Na onda das postagens com Aamir Khan, nada melhor do que falar sobre o filme do momento - ou de todos os tempos de Bollywood -, Ghajini. E não estou falando de pouca coisa; Ghajini já bateu todos os recordes de arrecadação na história do cinema da Índia, ultrapassando a marca das 2 bilhões de rúpias arrecadadas, no dia 25 de janeiro passado. Isso significa algo como 50 milhões de dólares, ou pouco mais que 100 milhões de reais.
Eu havia já falado alguma coisa sobre Ghajini a respeito do videogame que está sendo lançado agora na Índia baseado neste filme, mas ainda não havia visto naquele momento. Mas agora acabo de assisitir ao filme neste mesmo instante, após baixá-lo na internet com legendas em inglês. Antes de falar um pouco sobre ele e dar minha devida crítica, digo já que foi um filme que não conseguiu me emocionar, embora em muitos momentos tenha me deixado um tanto angustiado. Mas explico: como já havia dito em relação a outros filmes, quando a coisa parecia estar ficando séria e emocionante, as controversas cenas de song-and-dance que aparecem no meio cortaram todo o barato. Ainda que fossem cenas somente de música, tal qual ocorre em Taare Zameen Par (sempre o terei como exemplo), daí o filme manteria o clima, mas...
Enfim, vamos lá. Ghajini conta a angustiante história de um homem (Aamir Khan) que sofre de amnésia retrógrada (sua memória se apaga a cada 15 minutos), mas que tem mensagens por toda parte lembrando-o de que ele deve matar Ghajini (Pradeep Rawat). As mensagens estão tatuadas em seu corpo e por todo seu apartamento, com fotos, papéis e escritos nas paredes. E as mensagens lembram ele que Ghajini deve ser morto porque ele matou Kalpana (Asin Thottumkal).
De repente, em um dado momento, um policial descobre o diário deste homem e um flash back começa contando a história anterior àquela situação. Descobrimos então que este homem é Sanjay Sanghania, o dono da maior empresa de celulares da Índia, a Air Voice (empresa fictícia). Por uma incoveniência do destino, sua vida cai na vida de Kalpana, uma atriz de comerciais de televisão frustrada. Sem querer um romance de mentirinha começa, em parte por uma trapaça dela, mas depois por parte dele. Com o tempo, óbvio, eles se apaixonam de verdade, sobretudo porque ele descobre que ela tem um imenso coração.
E foi por causa desse imenso coração que Kalpana acaba assassinada. Na mesma cena do crime ele é também gravemente agredido e deveria também ter morrido. Mas não morreu e ficou lesado cerebralmente. Antes de morrer, Kalpana disse em seu ouvido "...Ghajini...", e esse nome ficou gravado em sua memória profunda, não afetada pela amnésia retrógrada.
E eis que aparece na história Sunita (Jiah Khan), uma estudante de medicina (na verdade ela aparece logo no começo, mas entra efetivamente em cena depois). Ela desobre o caso de Sanjay e fica super curiosa, mas é desestimulada a estudá-lo por seu professor. Mesmo assim ela insiste e o destino dá uma ajudazinha. Sua investigação acaba interferindo também no destino de Sanjay e no cumprimento de seu objetivo.
Agora prefiro não contar mais o que se segue na história. Ghajini, inspirado no filme de Hollywood Amnesia (Memento, 2000), é escrito e dirigido por A.R. Murugadoss. A direção é boa, mas faço minhas ressalvas, e os recursos de filmagem são excelentes. A atuação de Aamir Khan é absurda, de tirar o fôlego. Para as mulheres de plantão, então, seu corpo de um ano suado de academia dão um ar ainda mais animalesco ao vingativo Sanjay. O filme é recheado de cenas muito violentas e acho que são nessas cenas que alguns dos recursos utilizados na direção talvez tenham deixado a desejar. Mas tenho sempre que lembrar que o público primevo deste filme é a população indiana, que, em princípio, não está nada acostumada a cenas realmente mais densas. Por vezes, as músicas desse filme são também carregadas, contribuindo, a meu ver, positivamente para as cenas. Mas de repente, na cena seguinte, tanto a direção da câmera, quanto a maneira com que são feitos os diálogos, quanto as músicas, tudo corta o suspense anterior e a adrenalina que dá de imaginar como será o desfecho de tudo.
Não sei ao certo o que justifica o fato de Ghajini ser o maior filme de todos os tempos de Bollywood, em termos de arrecadação. Em parte, este filme ajuda a confirmar e solidificar as grandes mudanças por que Bollywood veio passando ao longo da década de 2000, tornando os filmes um pouco mais sérios e melhor elaborados, deixando um pouco de lado o romance excessivo, ainda que Ghajini não deixe de ter o famoso olhar cúmplice do heroi e da heroína. Ainda assim, a velha fórmula song-and-dance está super presente, ainda com o que elas têm de pior; e a nova fórmula corpos bonitos também está com tudo.
