sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Cinema Punjabi - ਪੰਜਾਬੀ ਸਿਨੇਮਾ

Vamos agora falar sobre o cinema punjabi, ou Punjwood, feito e falado na língua do estado do Punjab, noroeste da Índia. Preciso dizer que, por motivos que direi a seguir, não foi fácil recolher informações muito concisas e confiáveis sobre este cinema regional.


Para explicar este problema, sou obrigado a remeter à história da independência da Índia. Após os esforços conjuntos de diversas pessoas, dentre elas Gandhi, a Inglaterra cedeu e aceitou a autonomia indiana, nos idos do ano de 1947, pondo fim ao poderoso British Raj, ou reinado britânico. No entanto, na independência, muçulmanos quiseram para si um país próprio, separado da Índia, que se chamaria Paquistão. Assim sendo, ainda de posse daquelas terras, a coroa britânica teve a brilhante idéia de dar a incumbência de desenhar o traçado de fronteira entre os dois novos países a uma pessoa que nada sabia de Índia. O resultado disso foi que a mais fértil de todas as províncias do Império Indiano, o Punjab, foi brutalmente cortado ao meio, entre Índia e Paquistão. De um lado ficou Lahore, no Punjab paquistanês, e de outro ficou Amritsar, na Índia. Na separação, as mais sangrentas cenas da independência indiana solidificaram os mais profundos ódios existentes até hoje entre hindus e muçulmanos.


E eis que, do ódio que ainda sangra na ferida indiana, cada qual escreve uma história diferente de um cinema que tem língua dividida entre estados de mesmo nome em países diferentes.


Pela pesquisa que pude fazer, consta que o primeiro filme na língua punjabi chamava-se Heer Hanjha e foi lançado em 1932, ainda na época do domínio britânico. No entanto, o diretor, Abdul Rashid Kardar, era muçulmano e a história toda trata de um amor entre um homem e uma mulher também muçulmanos. Justamente por isso que em muitos locais sobre a história do cinema punjabi é atribuído o primeiro lançamento a Sheila (1935), do diretor hindu Krishna Dev Mehra, que teve, inclusive, mais sucesso. Uma curiosidade da produção deste filme, aliás, é que ele foi inteirinho produzido em Calcutá, onde havia mais recursos, e foi lançado em Lahore, que era a então capital do estado do Punjab.


Lahore acabou tornando-se um centro importante do cinema indiano, na época, atraindo diretores e produtores de outras províncias da colônia, além de tornar-se base de muitos jornalistas que escreviam sobre a produção cinematográfica nacional. Porém, 1947 trouxe consigo o destino e levou do Punjab a prosperidade que Deus havia lhe dado. A produção de cinema da região caiu drasticamente e, ao que consta, muitos desses produtores, diretores e jornalistas mudaram-se para Mumbai e ali fizeram a diferença na criação de Bollywood.


A história que agora se segue tratará apenas do cinema punjabi indiano. O produzido do lado paquistanês será tratado especialmente numa postagem só sobre o cinema do Paquistão. Nas décadas de 50 e 60 pouco se fez na região. Na realidade, em 1969 foi lançado o primeiro grande sucesso do cinema punjabi pós-independência: Nanak Naam Jahaz Hai, de Ram Maheshwari. Além de ser o primeiro grande sucesso, resgatou o tema religioso, comum na época, contando uma ficção entremeada na religião Sikh, predominante no Punjab. A partir de então, novos filmes passaram a ser lançados muito mais recorrentemente do que antes.


Em 1980, o filme Chann Pardesee, de Chitraart, é, até hoje, o único filme do cinema punjabi a ganhar um prêmio do National Film Awards. E confesso, digo “um prêmio”, porque não consegui encontrar que prêmio foi esse em nenhum lugar e se alguém souber me dizer eu agradeço muito! No decorrer da década de 80 muitos outros filmes foram lançados, na rabeira de Chann Pardesee. No entanto, os anos 90 viram a completa decadência do cinema regional do Punjab, que voltou a respirar somente agora, no século XXI. Poucos destacaram-se, porém, mas podemos citar Waris Shah e Dil Apna Punjabi (2006), este último com boa recepção da crítica. Este filme, também, marcou a entrada dos investimentos de produtoras bollywoodianas em terras punjabis, com o investimento da famosa Yash Raj Films na produção da película.

5 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

ive done something here to have you a few cents!

Unknown disse...

Good blogging people!

Indi(a)screet disse...

Vishnu!
A India esta em pe de guerra devido ao filme Singh is Kinng que foi lancado hoje nos cinemas.
Os sikhs sempre criam problemas com filmes relacionados a sua cultura. Sao muito violentos. Machos como os gauchos hehehehehe ;)
So quem mora aqui sabe o que estou falando....

Anônimo disse...

Boa a matéria, mas faltou esclarecer um importante detalhe: o Punjab era um reino sikh antes da conquista Britânica. Quando a india foi dividida entre os muçulmanos e Hindus,esqueceram dos sikhs.

P.S. O problema de "Singh is King" não é porque os sikhs são violentos. É porque o filme é extremamente preconceituoso, colocando todos os sikhs da austrália como bandidos, e o protagonista do filme é um bobo alegre. Os sikhs sofrem preconceito na India, pois muitos hindus tentam classifica-los como uma seita, negando sua identidade. Geralmente nos filmes de bollywood os sikhs são mal-caracterizados e interpretados por atores que NÃO são sikhs!

Tal despeito é explicado também historicamente. Após a definitiva conquista do império Britânico no século XIX, os sikhs engrossaram as fileiras do exército inglês, e combateram os hindus durante as revoltas. Devido a serem bons soldados, combatendo também nas duas guerras mundiais a serviço da Rainha, o siquismo está espalhado na comonwealth. Inclusive durante a proibição de imigração a não-brancos na Austrália, já havia sikhs lá trabalhando, o que todo sikh faz.

Sobre os homens sikhs serem machos, bem, essa é uma realidade. As mulheres sikhs também o são. Parte de ser sikh significa estar disposto a lutar contra a tirania e pela vida dos inocentes (independente das religião,etnia,sexo, etc)

Waheguru ji Khalsa, Waheguru ji Fateh!