Já que falávamos sobre o cinema independente - ou paralelo - da Índia, porque não falar de sua maior expoente? Antes que façam críticas desconstrutivas, eu já adianto que concordo que Deepa Mehta, na verdade, não deveria ser considerada uma diretora indiana, já que seus filmes são produzidos por outros países, embora a temática seja sempre Índia. Mas, justamente por conta da temática, e principalmente por Deepa ser ela própria indiana (radicada canadense), é que seu cinema é, sim, parte da produção paralela indiana. Mira Nair é um outro exemplo, mas dela falaremos depois.
Bom, Deepa Mehta nasceu no primeiro dia da segunda metade do século XX, 1/1/1950, em Amritsar, no Punjab, noroeste indiano. Estudou na Welham Girls High School, em Dehradun, Uttarakhand, aos pés do Himalaia, e formou-se em Filosofia pela University of Delhi. Em 1973, aos 23 anos de idade, emigrou para o Canadá, de onde nunca mais saiu (senão a trabalho, passeio etc etc). Mas duas coisas foram de extrema importância em sua infância, e acabaram por marcar seu futuro: Deepa cresceu no baixar de poeiras da separação entre Índia e Paquistão (1947), na cidade onde ocorreu um dos piores massacres do país; além disso, seu pai era dono de algumas salas de cinema em Amritsar, e Deepa acabou por acompanhar de perto a ecolução de boa parte das produções indianas de sua época, além de assistir, aos domingos, filmes de Hitchcock.
Logo iniciou sua carreia com filmes, preparando roteiros para filmes infantis. Mas foi em 1991 que ela entrou de fato na vida do cinema, lançando Sam and Me, sobre um joven indiano e sua relação com um homem judeu mais velho, na periferia de Toronto. O filme acabou por ganhar menção honrosa na categoria Camera D'Or do Festival de Cannes. Em 1994, lançou Camilla, com Bridget Fonda e Jessica Tandy.
Em 1993, 1996 e agora em 2007, Deepa Mehta dirigiu capítulos da série de TV, de George Lucas, chamada The Young Indiana Jones Chronicles (As Aventuras do Joven Indiana Jones).
Porém, o que realmente projetou Deepa Mehta no cenário internacional foi sua trilogia dos elementos, como é chamada, com Fire (1996), 1947:Earth (1998) e Water (2005). Cada um à sua maneira, a trilogia compõe um excelente retrato da ignorância humana, privilégio que, na verdade, não é só da Índia. Em breve faremos postagens sobre cada um dos filmes dessa trilogia, com as devidas críticas.
Neste ano, Deepa está lançando sua mais nova - e polêmica - produção, Heaven on Earth (Paraíso na Terra). Neste filme, a diretora toca na sensível e velada (?) característica do macho indiano: bater na esposa. Contará a história de uma indiana que é mandada para o Canadá, para casar-se com um indiano SikhParece que o filme é bom; ainda não vi. E agora, neste momento, a diretora prepara mais um longa, chamado Exclusion, que, dizem as más línguas, trará ninguém mais que Amitabh Bachchan e John Abraham para os papéis principais. O filme será baseado em fatos reais, contando a história de um navio japonês, carregado de indianos, que foi obrigado pelo governo canadense a dar meia volta e volver para a Índia, em 1914.
2 comentários:
Mas claro que eh cinema indiano, ate porque todas as vezes que ela vem pra India pra filmar os indianos a proibem!!!!!!!
So assisti o Fire e achei mto bom. Agora que estou gravando os outros... hehehe comento depois!
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