-
Há pouco mais de um mês estreou na Índia um dos filmes mais esperados do ano: Kaminey. Estrelando Shahid Kapoor e Priyanka Chopra, o filme de Vishal Bhardwaj foi muitíssimo bem recebido pela crítica, com uma sem precedentes nota de 4,5/5, dada pela respeitada Rediff, fazendo até o diretor Shekhar Kapoor dizer que Kaminey colocava Bollywood além de Quentin Tarantino.
Essa crítica é um exagero, mas Kaminey é um bom filme e mostra que Bollywood vem avançando consistentemente na qualidade de suas produções, sobretudo no cuidado da direção, da atuação dos atores, dos cenários e efeitos utilizados, das cenas de luta e dos song-and-dance. Eu não sou contra song-and-dances, mas sou muito crítico quando as cenas de música quebram totalmente o andar do roteiro e o clima do filme. Por esse fator, mas não somente, Kaminey é, na minha opinião, melhor que Ghajini, por exemplo, embora eu não o considere o melhor de Bollywood. E de qualquer forma, o filme ainda não rompe com a doença bollywoodiana da cópia - Kaminey tenta claramente basear-se em Tarantino em alguns aspectos, e a tentativa fica descarada com a música Dhan Te Nan.
O filme conta a história de dois irmãos gêmeos órfãos, Guddu e Charlie (interpretados por Shahid Kapoor), que se envolvem no submundo do crime de Mumbai. Na realidade, os irmãos diferem-se em duas características importantes - Guddu é gago e relativamente bonzinho, enquanto que Charlie troca o s pelo f e é relativamente sem caráter. No começo do filme, Charlie narra a introdução e explicita que aprendeu de seu pai que a vida é uma prostituta e a única maneira de lidar com ela é sendo um malandro (Kaminey - essa palavra denota alguém sem caráter, um canalha, malandro). Completa dizendo que há duas maneiras de conseguir dinheiro fácil - os atalhos e os atalhos mais curtos.
Charlie é um viciado no mundo dos jogos de azar e encontrou sua "profissão" em dizer qual cavalo ganharia as corridas no jockey club de Mumbai. No entanto, ele e seus comparsas (três irmãos bengaleses) foram traídos e perderam 5 mil reais numa aposta. Assim, pegam o jóquei que ganhou a corrida e, na base da tortura, ele confessa que um tal de Francis (Franfif, para Charlie) estava por trás da traição. Eles vão atrás de Francis num hotel de luxo onde, no mesmo momento, dois policiais corruptos matam uns bandidos que carregavam consigo um violão, em cuja caixa havia 5 milhões de reais em cocaína; e o violão seria entregue a Tashi, um poderoso-chefão local.
Na fuga pela confusão com Francis, a gang de Charlie se mistura e se atrapalha com os policiais e o que ocorre é que Charlie e sua gang foge do hotel com o carro dos policiais - e o violão com a cocaína dentro.
Ao mesmo tempo, Guddu casa-se com Sweety, que estava grávida dele, e que por azar era irmã de Sunil Shekhar Bhope (Amol Gupte), um político local um tanto fascista. O problema maior apareceu quando Bhope descobre que Guddu é filho de um migrante do Uttar Pradesh. Embora Guddu tenha nascido em Mumbai, o fato de ele não ser filho de um marathi já é suficiente para poluir o Maharashtra.
A partir daí, o filme desenrola-se num vai-e-vem que envolve a gang de Charlie, o caso do violão e o casamento de Guddu com a irmã de Bhope, tendo como eixo central os irmãos gêmeos idênticos que, num primeiro momento, causa confusão para as gangues rivais. E no fim das contas, o que todos querem é o pote de ouro disfarçado em cocaína.
Não posso esquecer de dizer que Tashi tem em sua equipe alguns angolanos e portugueses, interpretados por Carlos Paca, Eric Santos e Patricia Bull, como já adiantado pelo Grand Masala. O mais legal - para nós, lusófonos - são as raras e curtas falas em português desses personagens. Uma pena que, dos três, Patrícia Bull apareça tão pouco.
