Karnataka é um dos quatro estados que compõem o sul da Índia, cuja capital é a própera cidade de Bangalore, atual Bengaluru. A língua falada naquele estado é o Kannada, do tronco lingüístico Dravidiano (assim como nos outros três estados do sul), totalmente distinto do tronco linguístico do norte, que é o Sânscrito. Portanto, o cinema de Karnataka é majoritariamente falado em Kannada, embora alguns filmes sejam também produzidos em Tulu, falado por uma minoria, e em Konkani, falado principalmente no estado vizinho de Goa.
O apelido dado à indústria de cinema do Karnataka – Sandalwood – é, na verdade, uma brincadeira. O prefixo “sandal” não está relacionado ao bairro em que estão os estúdios, como costuma ser (e daí apenas agrega-se a palavra “wood”, de Hollywood), mas sandalwood nada mais é que o sândalo. Neste estado, o sândalo produzido é considerado o melhor do mundo. O “wood” de sandalwood apenas veio a calhar e virou o nome da indústria cinematográfica local.
Em 1934 foi lançado o primeiro filme falado em Kannada na Índia, chamado Sati Sulochana, seguido depois pelo filme Bhakta Dhruva. Embora ambos os filmes tenham sido sucessos na época, os produtores e diretores tinham um sério problema: não havia estrutura para a produção cinematográfica no Karnataka. Esses dois primeiros filmes foram filmados nos estúdios de Kolhapur, do estado vizinho do Maharashtra, sede de nada mais que Bollywood, e a produção de som foi realizada em Chennai (na época Madras), no outro estado vizinho de Tamil Nadu. Além disso, como a elite indiana da época concentrava-se principalmente em Mumbai, Nova Delhi e Calcutá, os financiamentos para o cinema eram realizados principalmente nessas localidades.
Nos anos 50, já com a Índia independente (mas financiamentos ainda esparsos), o cinema em Kannada viu surgir seu mais importante astro, Dr. RajKumar, no filme mitológico Bedara Kannappa. A década de 60 seguiu fraca, com RajKumar estrelando todos os poucos filmes produzidos na época. É ele que aparece na foto acima, à frente do mapa do Karnataka.
Foi nas décadas de 70 e 80 que o cinema Kannada viveu seus anos dourados, principalmente com o surgimento do cinema alternativo na Índia, também chamado New Age (Nova Era). Em 1977, o filme Ghata Shraddha foi o primeiro do cinema Kannada a receber uma premiação nacional de melhor filme. Na mesma época surgiu o diretor Puttanna Kanagal, considerado o melhor da indústria local, produzindo filmes como Bellimoda, Gejje, Pooje e Sharapanjara Sakshatkara. Na década de 80, o governo do Karnataka deu 50% de isenção de impostos para os filmes 100% produzidos no estado, como forma de popularizar a produção local.
Nos anos recentes, três filmes fizeram a alegria dos produtores do Karnataka, engrossando os cofres da indústria Kannada. Foram eles Jogi (2005), Mungaru Male (2006) e Duniya (2007). Este último foi também lançado nos outros países com colônias indianas, colocando o cinema Kannada literalmente no mundo.
O resultado desse crescimento recente também se manifestou em um duplo fenômeno. Os atores, atrizes e diretores mais populares do Karnataka aceitaram belas propostas ($) para filmes em outras indústrias da Índia, assim como personalidades dessas outras indústrias, como Amitabh Bacchan, estrelaram filmes Kannada.
2 comentários:
good work bro...
i'm from karnataka i newer knew all this information :D
Cool! I'm glad to know :)
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