sábado, 15 de maio de 2010

As Brasileiras de Bollywood

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Caros, na edição de hoje da revista Época saiu uma interessante reportagem sobre as brasileiras que estão invadindo Bollywood. A versão digital traz o artigo integralmente disponível, então passo abaixo para que vocês também possam conferir.

As Brasileiras de Bolywood
A Índia foi invadida por atrizes e modelos brasileiras que começam a fazer carreira no cinema de Bollywood
Juliana Resende, de Londres - Revista Época

O caso de amor do Brasil com a Índia está longe de acabar com o fim da novela Caminho das Índias. A boa-nova é que o interesse dos brasileiros está sendo correspondido, apaixonadamente. Gisele Bündchen na capa da Vogue India, em outubro do ano passado, assinalou um fenômeno que já virou até tema de filme: a invasão de Bollywood por atrizes e modelos brasileiras. Na semana passada, foi exibida no Festival do Cinema Brasileiro de Paris a primeira coprodução indo-brasileira. O Sonho Bollywoodiano (Bollywood Dream). O longa-metragem de ficção narra a experiência de três atrizes brasileiras que vão à Índia tentar fazer a fama e fortuna em Bollywood.

"Por incrível que pareça, o filme é anterior a este boom", diz a diretora Beatriz Seigner, de 25 anos. Ela é tão apaixonada pela Índia que morou no país por seis meses, em 2006. Foi nessa época que teve a ideia de fazer o filme, o segundo mais votado pelo público na 33a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2009. "As brasileiras são sensuais, dançam bem, usam biquíni e são um ingrediente estrangeiro nos filmes", diz Beatriz. Para a diretora, filmar na Índia foi uma experiência "fascinante e difícil". "Por eu ser mulher, tinha de falar com a equipe por meio de um homem e sentia que não me levavam a sério", afirma.

As modelos convertidas em atrizes que mais fazem sucesso em Bollywood são Giselli Monteiro [direita, na foto], Maria Gomez e Bruna Abdullah [esquerda]. Cada uma delas a sua maneira. Enquanto o rebolado de Bruna Abdullah, numa dança no filme Cash (Dinheiro), a alçou ao status de celebridade de Bollywood, Giselli Monteiro conseguiu transcender a barreira da língua e está fazendo uma sólida carreira na Índia. "Vim primeiro com a intenção de trabalhar como modelo, pois em todos os outros países que havia visitado as pessoas sempre me perguntavam se era indiana", diz. Nos primeiros 20 dias na Índia, ela conheceu Imtiaz Ali, que viria a ser o diretor de seu primeiro filme, Love Aaj Kal (Amor Ontem e Hoje). "Depois que eu fiz o teste, ele disse que que eu me encaixava perfeitamente no papel da típica indiana dos anos 60, para o qual ele havia procurado uma atriz no país inteiro", diz Giselli, de 22 anos. "Não é uma tremenda ironia?". Depois dessa estreia bem-sucedida, outras oportunidades surgiram. A brasileira já acertou sua participação no próximo filme do diretor Ravi Chopra, Puraani Jeans (Jeans Surrados), e se prepara para outros papéis. "Estou estudando híndi", afirma Giselli. Ela acredita que portas se abrem para as brasileiras pelo fato de a "fisionomia ser parecida com a das indianas" e pela união do "jeitinho brasileiro com o modo de ser indiano". Para a modelo, adaptar-se é natural, mas difícil. "Amo os indianos. Posso dizer que achei uma família aqui", diz. "Mas eles fazem uma comida muito apimentada, e com isso eu ainda não em acostumei."

Bruna Abdullah, de 23 anos, também tinha como planos trabalhar como modelo e participar de reality shows na Índia. Agora, se divide entre campanhas publicitárias - o mercado indiano atende à demanda local e global - e um papel no filme I Hate Luv Storys (Odeio Histórias de Amor), do diretor Karan Johar. Outra morena que está prosperando em Bollywood é Maria Gomez, de 22 anos, cuja semelhança com a mexicana Salma Hayek é constantemente apontada pela imprensa indiana, e constitui um diferencial a seu favor. Leena Yadav, diretora do filme Teen Patti (o título se refere a um jogo de cartas indiano), no qual Maria atuará, diz que a brasileira está sendo procurada para várias outras produções.

