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E também esteve na 34a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo este super simpático filme indiano que, lá, apareceu com o nome Filmando Harishchandra, mas que na tradução literal ficaria A Fábrica de Harishchandra.
O filme conta a história do surgimento do cinema indiano. Nada mais, nada menos. E ponto. E não é um filme de Bollywood, nem sequer é em hindi - e isso, pra mim, é o mais legal de tudo. Eu nunca me esqueço do dia em que escrevi a postagem sobre o cinema marathi, em agosto de 2008, na qual eu dizia que este cinema era o mais reprimido de toda a Índia, não só por dividir o mesmo estado em que está sediado Bollywood - o Maharashtra -, mas principalmente pelo primeiro filme feito dentro da Índia ter sido feito com uma equipe integralmente falante do marathi, não do hindi, em 1913.
Esse primeiro filme foi Raja Harishchandra, feito por Dadasaheb Phalke, que era maratha, assim como toda sua equipe. Acontece que o feito de Phalke teve efeito cascata, inclusive nele mesmo, e em dois tempos nascia uma super indústria de cinema, ali mesmo, e que, ainda com o cinema mudo, já passava a ser feito por mãos de pessoas comprometidas com a elite indiana falante do hindi. E Bollywoood dava as caras.
Mas vamos aqui assumir que Raja Harishchandra seja um filme maratha, tendo como base sua produção. E então nada mais justo que um filme que conte a história do primeiro filme indiano seja justamente feito pelo agora autoafirmado cinema marathi.
Harishchandrachi Factory revela a história de como o senhor Phalke teve uma determinação desmedida pra colocar em prática sua ideia de fazer um filme em terras indianas. Com boas doses de um humor muito leve e delicado, o filme de Paresh Mokashi é quase uma fábula sobre um dos fatos mais importantes da história recente da Índia, estrelado por Nandu Madhav e Vibhavari Deshpande.
De forma mais amadora possível, mas extremamente determinado, Phalke, que já trabalhava com entretenimento de rua, decide mudar seus rumos após ficar efeitiçado ao ver um filme num cinema, em Mumbai. Assistiu ao mesmo filme um incontável número de vezes, levando por vezes seu filho consigo. Aos poucos, passou a vender objetos de sua casa pra poder comprar mais ingressos e ver mais vezes o mesmo filme. Sua esposa, confiante no marido, jamais questionou.
E foi assim que ele então decide ir a Londres e aprender de perto como é que se fazia aquela magia. Por um tempo, assim, trabalhou como assistente de direção e absorveu tudo aquilo que poderia absorver, até que chegasse o momento em que ele se sentisse pronto pra voltar à Índia e fazer o primeiro filme genuinamente indiano.
Mas quem disse que seria fácil? Assim que retornou ao seu país ele enfrentou os mais variados tipos de obstáculos, que facilmente fariam de seu projeto uma empreitada impossível. Mas Dadasaheb Phalke não sabia assumir um projeto sem levá-lo às últimas consequências - e, neste caso, uma das últimas consequências phalkeanas que podemos registrar é esta exata postagem que escrevo, num site dedicado à hoje maior indústria de cinema do mundo.
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Antes mesmo de Harishchandrachi Factory entrar em cartaz, o governo indiano indicou-o para ser o representante da Índia na competição de melhor filme estrangeiro do Oscar. Recomendo o filme não só por sua agradável ilustração histórica, mas também por ser uma gostosa obra além-Bollywood, tão desacostumados que estamos de ver.
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7 comentários:
Que lindinho! Já não me lembrava do post sobre o cinema marathi :)
Pois eu não esqueço! :)
Um ibirá nunca esquece.
Menos ainda dois deles!
A foto com as criancinhas é muito fofinha!
No meu eterno vício por Bollywood, estou me sentindo de fora por nunca ter visto um filme marathi. Vou ver o Harischandrachi (!) logo.
Filme já legendado e indicado pela Carol Rondinelli!
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Procure a opção [Entertainment World] e depois [Bollywood Blockbusters].
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