sábado, 30 de janeiro de 2010

John Abraham - जॉन अब्राहम


John Abraham é um daqueles atores de Bollywood que muita gente vê e, num primeiro momento, duvida que ele seja mesmo indiano. Mas sim, ele é integralmente indiano e sua linhagem explica bem essa cara e esse nome. O pai de John é um arquiteto de família cristã do Kerala, enquanto que sua mãe é de origem parsi. Na religião parsi, John foi batizado Farhan, mas seu pai deu-lhe o nome de John Abraham, de acordo com sua base cristã.

John nasceu no dia 17 de dezembro de 1972, em Mumbai. Estudou na Bombay Scottish School e posteriormente foi estudar administração na Mumbai Education Trust.

Ainda na adolescência, John começou a carreira de modelo pela Time & Space Media Entertainment Promotions Ltd., mas que logo fechou com problemas financeiros. Em seguida, foi trabalhar na Enterprises-Nexus, onde trabalhou como planejador de mídia, não como modelo.

Mas ele não desistia. Em 1999, John ganhou um concurso de modelos realizado pela revista Galdrags e foi para a etapa final da competição, nas Filipinas. Lá ele levou o segundo lugar, o que lhe garantiu um contrato com a agência Carrie Models', em Singapura, onde ficou por um tempo, antes de partir para outros lugares, como Hong Kong, Londres e Nova Iorque.

Ganhando a fama, fez comerciais de TV e apareceu em clipes de diferentes músicos. No meio tempo, decidiu ir estudar atuação na escola Kishore Namit Kapoor. Um bom modelo não pode ser somente um modelo.

E foi assim que em 2003 ele já aparecia em seu primeiro filme, Jism, já fazendo par com Bipasha Basu. Os dois resolveram fazer um par na vida real ainda durante as filmagens e até hoje não se separaram. No mesmo ano ele também já apareceu no fracassado Saaya.

Em 2004 vieram mais fracassos, como Paap e Lakeer, mas de repente, ainda no mesmo ano, veio Dhoom e John foi lançado à grande fama com o sucesso do filme. Assim sendo, o ano de 2005 foi totalmente positivo para seus filmes. Tanto Kaal quanto Garam Masala foram bem sucedidos. O ano foi coroado com a indicação do Oscar de melhor filme estrangeiro para Water, de Deepa Mehta, no qual ele aparece.

Em 2006, John estrelou os filmes Zinda, Taxi No 9211, BaabulKabul Express, sendo o segundo e o último muito bem recebidos. Já em 2007 foi a vez de Salaam-e-Ishq, que fracassou na Índia, mas foi muito bem recebido no exterior. No mesmo ano, ele apareceu em No Smoking e em Dhan Dhana Dhan Goal.

No ano seguinte, John Abraham apareceu somente na comédia Dostana, ao lado de Abshishek Bachchan e Priyanka Chopra. E em 2009 ele apareceu também somente em um filme, New York. Agora para 2010 estão previstos os lançamentos de Hook Ya Crook, Aashaiyen e 1-800-Love.

Assim como vários outros atores fizeram, John também participou do "Rockstar Concert", em 2006. Ele também é cara carimbada em eventos e programas de TV.

Sua imagem também está diretamente ligada à marca indiana de roupas JA (principalmente calças jeans), da qual é dono. Além de suas roupas, John é garoto propaganda da Yamaha na Índia, da Pepsi, da Castrol Power 1, da Wrangler, da Clinic All Clear, da Fastrack e dos celulares da Samsung.

Em 2008, John foi o primeiro indiano a aparecer na lista dos 25 homens mais sexys do mundo, da E! News, ficando em sétimo lugar da lista. No mesmo ano, a revista britânica Eastern Eye classificou-o como o homem mais sexy da Ásia.

Bom, e John não é só beleza externa e par de Bipasha Basu. Ele também está engajado em várias frentes de atuação pelo bem comum. John trabalha para o PETA, pelos direitos dos animais, e também para o Habitat for Humanity, pela construção de habitações decentes para pessoas necessitadas. Além disso, John já doou ao hospital Lilavati, em Mumbai, um valor de cerca de 50 mil reais. Em 2009, ele liderou um grupo de atores de Bollywood a participarem na maratona de Mumbai, em benefício à United Way, que presta inúmeros serviços sociais.

Recentemente, ele criou um site oficial com um bom acervo sobre sua carreira.
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Anos Dourados do Cinema Indiano

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Esses dias encontrei um documentário chamado The Golden Age of Indian Cinema (Anos Dourados do Cinema Indiano), com poucos mais de 74 minutos de duração. Tentei encontrar em que ano ele foi feito, mas ao que tudo indica é um documentário já antigo, já que a cara de muitos dos que falam no documentário estão muito mais jovens do que estariam se a gravação fosse atualmente.

O único problema do documentário, infelizmente para muitos, é que ele está em inglês. Alguns falam em inglês mesmo (sotaque indiano, que seja dito), mas outros tantos falam em hindi e, nesses casos, há legenda em inglês.

