Enquanto não assisto ao filme do momento, Quem Quer ser Milionário? (ou Bilionário, em Portugal) - por pura falta de tempo e ainda de horários do cinema (porque sim, quero ver no cinema e ainda estava em pré-estreia essa semana em São Paulo) -, deixo aqui um artigo que encontrei sobre o filme, escrito após a entrega do Oscar.
Aliás, aos mais desinformados, esse tal filme do momento a que me refiro acaba de ganhar, no domingo dia 22/02, 8 Oscars, acabando por ser o filme mais premiado pela academia neste ano. Os prêmios foram: Melhor Filme, Melhor Diretor (Danny Boyle), Melhor Roteiro Adaptado (Simon Beaufoy), Melhor Fotografia (Anthony Dod Mantle), Melhor Edição (Chris Dickens), Melhor Trilha Sonora Original (A.R. Rahman), Melhor Canção Original (Jai Ho, A.R. Rahman) e Melhor Mixagem de Som (Resul Pookutty, Richard Pryke e Ian Tapp).
Então aproveito para dizer que agora, mais do que nunca, é hora de também fazer uma postagem sobre A.R. Rahman, que disputa com o trio SEL o posto de melhor compositor de trilhas sonoras de Bollywood. Eu já havia feito a postagem sobre os SEL e faria logo sobre Rahman, mas eis que o cara me ganha 2 Oscars e é agora que ele merece sua postagem. Então prometo falar dele assim que escever minha crítica do filme, ok? Agora fiquem com o artigo que saiu no site do O Globo, que trás um pouco do que vem sendo falado a respeito do filme, sobretudo em relação à aproximação de Hollywood com Bollywood.
Com Oscar de "Quem Quer ser Milionário?", Bollywood vai invadir Hollywood?
O Globo, com informações CNN
RIO - "Quem quer ser um milionário?" levou para casa oito Oscars na noite de domingo, um resultado surpreendente para um filme que quase foi lançado direto em DVD nos Estados Unidos. A história, que mistura a dura vida dos habitantes da periferia de Mumbai com as aspirações cheias de esperança da nova Índia, tem como protagonistas astros completamente desconhecidos do público ocidental e apenas um famoso em sua terra natal. Então, será que chegou o momento em que Bollywood - como é chamada a grande indústria cinematográfica de Mumbai - vai invadir a América?
- O cinema internacional chega em ciclos aos Estados Unidos. Agora é a vez de Bollywood - disse ao site da CNN o crítico Frank Lovece, do "Film Journal International".
Mas "Slumdog millionaire" (no original) está muito distante dos grandiosos musicais feitos em Bollywood, que lança cerca de 1.000 filmes por ano. E o longa não é autenticamente indiano - foi dirigido pelo britãnico Danny Boyle e o ator principal, Dev Patel, é nascido e criado na Inglaterra. De qualquer forma, o filme é uma celebração à Índia - desde as favelas até o Taj Mahal. Ele faz uma homenagem a Bollywood ao incorporar muitos do elementos daquela indústria - cores vibrantes, edição ágil, uma história de amor de conto de fadas e uma animada coreografia de encerramento.
- "Quem quer ser um milionário?" tem as razões pelas quais as pessoas vão ao cinema. É um pacote completo. É uma história incrível... e faz você se sentir bem - explica à CNN Gene Newman, diretor editorial do site "Premiere.com".
Priya Joshi, professora substituta de Inglês na Temple University e autora do livro que está para ser lançado "Crime and Punishment: Nationalism and Public Fantasy in Bollywood Cinema" ("Crime e castigo: Nacionalismo e fantasia pública no cinema de Bollywood") afirma que o enredo sobre "pobres que ficam ricos" tem muito a ver com o grande apelo comercial do filme.
Hollywood frequentemente se aproveita de estilos e cineastas de outros países em seu benefício. Nos primórdios do cinema, o capital da indústria cinematográfica americana abraçou diretores europeus como Fritz Lang e Jean Renoir. Os anos 60 viram a influência da Nouvelle Vague francesa. Os filmes japoneses influenciaram sucessos como "Guerra nas estrelas", enquanto produções de Hong Kong inspiraram arrasa-quarteirões como "Os infiltrados" e "Matrix".
E "Slumdog" não é o primeiro filme centrado na Índia a chamar a atenção de Hollywood.
- O cinema indiano tem circulado nos Estados Unidos desde Satyajit Ray no início dos anos 40 - explica Lovece.
Ray, que recebeu um Oscar pelo conjunto de sua obra em 1992, produziu filmes em bengali, uma língua falada ao leste da Índia. Além disso, seus filmes, principalmente "O mundo de Apu", tiveram apelo universal. Desde Ray, vários atores indianos emergiram no cenário hollywoodiano. Aishwarya Rai, uma das principais atrizes de Bollywood, estrelou o musical "Bride and prejudice", em 2004, e apareceu recentemente em "A Pantera Cor-de-Rosa 2".
- Os astros de cinema da Índia são essencialmente embaixadores do país. Muitas pessoas que assistirem a "A Pantera Cor-de-Rosa 2" vão aprender sobre Bollywood por causa de Aishwarya Rai - explica Gitesh Pandya, analista de bilheteria e fundador do site "BoxOfficeGuru.com".
De Ray a Rai, a influência indiana no cinema americano é vasta. Muitos filmes de Hollywood também foram influenciados por Bollywood, como o musical de Baz Luhrman "Moulin Rouge", de 2001, um romance trágico contado através de música e dança, repleto de elementos dos musicais indianos.
Joshi afirma ainda que as diferenças culturais entre Bollywood e Hollywood poderiam dificultar a entrada do cinema indiano na América.
- A Índia ainda está muito presa a seus valores sociais, o que explica o sucesso de Bollywood no mundo todo, menos nos Estados Unidos. Os filmes de Bollywood não têm ou tendem a não ter cenas de beijo. A Warner Bros. costumava fazer filmes como esses no passado. Se Hollywood está preparado para voltar a suas raízes, então está preparada para Bollywood - afirma.
2 comentários:
Rá, agora descobri porque adorei Moulin Rouge quando assisti há anos atras! Foi inspirado em Bollywood!!
Hahaha! Viu só! ;)
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