Teen Patti terá sir Ben Kingsley no elenco. Será a estreia do ator britânico descendente de indianos em Bollywood. Adorado na Índia pela interpretação do líder pacifista Ghandi, pelo qual ganhou o Oscar em 1982, Kingsley se prepara para filmar na Índia o romance Taj, em referência ao palácio Taj Mahal. O projeto é de sua produtora, Lavender Films, que leva o sobrenome de sua mulher, a atriz brasileira radicada em Londres Daniela Lavender. Na produção britânica, Daniela, de 35 anos, fará a mulher do imperador Shah Jahan (1628 - 1658), vivido por Kingsley. Jahan construiu o Taj Mahal para sua esposa mais amada, Mumtaz Mahal.

"Estivemos na Índia recentemente e é impressionante algumas semelhanças com o Brasil", diz Daniela. "O povo indiano cultua a família e a alegria de viver. Eles têm uma atitude relaxada e positiva perante as adversidades de uma sociedade longe do ideal, assim como os brasileiros". Ela mesma uma estrangeira, premiada no Reino Unido pela atuação no filme Emotional Backgammon (Gamão Emocional), de 2003, Daniela diz que admira o triunfo das brasileiras na Índia. "Isso é resultado de trabalho duro", afirma.

Se o mundo está descobrindo Bollywood, como acredita a diretora Beatriz Seigner, Bollywood está descobrindo o Brasil - e vice-versa. Para o expert e autor do blog cinemaindiano.blogspot.com, Ibirá Machado, o olhar dos produtores indianos está convergindo para o Brasil desde 2006, quando o longa-metragem Dhoom (Explosão) foi parcialmente filmado no Rio de Janeiro. "A indústria de cinema indiano quer novos rostos bonitos" - coisa que há de sobra no país de Juliana "Maya" Paes.
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24 comentários:

bárbara disse...

Er... essa reportagem fala de Teen Patti no futuro mas o filme já foi feito, já estreou e já saiu das salas de cinema indianas Oo
Outra coisa: É Giselli Monteiro ou Giselle? Argh!

Ibirá Machado disse...

Pois então, se tivesse vindo em minhas mãos antes eu teria dito de Teen Patti... quanto à Giselli, parece que é com i, mesmo, pois é assim que está na Wiki e no imdb...

Pedro disse...

isso que eu estranhei(o négocio do Teen Paati)e"o Pais de Juliana"Maya" Paes????AFFFF mas tirando isso eu gostei da reportagem e adoreia a citação:)

Ibirá Machado disse...

Pedro, a Juliana Paes chegou a ser chamada assim na própria Índia, na época da novela, é por isso...

Chris Tardelli disse...

Oi Ibirá, recebi essa reportagem no meu email e postei no meu blog, espero que não se zangue, eu nem tinha visto o seu ainda! Mas acho que vale a pena, afinal temos de fazer de tudo para trazer bwood pro Brasil,e mostrar esse mundo mágico aos brazucas

Ibirá Machado disse...

Chris, não tem problema nenhum! É uma reportagem da Época, não é texto meu. Mas só não esqueça de deixar isso claro lá no seu blog também, incluindo o nome da jornalista ;)

De resto, fique inclusive à vontade de publicar textos meus, se quiser :)

Simone disse...

Fiquei muito feliz com o fato da Época ter publicado uma reportagem sobre Bollywood E incluir a participação brasileira! Isso é um avanço e tanto (mesmo com o erro sobre o Teen Patti), considerando que muitos leitores da Época só conhecem a Índia via TV Globo...
Provavelmente isso causará algum interesse e as pessoas irão procurar mais informações sobre cinema indiano.
Parabéns pela citação, expert Ibirá Machado!

Ibirá Machado disse...

Thanks, Sim's! E claro, eu só vejo com bons olhos essa reportagem. Queremos cinema indiano no Brasil, mas o cinema indiano quer o Brasil nele também! :)

Carol Juvenil disse...

É um momento muito bom para as atrizes brasileiras em Bollywood e para os fãs de cinema indiano no Brasil.Fico satisfeita e torço para que continue.

Ibirá Machado disse...

Torcemos todos :)

Anônimo disse...

Bom, não queria ser estraga prazeres, mas eu acho lamentável essas brasileiras terem cada vez mais espaço na indústria cinematográfica indiana.
Eu já acho triste o fato de modelos instanteneamente virarem atrizes, então acho mais triste ainda artistas de segunda categoria no Brasil fazerem carreira nas bandas de lá, apenas por terem um rostinho bonitinho e um corpo gostosinho.
Enfim...

Ibirá Machado disse...

Eu entendo seu argumento, de verdade. Mas em primeiro lugar, penso que independentemente de serem brasileiras ou não, qualquer homem ou qualquer mulher fazem o que bem entendem dos próprios "dons". Em segundo lugar, não é somente por terem rostos bonitinhos e serem gostosinhas que isso está ocorrendo. No caso de Giselli Monteiro, por exemplo, que é a mais inserida em Bollywood, ela está deslanchando por ter traços do norte da Índia, não por ter corpo ou ser somente um rosto bonito.