A trilha sonora é de A.R. Rahman, macaco velho de Bollywood (e também é ele que faz a trilha de Quem quer ser milionário?). Mas eu não gostei da trilha deste filme, principalmente porque achei que elas não condizem com a densidade do tema. Neste filme há uma cena num local que em princípio ficou difícil descobrir onde era e que não tinha nada a ver com o contexto, mas nos créditos descobri que era na Cidade do Cabo, na África do Sul. Em outra cena de música, cantam no meio do deserto (na foto)... enfim, eu acho, sinceramente, desnecessário.
Mas é isso. Ghajini vale a pena ser visto, mesmo com meus poréns - eu sei, eu sou chato. E aproveite e veja trailer abaixo (em hindi, sem legendas) e o site oficial do filme.
Eu havia já falado alguma coisa sobre Ghajini a respeito do videogame que está sendo lançado agora na Índia baseado neste filme, mas ainda não havia visto naquele momento. Mas agora acabo de assisitir ao filme neste mesmo instante, após baixá-lo na internet com legendas em inglês. Antes de falar um pouco sobre ele e dar minha devida crítica, digo já que foi um filme que não conseguiu me emocionar, embora em muitos momentos tenha me deixado um tanto angustiado. Mas explico: como já havia dito em relação a outros filmes, quando a coisa parecia estar ficando séria e emocionante, as controversas cenas de song-and-dance que aparecem no meio cortaram todo o barato. Ainda que fossem cenas somente de música, tal qual ocorre em Taare Zameen Par (sempre o terei como exemplo), daí o filme manteria o clima, mas...
Enfim, vamos lá. Ghajini conta a angustiante história de um homem (Aamir Khan) que sofre de amnésia retrógrada (sua memória se apaga a cada 15 minutos), mas que tem mensagens por toda parte lembrando-o de que ele deve matar Ghajini (Pradeep Rawat). As mensagens estão tatuadas em seu corpo e por todo seu apartamento, com fotos, papéis e escritos nas paredes. E as mensagens lembram ele que Ghajini deve ser morto porque ele matou Kalpana (Asin Thottumkal).
De repente, em um dado momento, um policial descobre o diário deste homem e um flash back começa contando a história anterior àquela situação. Descobrimos então que este homem é Sanjay Sanghania, o dono da maior empresa de celulares da Índia, a Air Voice (empresa fictícia). Por uma incoveniência do destino, sua vida cai na vida de Kalpana, uma atriz de comerciais de televisão frustrada. Sem querer um romance de mentirinha começa, em parte por uma trapaça dela, mas depois por parte dele. Com o tempo, óbvio, eles se apaixonam de verdade, sobretudo porque ele descobre que ela tem um imenso coração.
E foi por causa desse imenso coração que Kalpana acaba assassinada. Na mesma cena do crime ele é também gravemente agredido e deveria também ter morrido. Mas não morreu e ficou lesado cerebralmente. Antes de morrer, Kalpana disse em seu ouvido "...Ghajini...", e esse nome ficou gravado em sua memória profunda, não afetada pela amnésia retrógrada.
E eis que aparece na história Sunita (Jiah Khan), uma estudante de medicina (na verdade ela aparece logo no começo, mas entra efetivamente em cena depois). Ela desobre o caso de Sanjay e fica super curiosa, mas é desestimulada a estudá-lo por seu professor. Mesmo assim ela insiste e o destino dá uma ajudazinha. Sua investigação acaba interferindo também no destino de Sanjay e no cumprimento de seu objetivo.
Agora prefiro não contar mais o que se segue na história. Ghajini, inspirado no filme de Hollywood Amnesia (Memento, 2000), é escrito e dirigido por A.R. Murugadoss. A direção é boa, mas faço minhas ressalvas, e os recursos de filmagem são excelentes. A atuação de Aamir Khan é absurda, de tirar o fôlego. Para as mulheres de plantão, então, seu corpo de um ano suado de academia dão um ar ainda mais animalesco ao vingativo Sanjay. O filme é recheado de cenas muito violentas e acho que são nessas cenas que alguns dos recursos utilizados na direção talvez tenham deixado a desejar. Mas tenho sempre que lembrar que o público primevo deste filme é a população indiana, que, em princípio, não está nada acostumada a cenas realmente mais densas. Por vezes, as músicas desse filme são também carregadas, contribuindo, a meu ver, positivamente para as cenas. Mas de repente, na cena seguinte, tanto a direção da câmera, quanto a maneira com que são feitos os diálogos, quanto as músicas, tudo corta o suspense anterior e a adrenalina que dá de imaginar como será o desfecho de tudo.
