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Zubeidaa é definitivamente um filme muito curioso. Eu tenho um pouco de dificuldade de dizer que o filme é realmente bom, mas de alguma maneira ele me cativou e certamente está na lista dos que gostaria que todos assistissem se querem mesmo entender mais do cinema indiano.
A verdade é que cada vez que vejo um filme indiano que fala sobre o próprio cinema indiano me dá uma sensação de que o que nós sabemos dessa indústria absurdamente grande e tão antiga é mesmo um nada. Daí isso colocado nas mãos de um Shyam Benegal, que sabe fazer as coisas com uma certa inegável maestria, e com trilha composta por A.R. Rahman, cujo efeito-emoção de suas músicas não se questiona, temos então uma obra verdadeiramente cativante. Sem contar algumas músicas cantadas por Lata Mangeshkar, que trazem uma estranha nostalgia desconhecida bem no meio da espinha.
Bom, e pra ajudar tudo, embora ficção, Zubeidaa é inspirado em fatos reais, o que torna a história um pouco mais interessante. O filme é escrito por Khalid Muhammed, filho de Zubeida Begum, uma mal-sucedida atriz e desastrada mulher que acabou por se casar com o Marajá de Jodhpur na metade do século XX.
Logo no começo do filme conhecemos Riyaz (Rajit Kapoor), filho de Zubeidaa, hoje jornalista e muito interessado em descobrir a verdadeira história de sua mãe. Aos poucos ele vai coletando informações, confrontando dados estranhos e imprecisos, de fontes já quase apagadas. Conforme ele vai juntando a história, descobrimos que Zubeidaa (Karisma Kapoor) era filha única de Suleman Seth (Amrish Puri), um famoso cineasta de Bollywood. Seu sonho era ser uma grande atriz e, escondida de seu pai, começa a atuar. Quando ele descobre, porém, a proíbe integralmente de entrar num estúdio e acaba por casá-la com um rapaz, contra todas as suas vontades.
Ela engravida de seu marido, mas, no dia em que ela dá a luz a Riyaz, problemas de família forçam seu marido a se divorciar dela. É então que Rose (Lillete Dubey), uma espécie de amante semi-oficial do pai de Zubeidaa, faz-se mais presente do que já era e introduz Zubeidaa a Vijayendra Singh (Manoj Bajpai), Marajá de Fatehpur, com quem mais tarde acaba se casando.
Acontece que o Marajá já era casado com Mandira Devi (Rekha), a rainha oficial, embora ele demonstrasse um significativo afeto por Zubeidaa. Mas o espírito livre - leia-se rebelde - de Zubeidaa logo mostra-se incompatível com toda a nova realidade que ela estava vivendo - ou talvez com toda realidade que ela fosse viver em qualquer que fossem as circunstâncias.
E o ideal é que eu pare a história por aqui. Riyaz vai aprofundando sua pesquisa até desvendar os últimos segredos, e é nessa procura que ficamos presos, sobretudo pela busca de um objeto em especial e absolutamente único - o único rolo de filme em que Zubeidaa havia gravado a única cena de dança, entregue em alegria e realização, e que estava desaparecido.
A maestria de Shyam Benegal foi reconhecida com o prêmio de melhor filme em hindi dado pelo National Film Awards, em 2001. E a brilhante atuação de Karisma Kapoor também não ficou de fora; ela levou o prêmio de melhor atriz pela crítica no Filmfare Awards, mais do que merecidamente. E, por fim, Zubeidaa faz parte de uma trilogia+1 de Shyam Benegal, sobre filmes que tocam em questões islâmicas. O primeiro foi Mammo (1994), o segundo foi Sardari Begum (1996) e o terceiro foi Zubeidaa. O +1 apareceu agora em 2010, com o filme Well Done Abba.
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10 comentários:
Adorei a história. Vou ver. :)
Ja fiquei interessado em ver.
É mesmo para verem :)
Faz tempo que quero ver esse filme :/
É sua cara, Pedro.
O Ibirá tem razão: o filme é cativante! Assistam. :)
Mehendi hai rachnewali... ♫
Parece ser muito bonitinho o filme. E ainda dá um toque a mais saber que foi inspirado numa história real. Quero ver.
E seria minha primeira experiência com a Karisma Kapoor também, acho.
Também me interessei
=D
Vejam, meninas, vejam!
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