Considero esse vídeo um achado, porque ele não só fala dos anos dourados do cinema indiano (ou seja, décadas de 40 e 50), como pega depoimentos de altíssimas personalidades do cinema da Índia. O que achei muito simpático, e nem tinha como não ser, é o fato de o documentário todo ter como eixo central a música dos filmes. Pois afinal, não há nada que represente melhor o cinema indiano do que suas músicas e respectivas cenas, sejam elas com danças ou não.

Logo no começo, gente ilustre como Shashi Kapoor e Javed Akhtar começam a falar dos filmes e das músicas antigas. São lembrados diretores como Guru Dutt, Raj Kapoor, Dev Anand e Mehboob Khan, além de filmes clacicíssimos, como Mother India (1957), Mahal (1949), Andaaz (1949), Shree 420 (1955) e mesmo Sholay (1975), que é posterior a essa fase.

Também aparecem falando músicos, atores e diretores um pouco mais recentes, como Shyam Benegal, Gulzar, Anil Kapoor, Anupam Kher e Amitabh Bachchan (incrivelmente mais novo, o que leva a crer que ou o vídeo seja bem antigo ou pegaram uma fala antiga do Big B). Dentre as cantoras do passado, o destaque é dado à divina Lata Mangeshkar, (na foto, quando começou na carreira) que também dá seu depoimento ao documentário.

Por fim, também há a presença de Nadira, hoje já falecida, uma das atrizes de origem judia que fizeram a fama dos rostos femininos delicados no cinema indiano. Dentre as judias, além de Nadira, o documentário também oferece o depoimento de Shamshad Begum, cantora de playback que foi também muito famosa no passado.

Mesmo para quem não entende o inglês, vale a pena assistir pelas próprias imagens e músicas.

Originalmente, o documentário estava em um site onde era possível assisti-lo por completo - e foi onde assisti e havia incorporado aqui ao blog quando a postagem foi feita. Hoje (31/01/2010), fui avisado que o vídeo já não abria e descobri que ele foi retirado do site. A única solução que encontrei, portanto, foi incorporar a Lista de Reprodução deste documentário disponível no YouTube (em 8 partes), sem porém, as duas primeiras partes (que foram removidas pela Eros Entertainment). Não lamentemos, ao menos seguiremos com quase uma hora de documentário.

(Ao darem o play, vocês verão a mensagem que o vídeo é de conteúdo da Eros Entertainment, que decidiu bloquear o conteúdo em nosso país. Assim, clique na seta para a direita duas vezes, de forma que avance para a terceira parte)

 

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Bollywood Park

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Após anos e mais anos de discussões e propostas, agora parece ter sido, finalmente, fechado o acordo para a construção do Bollywood Park. Ainda é tudo muito incerto de como será o parque, mas o que já se anuncia é que irão fazê-lo mais ou menos nos moldes de Hollywood e que ocupará uma área um poucou maior que um quilômetro quadrado, no crescente bairro de Kharghar, em Navi Mumbai (na foto).

Para que todos entendam, Navi Mumbai (Nova Mumbai, em marathi) é uma cidade a leste de Mumbai, que vem atualmente crescendo a taxas muito altas e recebendo altíssimos investimentos do mercado imobiliário - tudo para fazer de lá uma perfeita alternativa à caótica capital financeira da Índia. Apenas para dar um exemplo, a imensa Reliance (maior grupo industrial da Índia), já transferiu sua sede para lá. Navi Mumbai é atualmente uma das maiores cidades planejadas do mundo.

A compra do terreno para a construção do Bollywood Park foi o maior negócio imobiliário dos últimos dois anos na região, somando mais de 300 milhões de dólares. E na verdade, o valor de todo o negócio é ainda maior, já que grande parte dos grandes projetos urbanísticos de Navi Mumbai são realizados a partir de parcerias público-privadas, lideradas pela City and Industrial Development Corporation (CIDCO), pertencente ao governo do Maharashtra. Faz parte do consórcio grandes grupos empresariais indianos, como o Bhushan Steel Group (megafabricante de aço) e o Essel Group (dono de canais de televisão, como a Zee TV).

O que já se diz é que ao menos 60% da área adquirida será utilizada para a construção do parque, propriamente, com estúdios de cinema, multiplexes, museus e áreas temáticas para os turistas. O restante do terreno será utilizado para a construção de hotéis cinco estrelas, edifícios residenciais e comerciais. A ideia toda é que, finalmente, Bollywood possa ter um local de referência e deixar de ser algo diluído por Mumbai, sem referências para os turistas. Os investidores esperam que as grandes produtoras migrem para o complexo a ser construído e que, ao menos aos fins de semana, mais de 20 mil pessoas visitem o local. Espera-se que até 2017 tudo esteja concluído.


domingo, 24 de janeiro de 2010

Morning Raga (2004)

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Morning Raga é o típico filme cheio de clichês e coisas mais do que óbvias, mas que é bem gostosinho de se ver e não cansa. Foi escrito e dirigido por Mahesh Dattani, que tem em sua bagagem muito mais experiência com peças de teatro do que com o cinema.