Não sei ao certo o que justifica o fato de Ghajini ser o maior filme de todos os tempos de Bollywood, em termos de arrecadação. Em parte, este filme ajuda a confirmar e solidificar as grandes mudanças por que Bollywood veio passando ao longo da década de 2000, tornando os filmes um pouco mais sérios e melhor elaborados, deixando um pouco de lado o romance excessivo, ainda que Ghajini não deixe de ter o famoso olhar cúmplice do heroi e da heroína. Ainda assim, a velha fórmula song-and-dance está super presente, ainda com o que elas têm de pior; e a nova fórmula corpos bonitos também está com tudo.
A trilha sonora é de A.R. Rahman, macaco velho de Bollywood (e também é ele que faz a trilha de Quem quer ser milionário?). Mas eu não gostei da trilha deste filme, principalmente porque achei que elas não condizem com a densidade do tema. Neste filme há uma cena num local que em princípio ficou difícil descobrir onde era e que não tinha nada a ver com o contexto, mas nos créditos descobri que era na Cidade do Cabo, na África do Sul. Em outra cena de música, cantam no meio do deserto (na foto)... enfim, eu acho, sinceramente, desnecessário.
Mas é isso. Ghajini vale a pena ser visto, mesmo com meus poréns - eu sei, eu sou chato. E aproveite e veja trailer abaixo (em hindi, sem legendas) e o site oficial do filme.
9 comentários:
Como eu disse anteriormente, minhas impressões de Ghajini são confusas.
Por um lado achei o filme divertido, envolvente, Asin e Amir estão fantásticos.
Por outro achei que não é nada perto do que eu esperava, as músicas além de cortarem o clima como vc disse são péssimas (Rahman que me perdoe mas achei MUITO fracas as músicas, tirando Hai Guzarish, a música do deserto que é linda e eu adorei), Jia Kahn está chatinha e não convence, e o final me pareceu atroz.... quem viu sabe o que eu to falando, não precisava forçar tanto a barra.
Enfim, vale a pena assistir mas não caio de amores. E afinal qual é a tara agora dos indianos fazerem cenas musicais na Grécia, na iTália, África....? Só em 2008 me lembro de umas 4 rsrs...
Hahaha... é o contrário... essa tara não é de hoje, mas principalmente da década de 90. Eu achava que isso tendesse a diminuir, mas não.....
A verdade é que essas cenas são pagas por esses países, pra atrair o turismo de indianos, que cresce ano a ano...
Arvore amada, VOLTEIIIIIIII :)
Na verdade ainda estou voltando...
trocentas coisas para fazer e responder na internet, mas vamos indo... eu chego la e respondo todos algum dia hehehehe
Lindoooooooooooooo esse eh o Aamir Khan, o UNICO ator caeca de Bollywood, orgulho nacional para todos nos indianos!!!!!!!!
Quanto ao filme, acabei de assistir e com certeza este NAO vai concorrer ao osacar de forma alguma hahahahahaha
Razoavel, imagina que nem chorei quando ele morreu hehehehehehe
Oi, Ibirá,
Eu amo o Aamir Khan, escrevi sobre 2 filmes dele no meu blog, e em breve vou escrever sobre RDB.
Obrigado pela indicação, não esperava, serve de incentivo para eu continuar escrevendo sobre um cinema que ainda é pouco conhecido dos brasileiros
Abraços
É legal esse filme... mas tb achei meio fraco em alguns momentos. Mas tb devo concordar, que é um filme envolvente. Afinal, tem Aamir Khan, néah?! heheh
Olha, eu acho que esse filme seria muito mais envolvente e atrativo se não descambasse em song-and-dances descabidos do contexto sério do filme. Aamir Khan dá um show e sou fã de carteirinha dele, mas por que não fazer algo como é feito em Taare Zameen Par, ou em Black, que são filmes sérios e, daí sim, não há song-and-dance?...
ADORO FILMES INDIANOS SE ALGUEM TIVER FILMES INDIANOS PODIA-ME DIZER ALGUMA COISA OBRIGADO PESSOAL O MEU EMAIL É JB_ROPINOL@IOL.PT
Adorei a descrição do "legal,mas meio fraco em alguns momentos".Foi isso mesmo o que achei!
Nunca tive problema com as song-and-dances inesperadas,e sempre achei um exagero você reclamar(xD).Bem,isto mudou com Kabhi Khushi Kabhie Gham e Ghajini.Levei um SUSTO com aquele primeiro musical,só da Kalpana.Foi MUITO,MUITO,MUITO estranho.Não sei qual dos dois filmes tem mais musicais desnecessários,competição acirradíssima.Ah,KKKG tem o Hritik dançando de uma das maneiras mais engraçadas que já vi...sei lá do qu tô falando.
" Para as mulheres de plantão, então, seu corpo de um ano suado de academia dão um ar ainda mais animalesco ao vingativo Sanjay." Que coisa mais canastrona,hahahahahahahah!
Medo,parece que você tirou da minha cabeça o parágrafo que fala sobre a música e os vídeos.Fiquei assustada por saber que a trilha é do A.R. Rahman o.o
Hehe, pouco a pouco vamos entendendo melhor as coisas... ou será que entendendo menos?
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