No balanço de um mês em cartaz, o filme foi classificado um semi-hit, não mega-sucesso, embora já tenha lucrado perto de 25 milhões de reais (pra um orçamento de cerca de 13 milhões de reais). Em grande medida, o que não permitiu Kaminey fazer mais sucesso nos cinemas foi a classificação indicativa do filme, permitida somente a maiores de 18 anos. A classificação é exagerada e o próprio diretor surpreendeu-se com isso, mas eu entendo que, para a Índia, as cenas de violência e uso de drogas (que nem de perto são semelhantes às cenas de Tarantino) mostradas nesse filme são mais realistas do que costuma fazer Bollywood, além de, logo aos 15 minutos de filme, haver um belo dum beijo razoavelmente caloroso entre Guddu e Sweety.
A interpretação de ambos Shahid e Priyanka não deixam nada a desejar. A direção, como já disse, é muito boa. E as músicas, com letras do renomado Gulzar, são compostas e dirigidas pelo próprio Vishal Bhardwaj e são bem bacanas. Recomendo o filme, sem dúvidas. E fiquem com o trailer:
Há pouco mais de um mês estreou na Índia um dos filmes mais esperados do ano: Kaminey. Estrelando Shahid Kapoor e Priyanka Chopra, o filme de Vishal Bhardwaj foi muitíssimo bem recebido pela crítica, com uma sem precedentes nota de 4,5/5, dada pela respeitada Rediff, fazendo até o diretor Shekhar Kapoor dizer que Kaminey colocava Bollywood além de Quentin Tarantino.
Essa crítica é um exagero, mas Kaminey é um bom filme e mostra que Bollywood vem avançando consistentemente na qualidade de suas produções, sobretudo no cuidado da direção, da atuação dos atores, dos cenários e efeitos utilizados, das cenas de luta e dos song-and-dance. Eu não sou contra song-and-dances, mas sou muito crítico quando as cenas de música quebram totalmente o andar do roteiro e o clima do filme. Por esse fator, mas não somente, Kaminey é, na minha opinião, melhor que Ghajini, por exemplo, embora eu não o considere o melhor de Bollywood. E de qualquer forma, o filme ainda não rompe com a doença bollywoodiana da cópia - Kaminey tenta claramente basear-se em Tarantino em alguns aspectos, e a tentativa fica descarada com a música Dhan Te Nan.
O filme conta a história de dois irmãos gêmeos órfãos, Guddu e Charlie (interpretados por Shahid Kapoor), que se envolvem no submundo do crime de Mumbai. Na realidade, os irmãos diferem-se em duas características importantes - Guddu é gago e relativamente bonzinho, enquanto que Charlie troca o s pelo f e é relativamente sem caráter. No começo do filme, Charlie narra a introdução e explicita que aprendeu de seu pai que a vida é uma prostituta e a única maneira de lidar com ela é sendo um malandro (Kaminey - essa palavra denota alguém sem caráter, um canalha, malandro). Completa dizendo que há duas maneiras de conseguir dinheiro fácil - os atalhos e os atalhos mais curtos.
Charlie é um viciado no mundo dos jogos de azar e encontrou sua "profissão" em dizer qual cavalo ganharia as corridas no jockey club de Mumbai. No entanto, ele e seus comparsas (três irmãos bengaleses) foram traídos e perderam 5 mil reais numa aposta. Assim, pegam o jóquei que ganhou a corrida e, na base da tortura, ele confessa que um tal de Francis (Franfif, para Charlie) estava por trás da traição. Eles vão atrás de Francis num hotel de luxo onde, no mesmo momento, dois policiais corruptos matam uns bandidos que carregavam consigo um violão, em cuja caixa havia 5 milhões de reais em cocaína; e o violão seria entregue a Tashi, um poderoso-chefão local.
Na fuga pela confusão com Francis, a gang de Charlie se mistura e se atrapalha com os policiais e o que ocorre é que Charlie e sua gang foge do hotel com o carro dos policiais - e o violão com a cocaína dentro.