Realizado de forma independente, fora dos estúdios de qualquer indústria indiana, o filme estrela Shabana Azmi, Prakash Rao, Lillete Dubey e Perizaad Zorabian. E acho que é necessário que se diga que outro grande personagem do filme é a paisagem rural do Andhra Pradesh, onde se passa quase todo o filme. A região é realmente bonita. E passando-se por lá, era de se esperar que o filme fosse falado em telugu, mas o fato é que ele é quase inteirinho com diálogos em inglês e pouquíssimas frases em telugu propriamente.


Shabana Azmi é Swarnalatha, uma tradicional camponesa do sul da Índia, cantora e apaixonada pela música clássica carnática (oriunda da região). No entanto, ela nunca havia cantado profissionalmente. Um dia, finalmente, ela recebe um convite para ir a Hyderabad (capital do estado) e cantar num show. Um tanto receosa em sair da vila, ela topa e vai com seu filho e sua melhor amiga. Na saída da vila em que moram, porém, quando cruzavam uma longa ponte, o ônibus em que estavam bate de frente com um carro desgovernado e despenca no rio. Swarnalatha sobrevive, mas seu filho e sua melhor amiga não resistem.

Ela sente-se eternamente culpada pela morte de seu filho e de sua amiga, já que ambos estavam no ônibus por sua causa. Pra piorar, sua amiga tinha um filho, Abhinay (Prakash Rao), que era pequeno na época e por sorte não estava indo com elas. E assim ela decide que nunca mais na vida cruzaria aquela ponte de novo. Pois então, vinte anos passados, Abhinay regressa de Hyderabad à vila apenas para anunciar ao pai que recusava tomar seu lugar como camponês - e ser dono de uma bela parcela de terra -, para consolidar-se como músico. O pai não aceita o destino do filho e não dá a bênção a ele quando ele parte.


Nesse meio tempo, Abhinay vê Swarnalatha cantando num templo e encanta-se com sua voz. Ela, no entanto, ainda muito envergonhada e sentindo-se culpada, foge de Abhinay. Nisso, quando ela tentava despistá-lo, um carro quase o atropela justamente no pé da fatídica ponte. Swarnalatha tem uma crise de pânico e quase entra em estado de choque.

Quem estava no carro era Priyanka (Pinkie, para os íntimos, interpretada por Perizaad Zorabian), uma patricinha de Hyderabad que passava por lá. Abhinay acaba convidando-a para ficar em sua casa já que o carro dela ficaria para o conserto. E é assim que Abhinay descobre que Pinkie gosta de cantar e, no mesmo instante, ela já é escalada para ser vocalista de sua banda.


Eles vão à capital e fazem a seleção de músícos para tocarem com eles, até que escolhem dois rapazes - um baterista com cara de porra-loca e um guitarrista com cara de nerd. Abhinay, no entanto, não fica satisfeito com sua banda-mais-do-mesmo. Para ele, Swarnalatha tinha de ser sua vocalista.

Ele então retorna à vila e consegue, a muito custo, convencê-la, mas com uma condição: que ela fosse à cidade. Ela sofre com a proposta, mas acaba aceitando. Já com show marcado e tudo, na hora que ela vai deixar a vila no dia da apresentação, o carro de seu marido quebra e ela se vê obrigada a entrar num ônibus. No meio da ponte, no entanto, ela acaba não aguentando e tem uma crise de pânico muito intensa e sai correndo de dentro do ônibus.

Ela então desiste de fazer parte da banda, incapaz de atravessar uma simples ponte. Todos ficam desolados, sobretudo Abhinay, que via nela a chance de fazer uma música de fusão, integrando o moderno e o arcaico harmonicamente e, assim, criar algo novo. Dessa maneira, ela propõe ensinar a música carnática a Pinkie, que aceita na hora. Pinkie vai então passar uma temporada na vila, o que era inimaginável para uma garota que nem sequer tinha vestido um sari na vida.


O tempo passa, Pinkie aprende a cantar a música carnática e finalmente um grande concerto é marcado. Um dia, Pinkie está dando carona em seu carro a Swarnalatha e a Abhinay, quando Swarnalatha revela aos dois que ela se sentia culpada pela morte da mãe de Abhinay. Nesse instante, Pinkie acelera o carro com tudo e cruza a ponte, num dos momentos mais dramáticos do filme. Swarnalatha desespera-se, mas Pinkie muda totalmente o jogo, dizendo que ela jamais poderia sentir-se culpada pois quem estava no carro que bateu de frente com o ônibus no dia do acidente era seu pai, que estava bêbado. E Pinkie fecha a cena mostrando que eles tinham cruzado a ponte e nada tinha ocorrido com o Swarnalatha.

Daí o final da história é óbvio e tal. Mas mesmo assim, por mais óbvias e batidas que muitas coisas possam ser, é um filme que, de certa maneira, cativa. Talvez pela curiosidade de ver como seria a música do final, talvez por esperar pra ver como seria o momento que ela cruzaria a ponte, talvez para ver as lindas paisagens do Andhra Pradesh... a crítica até que deu bons retornos ao filme que, logicamente, foi feito com uma intenção óbvia de atingir o mercado externo. E também - e isso a Índia adora -, o grande tema central do filme é a fusão entre culturas dentro do próprio país, gerando uma cultura própria e autêntica - daí também todo o simbolismo da ponte, que une os dois lados, o campo e a cidade, o tradicional e o moderno, e a dificuldade de atravessá-la sem perder as raízes.

