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Começou no dia 3 de novembro, já passado, a exibição da Trilogia de Apu aqui em Diadema, no grande ABC, região metropolitana de São Paulo. Embora o primeiro filme - A Canção da Estrada (Pather Panchali, 1955) - já tenha sido exibido, ainda dá tempo de ver os outros dois, nos dias 10 e 17 de novembro, respectivamente, sempre às 20h.
A exibição ocorre no Cine Eldorado, em parceria com o Cine Sesc, localizado à Rua Frei Ambrósio de Oliveira Luz, 55, próximo à represa Billings. As exibições são gratuitas e recomenda-se retirar ingressos uma hora antes das sessões.
É, como sempre, uma excelente oportunidade de entrar em contato com uma das mais brilhantes e finas obras que o cinema mundial já pode experimentar. Os organizadores fizeram o seguinte texto sobre a exibição destes filmes:
"Mostra Satyajit Ray - A Trilogia de Apu - O cinema indiano, marcado por sensibilidades e realismos, deve muito de sua história a Satyajit Ray, cineasta responsável pela Trilogia de Apu: "A Canção da Estrada" (1955), "O Invencível" (1956), e "O Mundo de Apu" (1959). O diretor baseou-se no romance "Aparajito", de Bibhutibhushan Bandopadhyay para contar a história de Apu, personagem que aparece em diferentes fases da vida ao longo dos três filmes, retratado com a beleza e a crueza do estilo inspirado no neo-realismo italiano e na nouvelle vague francesa, acompanhado da trilha sonora original composta por Ravi Shankar.
Abrindo a Mostra, "A Canção da Estrada" (dia 03 - 115 min - classificação indicativa: 14 anos) traz a visão de Apu criança, em uma pequena aldeia onde a miséria e as dificuldades são grandes. Acompanhado da mãe, da bisavó e da irmã, Apu observa, mas não compreende as tristezas da vida a seu redor. O pai, pregador sempre ausente, não consegue dinheiro suficiente para a família, a mãe se entristece, mas o menino não compreende a totalidade das situações. Satyajit Ray mantém-se de certo modo afastado dos personagens, observando-os como quem não sabe por onde olhar, ou como quem procura entender um grande quadro que lhe escapa às referências.
"O Invencível" (dia 10 - 127 min - classificação indicativa: 14 anos) nos traz um Apu em fase de expansão: adolescente, vivendo em uma cidade maior, começa a planejar voos mais altos do que a realidade dura e triste da aldeia permitiria. Mas ao mesmo tempo em que os desejos de Apu o levam além de seus limites, descortinando possibilidades de vida, ele também descobre as perdas que lhe cortam parte do passado. Apu perde o pai e a mãe, e se vê então a sós com um mundo a descobrir e que está, no entanto, vazio de seguranças.
Por fim, a trilogia se encerra com "O Mundo de Apu" (dia 17 - 100 min - classificação indicativa: 14 anos), em que o espaço aberto do filme anterior se deixa esgotar, enclausurando o personagem em pequenos espaços da vida adulta. Apu, agora grande, descobre-se novamente pequeno frente às surpresas e tragédias impostas pela vida e pela natureza. Da clausura das poucas possibilidades quando criança, à aparente expansão da juventude, aos cortes da vida adulta: Apu alterna entre espaços e, com ele, aprendemos a olhar para o futuro e para o passado do personagem de formas diferentes.
A história e os dramas de Apu são contados por Satyajit Ray de maneira direta - não há enfeites ou exageros, nem há o sentido de uma grande ação com consequências globais como se costuma ver em filmes de disposições mais comerciais. A vida e as histórias de Apu são de Apu, mas em sua insignificância resta justamente seu contato com o espectador: seus sofrimentos, suas dúvidas e seus anseios são também o de pessoas comuns; indianos, italianos ou brasileiros. Satyajit Ray tira a inspiração baseado no filme "Ladrões de Bicicleta", de Vittorio de Sica, com um olhar simples, uma atuação simples e um filme sem rodeios. Direto, natural e frágil como a vida, o modo de contar da trilogia de Apu resulta em uma visão desencantada, mas ao mesmo tempo, esperançosa."
Abrindo a Mostra, "A Canção da Estrada" (dia 03 - 115 min - classificação indicativa: 14 anos) traz a visão de Apu criança, em uma pequena aldeia onde a miséria e as dificuldades são grandes. Acompanhado da mãe, da bisavó e da irmã, Apu observa, mas não compreende as tristezas da vida a seu redor. O pai, pregador sempre ausente, não consegue dinheiro suficiente para a família, a mãe se entristece, mas o menino não compreende a totalidade das situações. Satyajit Ray mantém-se de certo modo afastado dos personagens, observando-os como quem não sabe por onde olhar, ou como quem procura entender um grande quadro que lhe escapa às referências.
"O Invencível" (dia 10 - 127 min - classificação indicativa: 14 anos) nos traz um Apu em fase de expansão: adolescente, vivendo em uma cidade maior, começa a planejar voos mais altos do que a realidade dura e triste da aldeia permitiria. Mas ao mesmo tempo em que os desejos de Apu o levam além de seus limites, descortinando possibilidades de vida, ele também descobre as perdas que lhe cortam parte do passado. Apu perde o pai e a mãe, e se vê então a sós com um mundo a descobrir e que está, no entanto, vazio de seguranças.
Por fim, a trilogia se encerra com "O Mundo de Apu" (dia 17 - 100 min - classificação indicativa: 14 anos), em que o espaço aberto do filme anterior se deixa esgotar, enclausurando o personagem em pequenos espaços da vida adulta. Apu, agora grande, descobre-se novamente pequeno frente às surpresas e tragédias impostas pela vida e pela natureza. Da clausura das poucas possibilidades quando criança, à aparente expansão da juventude, aos cortes da vida adulta: Apu alterna entre espaços e, com ele, aprendemos a olhar para o futuro e para o passado do personagem de formas diferentes.
A história e os dramas de Apu são contados por Satyajit Ray de maneira direta - não há enfeites ou exageros, nem há o sentido de uma grande ação com consequências globais como se costuma ver em filmes de disposições mais comerciais. A vida e as histórias de Apu são de Apu, mas em sua insignificância resta justamente seu contato com o espectador: seus sofrimentos, suas dúvidas e seus anseios são também o de pessoas comuns; indianos, italianos ou brasileiros. Satyajit Ray tira a inspiração baseado no filme "Ladrões de Bicicleta", de Vittorio de Sica, com um olhar simples, uma atuação simples e um filme sem rodeios. Direto, natural e frágil como a vida, o modo de contar da trilogia de Apu resulta em uma visão desencantada, mas ao mesmo tempo, esperançosa."
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