Ao mesmo tempo, Guddu casa-se com Sweety, que estava grávida dele, e que por azar era irmã de Sunil Shekhar Bhope (Amol Gupte), um político local um tanto fascista. O problema maior apareceu quando Bhope descobre que Guddu é filho de um migrante do Uttar Pradesh. Embora Guddu tenha nascido em Mumbai, o fato de ele não ser filho de um marathi já é suficiente para poluir o Maharashtra.
A partir daí, o filme desenrola-se num vai-e-vem que envolve a gang de Charlie, o caso do violão e o casamento de Guddu com a irmã de Bhope, tendo como eixo central os irmãos gêmeos idênticos que, num primeiro momento, causa confusão para as gangues rivais. E no fim das contas, o que todos querem é o pote de ouro disfarçado em cocaína.
Não posso esquecer de dizer que Tashi tem em sua equipe alguns angolanos e portugueses, interpretados por Carlos Paca, Eric Santos e Patricia Bull, como já adiantado pelo Grand Masala. O mais legal - para nós, lusófonos - são as raras e curtas falas em português desses personagens. Uma pena que, dos três, Patrícia Bull apareça tão pouco.
No balanço de um mês em cartaz, o filme foi classificado um semi-hit, não mega-sucesso, embora já tenha lucrado perto de 25 milhões de reais (pra um orçamento de cerca de 13 milhões de reais). Em grande medida, o que não permitiu Kaminey fazer mais sucesso nos cinemas foi a classificação indicativa do filme, permitida somente a maiores de 18 anos. A classificação é exagerada e o próprio diretor surpreendeu-se com isso, mas eu entendo que, para a Índia, as cenas de violência e uso de drogas (que nem de perto são semelhantes às cenas de Tarantino) mostradas nesse filme são mais realistas do que costuma fazer Bollywood, além de, logo aos 15 minutos de filme, haver um belo dum beijo razoavelmente caloroso entre Guddu e Sweety.
A interpretação de ambos Shahid e Priyanka não deixam nada a desejar. A direção, como já disse, é muito boa. E as músicas, com letras do renomado Gulzar, são compostas e dirigidas pelo próprio Vishal Bhardwaj e são bem bacanas. Recomendo o filme, sem dúvidas. E fiquem com o trailer:
25 comentários:
Já baixei Kaminey,mas me mudei para a casa da minha tia e meu mágico pc com todos os meus filmes ainda não chegou.Mal vejo a hora de assisti-lo,ainda mais depois de saber que recebeu críticas tão boas.4/5 é muito,muito impressionante.
Depois de Fashion,já havia percebido o talento da Priyanka,e sou uma fã assumidíssima do Shahid...acho que ele atua muito bem,e digo isso esquecendo o quanto ele é bonito.O filme tem tudo para ser um sucesso por aqui também!Por "por aqui",entenda-se o Brasil ou a minha mente hahahahahahahah
Bom, é melhor que esse "por aqui" seja na sua mente, mesmo, a não ser que estejamos sendo tão otimistas a ponto de prever um fluxo contínuo de filmes indianos para o Brasil, ainda com a possibilidade de julgarmos se será sucesso ou não... por aqui! :D
Tomara que façam legendas em português porque já estou com vontade de assistir.
E até porque também já sou fã da Priyanka! :)
Epah, eu já queria ver esse filme (já fiz até uma tentativa falhada de "torrentá-lo") e agora ainda quero mais.
Também gosto muito da Priyanka mas ainda não vi o Fashion :S
Poxa carol como vc consegue baixar os filmes?Não encontro Kaminey de jeito nenhum...
Teve uma coisa que o Ibirá disse que concordo muitas vezes "a dancinha" quebra totalmente o clima de certas cenas.Em rang de Basanti isso acontece direto.
Obaa,meu mágico pc com todos os meus filmes chegou!
O otimismo me assalta às vezes...no dia em que Kaminey estiver num cinema brasileiro fazendo sucesso,o "por aqui" vai ser maior que a minha mente! :D
Vinicius, não fosse eu uma pessoa ocupada, certamente passaria horas traduzindo filmes para o português. Mas como não posso por enquanto, esperamos que alguém faça!
Barbs e Monique, eu não tive problema algum em torrentar esse filme. Eu sempre procuro pelo torrentz.com, e sempre acho! Claro que às vezes leva uns 3 ou 4 ou mais dias, mas é assim mesmo!