As músicas foram compostas por Mani Sharma, que tem fortíssima presença nos filmes das indústrias telugu e tamil, no sul da Índia. Como eu só encontrei um trailer do filme e não achei ele bom, vou colocar aqui pra vocês uma das músicas que aparecem. Apreciem:





quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Kajol Devgan - काजोल देवगन - কাজল দেবগন

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Desfazendo um débito desmerecido que existia aqui no Cinema Indiano, hoje vamos finalmente desvendar um pouco da vida e obra de Kajol Devgan.

Kajol nasceu no dia 5 de agosto de 1975, em Mumbai, no berço de uma das mais proeminentes famílias do cinema. Sua mãe, Tanuja, de família marathi, é ainda uma reconhecida atriz, enquanto que seu pai, Shomu Mukherjee, de família bengalesa, foi um produtor de cinema. Sua tia materna, Nutan, é até hoje a detentora do recorde de maior número de prêmios de melhor atriz (cinco, no total) no Filmfare Awards. E ainda do lado materno, tanto sua avó, Shobna Samarth, quanto a bisavó, Rattan Bai, foram atrizes muito importante nos princípios do surgimento do cinema hindi.

Do lado paterno, dois de seus tios também são produtores, Joy Mukherjee e Deb Mukherjee. Seu avô, Sashadhar Mukherjee, era um diretor. Três tios-avôs de Kajol eram também atores famosos no passado: Ashok Kumar, Anoop Kumar e Kishore Kumar. Também outros três primos de Kajol são atores de Bollywood: Sharbani Mukherjee, Mohnish Behl e nada mais que Rani Mukerji. Outro primo seu, Ayan Mukerji, é um diretor. E finalmente, a irmã mais nova de Kajol, Tanisha Mukherjee, é também uma atriz. Fechando o parágrafo, Kajol trocou o sobrenome Mukherjee para Devgan após casar com o ator Ajay Devgan, em 1999.

Aos 17 anos de idade, Kajol deixou a escola St. Josephs Convent e foi já atuar. Estreou em 1992 no filme Bekhudi que, embora tenha sido um fracasso, deu projeção a Kajol por sua boa atuação. Já no ano seguinte ela estrelaria o filme Baazigar, o primeiro de tantos que fez ao lado de Shahrukh Khan e que foi seu primeiro sucesso.

No ano seguinte, o filme Udhaar Ki Zindagi foi super fracassado, mas sua performance foi de novo muito elogiada. Em seguida estrelou no sucesso Yeh Dillagi, ao  lado de Akhsay Kumar e Saif Ali Khan, sendo então indicada ao prêmio de melhor atriz no Filmfare Awards.

O ano de 1995 foi um dos mais importantes pra história de Kajol. Dois dos cinco filmes que ela fez no ano, Karan Arjun e Dilwale Dulhania Le Jayenge,  foram os maiores sucessos de 1995. Por este último (que é simplesmente o filme que bateu recorde de tempo em cartaz, estando até hoje num cinema em Mumbai, e no qual ela fez o mais famoso par com Shahrukh Khan) ela levou seu primeiro prêmio de melhor atriz no Filmfare Awards.

Seu único filme de 1996, Bambai Ka Babu, foi um fracasso. Em 1997, no entanto, Kajol voltou aos holofotes por ser a primeira atriz na história de Bollywood a ganhar o prêmio de melhor vilão, no Filmfare Awards, pos seu papel em Gupt: The Hidden Truth. Mas não ficou só nisso. Nesse mesmo ano, Kajol fez seu primeiro filme tamil,  Minsaara Kanavu, levando o prêmio de melhor atriz pelo Filmfare Awards South. E o ano fechou para Kajol com o filme Ishq, no qual conheceu Ajay Devgan - nome de filme bem sugestivo para contracenar com quem seria seu futuro marido!


Em 1998, Kajol apareceu ao lado de Salman Khan na comédia Pyaar Kiya To Darna Kya. Depois foi a vez de contracenar com Sanjay Dutt em Dushman. Em seguida, de novo ao lado de Ajay Devgan, apareceu em Pyaar To Hona Hi Tha. Até que, finalmente, contracenou com Shahrukh Khan no maior sucesso do ano, Kuch Kuch Hota Hai, pelo qual levou seu segundo prêmio de melhor atriz no Filmfare Awards.

No ano seguinte, Kajol apareceu em Dil Kya Kare e em Hum Aapke Dil Mein Rehte Hain, neste último ao lado de Anil Kapoor. No ano 2000 ela fracassou com o Raju Chacha. Já em 2001, embora seu primeiro filme tenha sido o também fracassado Kuch Khatti Kuch Meethi, o segundo foi o muito bem sucedido Kabhi Khushi Kabhie Gham, pelo qual ela levou o terceiro prêmio de melhor atriz no Filmfare Awards.


Após o sucesso em KKKG, Kajol decidiu engravidar e acabou passando cinco anos longe das câmeras. O retorno foi com Fanaa, em 2006, no qual apareceu ao lado de Aamir Khan, e pelo qual levou o quarto prêmio de melhor atriz no Filmfare Awards, igualando-se a Meena Kumari e Madhuri Dixit (e a apenas um prêmio de ficar par a par com sua tia). Depois disso Kajol apareceu em U, Me aur Hum, no ano de 2008.

