta a história de uma atriz esquizofrênica e seu grande amor.
sáb 21 15h00 | sex 27 20h00

CINEMA INDIANO E TERRORISMO

Black friday
, de Anurag Kashyap
Índia, 2004, 35mm, cor, 167’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Vijay Maurya, Pavan Malhotra, Aditya Srivastava, Dibyendu Bhattacharya
Trata dos bombardeios que aterrorizaram Bombaim em 1993, uma resposta à violência sofrida pelos muçulmanos durante as revoltas que deixaram mais de 1.500 mortos.
qua 25 20h00

Bombay
, de Mani Ratnam
Índia, 1995, 35mm, cor, 141’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Arvind Swamy, Manisha Koirala, Tinnu Anand, Akash Khurana
Hindu se casa com muçulmana num pequeno vilarejo no sul da Índia, mas são obrigados a mudar para Bombaim para fugir do preconceito. A casa do diretor Mani Ratnam sofreu um ataque a bomba após o lançamento do filme nos cinemas.
qui 19 18h00 | dom 29 15h00

Dhokha
, de Pooja Bhatt
Índia, 2007, 35mm, cor, 117’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Muzammil Ibrahim, Tulip Joshi, Aushima Sawhney, Bharat Dabholkar
Muçulmano moderado, policial indiano entra em choque quando sua falecida esposa, vítima de um ataque a bomba, é acusada pelo atentado.
qua 18 21h00

Roja
, de Mani Ratnam
Índia, 1992, 35mm, cor, 137’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Arvind Swamy, Madhoo, Pankaj Kapur, Shiva Rindani
A inocente e recém-casada Roja luta para libertar o marido, sequestrado por terroristas paquistaneses e levado para Kashmir.
dom 22 15h00 | qui 26 20h00

The terrorist, de Santosh Sivan
Índia, 1999, 35mm, cor, 95’ | Legendas em inglês | Exibição em DVD
Ayesha Dharker, K. Krishna, Sonu Sisupal, Vishwas
Produção independente inspirada por eventos em torno do assassinato do ex-Primeiro Ministro Rajiv Gandhi. Primeiro filme indiano exibido no Sundance Film Festival, foi comprado e distribuido nos Estados Unidos pelo ator John Malkovich.
sex 20 21h00