Monique, eu acho que o song-and-dance de Rang De Basanti estraga infinitamente menos o filme do que estraga em Ghajini. Mas não se compara a esse filme, ou a Black, que nem song-and-dance tem.
Carol, amém, amém, amém! :D
Monique,sempre acho quase tudo no Pirate Bay...o que não acho por lá,vou catando na net!O Kaminey ainda está com uma qualidade péssima,tanto que fiquei sem vontade de ver...
Barbie,vi o Fashion no Youtube.A qualidade não é lá essas coisas comparando com o torrent,mas ainda assim vale(e muito) a pena!Priyanka arrasa \o/
O Pirate Bay e o Mininova são os melhores, mas vendo pelo torrentz.com é melhor, porque ele vasculha nos sites de torrent onde há mais opções.
E verdade, a Priyanka é a Priyanka, mesmo ela tendo feito o comercial preconceituoso de clareamento de pele... :)
Obrigado Ibirá! Obrigada Carol!
Não vi Ghajini...
Mas em Rang De Basanti a música na cena do protesto na rua é tipo.... nada a ver com o clima pesado da cena..
vou tentar baixar..Ibirá venho sempree aqui...
A Sheila do Emformol foi quem trouxe Rang De Basanti de Mumbai pra mim..beijos (eternamente grata a Sheilosa)
Gracias, pessoal, agora já sei onde procurar =D
Concordo!!
Mto bom o filme, com certeza melhor que Ghajini! Recomendo!
o download no pirate vem em vários arquivos separados?
Não, não, pelo que sei, torrents nunca vêm em partes (no máximo duas partes dentro de um mesmo arquivo - 2CDs).
eu to fazendo alguma coisa errada então...hunf!
E o que você tá fazendo?...
Oi Ibirá
Eu vim aqui para perguntar se você tem a Legenda desse filme em Inglês em srt
Porque a Dona da comu Priyanka Chopra – Brasil disse que baixou o filme e não está conseguindo extrair as legendas ai ela perguntou se alguém tem a Legenda Inglês em srt
Para ela traduzir! Eu já procurei mais não achei ai pensei que você pudesse ter.
Se você tiver você pode por favor me mandar por e-mail vi_cv@hotmail.com
Desde já Obrigado e desculpe te incomodar!
Abraços...
Oi Ibirá eu já li seu e-mail!
Obrigado mais não precisa se preocupar não quando sair em algum site de Legendas eu baixo! Ok
Até mais e Obrigado de novo!
Consegui baixar o filme com o utorrent, e adorei!!
:D \o/
Ah! Gudu é relativamente bonzinho... relativamente mesmo. rs
Terminei de assistir agora.Amei!
Eeee! :D
Ah, acabei de assistir Kaminey. Trouxe o DVD de Mumbai, uma pechincha: 99 rupias (4 reais) o original, e ainda vem outro dVD dentro, de um tal de Hu Tu Tu- filme com a Tabu q não faço idéia se presta =)
Gostei do filme, boa edição, bom roteiro, TO-TAL-MEN-TE Tarantino- como aliás parece q vem acontecendo nesse ano:um monte de filmes lançados seguindo o mesmo estilo. Falta de criatividade, Ibirá?
Os angolanos são gatoooos , especialmente o que parece o Lázaro Ramos huahaha [/comentário desnecessário]e achei o cara q faz o Bhope excelente ator, adorei!
Sheila, eu tenho um super apreço por esse filme, super. Eu acho que no mundo do cinema é muito difícil afirmar quem realiza algo criativo e quem copia, como em toda arte. Alguém um dia dá um passo de criatividade a mais, para ser seguido pelos 99,9% restantes que fazem a mesma arte. O cinema indiano por excelência copia, mas ao menos eles têm uma certa capacidade de fazer cópias em formato releitura, o que acho que acaba sendo uma criatividade tão válida quanto.
E, na minha opinião, o Vishal sabe fazer essas releituras com maestria!
E de fato, o ator que faz o Bhope está excelente :)
Postar um comentário