Em 2010, Kajol aparecerá no aguardado My Name is Khan e está filmando neste momento Siddharth Malhotra's Next.


E vamos às intimidades e afins. Como já dito, Kajol casou-se com Ajay Devgan em 1999, no dia 24 de fevereiro. No dia 20 de abril de 2003 nasceu Nysa, a filha do casal. Em 2005, o casal participou no programa Kaun Benega Crorepati (o "Quem quer ser milionário?" indiano) e levaram 10 milhões de rúpias (dois milhões de reais). O dinheiro foi doado a um hospital do câncer, em Chennai. Em 2005 e em 2006, Kajol foi também uma das juradas no Indian Idol.

Em 2006, a Kajol desfilou na Fashion Week de Mumbai, vestindo as roupas de Manish Malhotra. No mesmo ano, foi lançada uma linha de bonecos com o nome Bollywood Legends. Kajol foi uma das lendas escolhidas para ser boneca, junto de Shahrukh Khan, Hrithik Roshan e Priyanka Chopra. Na edição especial de aniversário da Vogue India, em 2009, Kajol e Shahrukh Khan foram tema de capa da revista, na qual dizia:  "Kajol & Shah Rukh: A dupla mais mágica de Bollywood".

No campo social, Kajol é patrona e embaixadora da boa vontade do Loomba Trust, uma instituição de caridade voltada à educação de filhos de viúvas na Índia e em algus outros lugares do mundo. Além disso, ela também trabalha para a ONG Shiksha, que se preocupa em melhorar a qualidade do ensino das escolas da região de Nova Déli. Em novembro de 2008, Kajol recebeu o prêmio Karamveer Puraskar, oferecido às pessoas que, além da própria profissão, preocupam-se com a melhora das questões sociais.

domingo, 17 de janeiro de 2010

3 Idiots (2009) - थ्री इडीयट्स

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3 Idiots nasceu para quebrar recordes. Tendo estreado no último dia 25 de dezembro de 2009, já no dia 4 de janeiro de 2010 ele havia quebrado todos os recordes do cinema indiano, não só de arrecadação dentro e fora do país, mas também com o número de salas, como já havia sido adiantado aqui no Cinema Indiano. Os recordes foram quebrados numa velocidade assustadora dentro da Índia, além de rápido também ter ultrapassado os sucessos anteriores nos Estados Unidos, nos países do Oriente Médio, na África do Sul, no Quênia, em Fiji, no Paquistão e na Austrália. Neste último país, os exibidores foram obrigados a tirar o filme Avatar de algumas salas para atender à demanda imensa por 3 Idiots. A previsão é que esse filme também entre pra história por ser o primeiro filme indiano a ser oficialmente lançado no Youtube, após 12 semanas de sua estreia.

A obra é escrita e dirigida por Rajkumar Hirani, que só tem em sua bagagem a trilogia Munna Bhai. Ele se inspirou no livro de Chetan Bhagat Five Point Someone - What not to do at IIT (Cinco Ponto Alguém - O que não fazer no IIT-Instituto Indiano de Tecnologia), mas o filme não é a história do livro. A produção é da Vinod Chopra Productions e o filme estrela Aamir Khan, Sharman Joshi, R. Madhavan e Kareena Kapoor.

O filme é contado em flahsbacks. Logo no começo, Farhan Qureshi (R. Madhavan) recebe uma ligação no celular, de dentro do avião que taxiava pra levantar voo, avisando-lhe que sabiam onde estava Rancchoddas Shyamaldas Chanchad (Aamir Khan), mais conhecido por Rancho. No mesmo instante ele faz o que pode pra sair do avião e corre pra pegar Raju Rastogi (Sharman Joshi) pra irem juntos atrás de Rancho.


E assim, a partir das lembranças de Farhan, passamos a conhecer a história da amizade dos três, pouco mais de dez anos antes. Tudo começou quando foram admitidos na fictícia Imperial College of Engineering (inspirada no IIT) e calharam de cair no mesmo quarto do dormitório da faculdade. Muito cedo a irreverência de Rancho é notada por todos e tão cedo ele passa a ser perseguido pelos professores, sobretudo Viru Sahastrabudhhe (Boman Irani), diretor da faculdade (inevitavelmente apelidado de ViruS). Por outro lado, Chatur Ramalingan (Omi Vaidya) é o aluno preferido dos professores, o mais dedicado e inteligente. Mas a grande inteligência de Chatur é colocada à prova tão logo o primeiro exame acontece e quem fica em primeiro lugar é... Rancho. Farhan e Raju, no entanto, ficam nos dois últimos lugares do ranking, respectivamente.

Rancho, no entanto, não está nem aí para rankings, ao contrário do pensamento comum que permeia a tudo e a todos. Seu posicionamento quanto a isso é deixado muito claro em vários momentos, mas o ponto mais importante aparece ainda mais ou menos no começo do filme, quando um aluno não consegue permissão do diretor Virus para prolongar seu tempo pra conclusão de seu projeto, já que seu pai havia sofrido um acidente. Como isso resultaria em sua não conclusão do curso, para a vergonha da família e da sociedade, ele acaba cometendo suicídio.