Mas à frente de tudo, pra mim eu considero tudo isso um ponto positivo. Embora em princípio esse fato mal chegue por aqui, eu enxergo esse movimento como uma porta que pode começar a se abrir para nós, quebrando hegemonias irracionais e descabidas que por décadas reinam em nossos lados.

Afinal, trabalhar com a divulgação do cinema indiano, o mais produtivo do mundo, num país que jamais sequer recebeu um filme indiano no cinema, não é brincadeira!

Izis Negreiros disse...

Querido Ibira, como cineasta penso que isso é positivo como troca, eu realmente adoraia ver filmes indianos nas telonas do Brasil, eu adorei assitir em Bombay a estreia do filme "que quer ser um milionário" e foi uma experência inesquecivel, mas sou fã de Deepa methta e tive o prazer de conhecer conversar com o diretor Santosh Sivan em 2008 por ocasião do lançamento do seu filme Thaan.

Ibirá Machado disse...

Olá Izis, obrigado por escrever! Sim, é da troca que estou falando. Aliás, o próprio "Quem Quer Ser um Milionário", que não é um filme indiano, foi alvo de muitas críticas mas para meu trabalho foi fantástico a vinda dele. Muitos dos fãs do cinema indiano hoje chegaram graças a esse filme de Danny Boyle.

Poxa, Santosh é um mestre! :)

bárbara disse...

Santosh rules!
Eu concordo um pouquinho com a pessoa anónima, por isso é que não vou com a cara da Katrina Kaif :P

Luísa Borges disse...

Que isso gente!Que dureza é essa com os brasileiros!
Vcs ja pararam pra pensar que podem existir muitas indianas assim?Que só são bonitinhas e nd mais?
Acho que as brasileiras precisam sim de uma chance,que pode ser um oportunidade para pararem de pensarem que as brasileiras só são bonitas,ou pode ser tbm uma porta para acharem isso cada vez mais das brasileiras.
Eu não sei,mas não custa nd dar uma chance!

Ibirá Machado disse...

Luísa, isso mesmo. Como dissemos acima, acho que as trocas são as coisas mais importantes pra um mundo mais feliz e mais rico. Como sabermos o resultado desse movimento de brasileiras pra lá sem antes deixar que isso aconteça naturalmente, sem barreiras e sem preconceitos? Né?

Izis Negreiros disse...

Ibira...bom....penso que no futuro muitas coisas irão acontecer de forma positiva em relação a está troca, eu participo hoje de uma rede de amigos na Índia que são produtores, roteirista, diretores, técnicos em artes e outros, a grande maioria trabalham com cinema por lá, por isso eu também tenho planos para o futuro que já estão em andamento este ano. atraves de mim, que sou mulher e vivo numa profissão que é quase exclusivamente de homens, já mostrei a eles que no Brasil não tem somente mulher pelada, futebol e carnaval, por isso prezo muito o respeitos entre nós e tenho trocado experiencias maravilhosas em relação a técnicas e estética do cinema indiano, na índia eu descobri como o cinema indiano é usurpado por outras culturas, principalmente pela grande industria do cinema ocidental. O filme de Danni rendeu muito, pena que eles não fizeram como nosso querido Walter Salles que deu um bom exemplo de como lapidar diamentes:-)

Izis Negreiros disse...

Ha!!!!!!!!! ótima post:-)

Ibirá Machado disse...

Izis, acho que temos que trocar umas figurinhas!!

Izis Negreiros disse...

esse é o meu e-mail izisnegreiros@gmail.com. msn: izisnegreiros@hotmail.com, orkut porcure por izis negreiros + manaus e no skip: izisnegreiros, blog: natrilhanafloresta.blogspot.com e no twitter: izisbegreiros.......não falta endereço, estou subindo para o norte da Índia em duas ou três semanas, estou agurdando meu visto chegar e depois voltarei para lá nas férias em Janeiro, estou a caminhando para os 2 anos sem férias e sem descanço:-(

Isabela disse...

Acho exatamente uma mistura dos comentários acima: péssimo pelo fato de aproveitarem muitos rostos bonitos vazios e sem talento e ótimo pelo fato de abrirem o cinema para os talentos daqui. E também porque me dá uma chance de daqui a uns aninhos estar aparecendo por lá, certo? Eu posso ter uns traços do sul da Índia (?).

Ibirá Machado disse...

Isa, quantos passos de bangra você já decorou aí?

Lívia Bernardes disse...

Finalmente descobri o que significa Dhoom, agora falta saber o que é machale heheheehhe