Aos poucos, o professor Virus passa a adverter Raju e Farhan para que não andem mais com Rancho, dizendo ser ele uma má influência. Ele chega, inclusive, a mandar cartas aos pais dos dois dizendo sobre isso, apelando ainda ao fato de que Rancho vem de família ultra rica, enquanto que os outros dois, ao contrário, são muito pobres - principalmente Raju, cujo pai está de cama, a meio fio para morrer, cuja irmã não casou até agora por falta de dote para tal e cuja mãe não compra um sari novo há mais de cinco anos.

Mas a amizade permanece, embora Raju revolte-se por um breve tempo. Eles seguem aprontando como bons recém-ex-adolescentes e, numa dessas, conhecem  por acaso Piya (Kareena Kapoor), por quem Rancho se apaixona, mas é noiva do riquíssimo Suhaas. No entanto, Piya, por ironia do destino, é filha de nada mais que o professor Virus. Rancho não se intimida e tenta mostrar a ela que Suhaas não é um bom partido, pois tudo o que lhe interessa é o status e a ostentação.

Numa noite, bêbados, os três invadem a casa do professor Virus para que Rancho se declare a Piya. Mas Virus acorda e, antes de fugirem, eles urinam na porta de sua casa. O resultado é que, no dia seguinte, o professor Virus chama Raju a seu escritório e anuncia-lhe que ele está sendo expulso da faculdade (ele faz isso somente com Raju, pois é ele quem tem as piores notas). Raju retruca dizendo que seu pai está vivo até hoje apenas para ver seu diploma, ao que Virus contesta advertendo que ele deveria ter pensado nisso antes. Ainda assim, Virus dá uma segunda chance a ele propondo que, em seu lugar, Rancho seja então expulso. Raju, muito desesperado e não sabendo que decisão tomar, pula da janela do escritório de Virus, no terceiro andar da faculdade.

Ele não morre, mas entra em coma e fica assim por muitos dias. Durante esse tempo, Farhan, Rancho, Piya e a mãe de Raju fazem o que podem para alegrar Raju que, mesmo em coma, poderia escutar e ver tudo, segundo o médico. No fim das contas, Raju acorda.

Esse ocorrido, no entanto, finalmente desperta em todos o que Rancho sempre vinha dizendo, que o que fazemos raramente é o que queremos realmente fazer, mas sim o que nossos pais querem, o que a sociedade quer. O verdadeiro sonho de Farhan, por exemplo, era ser fotógrafo de natureza. Na mesma onda, Piya joga na cara de seu pai, o professor Virus, que o irmão dela (logo, filho dele) havia morrido atropelado por um trem não por causa de um acidente, mas que havia sido um suicídio, já que ele não aguentava a pressão do pai para ser engenheiro, pois seu sonho era ser escritor.

Voltando ao presente, quando Farhan e Raju (junto de Chatur, que é que havia ligado para Farhan no começo do filme) chegam ao local em que deveria estar Rancho, em Shimla, eles encontram, na realidade, outra pessoa. Descobrem logo que essa outra pessoa era na verdade o verdadeiro Rancho e que o que eles haviam conhecido era um filho dos empregados da casa que, de tão inteligente que era, foi "contratado" pela família para se passar por Rancho e conseguir os diplomas devidos a ele. E o contrato previa que assim que ele concluísse a faculdade ele deveria simplesmente desaparecer. Descobrem, portanto, que o Rancho que eles conheciam era agora professor numa escola remota no meio do Ladakh, na Caxemira.

A partir daí já não conto mais nada. Já contei demais da história, embora eu tenha omitido vários e vários fatos que deixam a história toda mais divertida e simpática.

Preciso dizer que gostei bastante de 3 Idiots. Ele está longe de ser o melhor filme do mundo, mas seu enredo super simples, seu contexto super irreal - caricato na maior parte das vezes -, as atuações também simplórias, as poucas músicas pouco elaboradas, mas delicadas e divertidas em alguns momentos, tudo isso fez com que o filme se tornasse muito agradável de se ver, além de cativante e muito sensível. Nem se vê as quase três horas de filme passando.

Conhecendo um bocado da sociedade indiana, podemos imaginar um pouco do porquê do estrondoso sucesso. O país possui hoje um dos maiores números de estudantes de engenharia no mundo, grande parte dos quais ingressa nessas universidade justamente contra a vontade. As estatísticas mostram também que a Índia é um dos países com maior índice de suicídio dentre os estudantes universitários, graças, sobretudo, ao cruel sistema de ranqueamento. Além disso, desde que o tema da juventude universitária foi trazido à tona no cinema indiano, com o revolucionário Rang De Basanti (que conta com o protagonismo dos mesmos Aamir Khan, R. Madhavan e Sharman Joshi), essa mesma juventude passou a ser inevitavelmente o principal público do cinema no país.

Mas por mais que seja evidente o apoio em Rang De Basanti, por vários cantos da mídia indiana havia inevitáveis comparações dessa obra com Taare Zameen Par, o que foi um pouco exagerado, mas justificado. Se em TZP o foco era a educação infantil a partir do problema de uma criança com dislexia e em 3 Idiots o foco é a educação universitária, em ambos, porém, a maior e principal mensagem transmitida é que, não importando o nível educacional, o que nunca é explorado é o potencial inerente de cada ser humano - e que é inevitavelmente acompanhado de dificuldades não menos inerentes. E o filme deixa de lado revolucionismos e realismos, trazendo, no entanto, uma esperança à juventude. E isso de uma maneira muito leve e tranquila.

O filme tem cinco músicas compostas por Shantanu Moitra e escritas por Swanand Kirkire. Das cinco, somente duas viraram cenas de song-and-dance, Aal Izz Well e Zoobi Doobi - e ambas são muito divertidas! E Rajkumar Hirani, o diretor, foi chamado de o mais idiota de todos por pela primeira vez na história do cinema indiano ter pedido para os protagonistas homens perderem peso e músculos e a protagonista engordar.

Fiquem agora com o trailer do filme:



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Podcast sobre cinema indiano no Asfixia

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Queridos leitores, é com muita alegria que convido a todos a se deliciarem com o  PODCAST que o pessoal da e-zine Asfixia preparou comigo e com a Bárbara, do blog Grand Masala. Na nossa longa e divertida conversa, falamos sobre vários assuntos que envolvem o cinema indiano, suas particularidades e curiosidades que só o Cinema Indiano e o Grand Masala poderiam trazer pra vocês.

Não deixem de ouvir, pois não irão se arrepender. Eu garanto!

Gostaria de agradecer ao Fernando, pelo convite, ao Xan, pela divertida participação, e à Bárbara, pelas mais que competentes palavras.

Cliquem aqui e deliciem-se :)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mostra de cinema indiano em Turim

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Há pouco mais de um mês, a cidade italiana de Florença presenteou seus habitantes com o festival River to River, de cinema indiano, dentro de um festival bem maior de cinema internacional. Dessa vez, o norte do país será mais uma vez agraciado com o festival Bollywood, Bollywood!, dessa vez no Museu d'Arte Orientale (MAO) de Turim, que irá deste dia 14 de janeiro ao dia 11 de fevereiro de 2010.

Embora a extensão seja grande, apenas quatro filmes serão exibidos e que considero particularmente bem escolhidos para representar a Bollywood contemporânea, como se propõe essa pequena mostra. No site do museu temos um texto um tanto chavão, mas que deve ser traduzido aqui:

"Ignorado por décadas no ocidente, se não em sua manifestação mais nobre e comprometida, o cinema indiano goza hoje de uma inesperada popularidade. Expressão de um país com muitas facetas, que representa com fidelidade absoluta a natureza policromática e contraditória, fugindo de qualquer classificação rígida: como a masala, é uma verdadeira mistura de especiarias em cuja mistura os sabores aparentemente incompatíveis se fundem num composto surpreendentemente saboroso. O objetivo deste encontro é aprofundar as raízes, explorando as múltiplas ramificações e encontrar um substrato comum, na tentativa de encontrar as razões do sucesso de um fenômeno tão falado e tão incompreendido".

Bom, na abertura da mostra haverá uma conferência com Aelfric Bianchi que falará sobre "Il Meraviglioso Mondo di Bollywood" (O Maravilhoso Mundo de Bollywood), às 21h do dia 14/01. E os filmes a serem exibidos serão:  Devdas (21/01, às 20h), Main Hoon Na (28/01, às 20h), Jodhaa Akbar (04/02, às 18h) e Black (11/02, às 20h).

Endereço do museu, telefone etc., clique aqui. Os ingressos são gratuitos.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Shahid Kapoor - शाहिद कपूर

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No dia 25 de fevereiro de 1981 nascia, em Nova Déli, Shahid Kapoor. O pai de Shahid é o ator Pankaj Kapoor e sua mãe é a também atriz e dançarina clássica Neelima Azeem. Quando ele tinha três anos de idade seus pais se separaram e ele foi morar com sua mãe. Seu pai casou de novo com outra atriz, a Supriya Pathak, com quem teve Ishaan Kattar. De seus pais, Sahid também tem uma irmã, Sanah, e um irmão, Ruhaan. Sua avó materna, Anwar Azeem, ficou também famosa por ser uma escritora e jornalista marxista do Bihar.

Após estudar na Rajhans Vidyalaya, em Mumbai, Shahid acabou entrando no mundo dos comerciais de TV indianos, tendo inclusive aparecido como coadjuvante num comercial da Pepsi, ao lado de Shahrukh Khan e Rani Mukerji, na ocasião de Kuch Kuch Hota Hai (1998). Nesse meio tempo, ele decidiu entrar na escola de atuação chamada Shiamak Davar Institute for the Performing Arts (SDIPA). O resultado veio logo e, em 1999, foi chamado pra ser dançarino de uma cena de dança do filme Taal, na música Kahin Aag Lage Lag Jawe, junto de Aishwarya Rai, e também numa cena de Dil To Pagal Hai, no mesmo ano.

Mas foi somente em 2003 que ele ganhou um papel importante, no filme Ishq Vishk, junto de Amrita Rao, já levando o prêmio de melhor ator estreante pelo Filmfare Awards. No ano seguinte ele apareceu no fracassado Fida, ao lado de Kareena Kapoor, mas sua atuação foi de novo muito bem elogiada. Ainda no mesmo ano, ele apareceu também em Dil Maange More

Em 2005, Shahid apareceu em Deewane Huye Pagal, Vaah! Life Ho Toh Aisi! e em Shikhar. Por este último ele recebeu algumas indicações de melhor ator, embora não tenha levado nenhuma. No ano seguinte, seus dois primeiros filmes, 36 China Town Chup Chup Ke, não fizeram muito sucesso, mas o terceiro, Vivah, foi um dos maiores sucessos do ano.

Em 2007 foi a vez de aparecer no fracassado Fool and Final e no bem sucedido Jab We Met, ao lado de Kareena Kapoor. Por sua atuação neste filme, Shahid foi indicado ao peêmio de melhor ator pelo Filmfare Awards. Em 2008 ele apareceu somente em Kismat Konnection.

No comecinho de 2009, Shahid estreou no aclamadíssimo Kaminey, rendendo-lhe ótimas críticas por sua dupla-atuação. Mais pro final do ano ele apareceu ao lado de Rani Mukerji no filme Dil Bole Hadippa!. Para 2010, Shahid aparecerá em Chance Pe Dance, Milenge Milenge e Paathshala.

Bom, e enquanto filmava Fida, entre um set e outro, Shahid começou a namorar com Kareena Kapoor, com quem ficou por três anos. Eles, inclusive, foram jntos na turnê mundial do Rockstars Concert, junto de Salman Khan, John Abraham , Esha Deol, Mallika Sherawat e Zayed Khan. Em 2009, por poucos meses, Shahid Kapoor e Vidya Balan também tiveram um relacionamento, mas logo terminaram.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

3 Idiots, Aamir Khan e o recorde

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Passados dez dias da estreia de 3 Idiots na Índia, a obra de Rajkumar Hirani, com Aamir Khan, Sharman Joshi, R. Madhavan e Kareena Kapoor, já entrou para a história do cinema indiano como o maior sucesso de todos os tempos. O filme já havia batido o recorde de maior número de salas, sendo exibido em 2126 cinemas na Índia e no mundo.

Somente nessa uma semana e meia que se passou, o filme já arrecadou praticamente o mesmo tanto que Ghajini (2008) arrecadou durante todo o tempo que esteve em cartaz - mais de 50 milhões de reais. Uma vez mais, o impressionante empenho de Aamir Khan para promover o filme rendeu frutos muito maiores do que os esperados, segundo o próprio produtor, Vidhu Vinod Chopra.

Assim como em Ghajini, no qual Aamir é apenas um ator (protagonista, ok, mas não escreveu o filme, nem dirigiu e nem produziu), dessa vez ele foi de novo o grande responsável pela mais impressionante e rápida quebra de recorde do cinema indiano. Se no filme anterior Aamir instalou os bonecos em tamanho real de seu personagem nas salas de cinema, dessa vez ele foi muito, mas muito além. As salas de cinema da Índia até que ganharam uma intervenção semelhante, que foram os bancos em forma de bunda que viraram símbolo do filme, mas essa foi a estratégia menos importante para promoção de 3 Idiots.

Aamir teve a brilhante ideia de criar para si próprio - e para o filme, é óbvio - a Bharat Darshan (grosseiramente "Visão da Índia), ou seja, uma volta completa pela Índia, por grandes e pequenas cidades, à semelhança do que fez Gandhi ao retornar da África do Sul, como ele mesmo disse. A inspiração vem do próprio filme, no qual o personagem de Aamir Khan some e os outros dois idiotas vão à sua procura, apenas seguindo as pistas. E é daí que Aamir deu a grande cartada.

Toda a sua peregrinação foi feita sem que ninguém soubesse onde ele estava e para onde iria. Vez ou outra ele aparecia em algum local, como ele mesmo, causando o alvoroço que só mesmo Aamir Khan pode causar. Outras vezes, ele ia totalmente disfarçado. E para que não o encontrassem, seu Bharat Darshan contou com viagens em todos os módulos possíveis, de riquixás a aviões - o que fez Vinod Chopra tentar convencê-lo a desistir da ideia maluca, de tão dispendiosa. Mas os custos já foram compensados mal o filme lançou.

A cada etapa de sua jornada pelo país, Aamir foi postando vídeos na página oficial do filme, por vezes dando pistas de onde estaria. Passando pelos ghats de Varanasi, à beira do rio Ganges, pela escola modelo em educação gandhiana, no Gujarat, ou infiltrado em um casamento Sikh, Aamir ia distribuindo presentes, que era sua marca - um anel de ouro (que ultrapassou a quantidade prevista, pra descabelar mais ainda Vinod Chopra).

Para ler a postagem sobre o filme, clique aqui.

Vejam, abaixo, uma compilação montada pelo Aamir com os principais momentos de seu Bharat Darshan. Se quiserem ver todos os vídeos da jornada, basta entrar na sua página do YouTube, pucaiidiot.