terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mostra Nouvelle Vague Indiana - CCBB Brasília



Atenção brasilienses! A Mostra Nouvelle Vague Indiana do Centro Cultural Banco do Brasil, que ja esteve aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro, chega hoje a Brasília com 20 filmes na bagagem! A Mostra vai de 20 de janeiro a 1° de fevereiro.

O endereço do CCBB Brasília é SCES, Trecho 2, Conjunto 22. Para maiores informações, sinopses etc., acessem o site:

Agora leiam, a seguir, o artigo que saiu no Correio Braziliense e, em seguida, confiram a programação completa da Mostra.

20/01/09
Mostra Nouvelle Vague Indiana começa nesta terça no CCBB
Tiago Faria, do Correio Braziliense

Quem associa o cinema indiano aos espetáculos extravagantes de Bollywood será obrigado a rever conceitos. Os 20 filmes selecionados para a mostra Nouvelle vague indiana, em cartaz a partir desta terça no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), habitam a margem da indústria de cinema de Mumbai (ex-Bombaim). A fábrica de sonhos, tratada como inspiração por artigos pop ocidentais como o filme Slumdog millionaire e a novela Caminho das índias, convive com uma vigorosa cena independente, pouco conhecida dentro e fora do país. As obras raras de cineastas como Mrinal Sen e Adoor Gopalakrishnan, premiadas em festivais internacionais, trocam a fantasia por um retrato contundente da realidade de um dos países mais populosos — e desiguais — do planeta.


Sem recorrer a situações mirabolantes, cenas musicais ou heróis românticos, esta cinematografia paralela se identifica com movimentos italianos (o neo-realismo) e franceses (a nouvelle vague) para se dedicar a reflexões sobre a condição do indivíduo numa sociedade em processo de transformação. "É importante reconhecer que, em oposição a Bollywood, a Índia tem um outro cinema historicamente muito importante que não é exibido no Brasil. Nem na internet é possível encontrar a maior parte dessas produções", afirma a curadora Gisella Cardoso. Na Índia, a safra fortalecida principalmente nas décadas de 1960 e 1970 ganha o nome de art movies ou parallel cinema. Apesar de diferentes entre si, são filmes marcados por experimentação de linguagem e por incisivo tom de crítica social — uma combinação explosiva que, ao público brasileiro, remete ao nosso cinema novo.

No ocidente, o ciclo acabou classificado como novo cinema indiano ou nouvelle vague indiana. As múltiplas denominações sugerem o quão difícil é definir este cinema, realizado por diretores que defendem a autoria dos projetos acima de qualquer dogma. "Não é possível afirmar se é um movimento ou uma tendência. De que forma esses filmes se agrupam? Em comum, eles têm a proposta de desbravar um novo cinema", explica Gisella. Enquanto os estúdios transformavam a Índia num dos pólos de produção cinematográfica mais expressivos do mundo, o governo subsidiava obras despreocupadas com resultados de bilheteria. Curiosamente, do incentivo nasceram criações profundamente radicais e engajadas como Calcutá 71, de Mrinal Sen, que alterna cenas documentais de miséria com uma narrativa delirante, próxima da estética do cinema marginal brasileiro do final dos anos 1960.

A vitrine principal da mostra é formada por longas que, numa época fértil para a invenção, testam os limites do cinema. Mas, além de acompanhar o desenvolvimento desses artistas nos anos 1980 e 1990, a seleção inclui títulos que de cineastas que prepararam o terreno para a geração de autores. O caso mais célebre é o de Satyajit Ray (1921-1992), um dos maiores mestres do cinema mundial (infelizmente, presença raríssima no circuito alternativo brasiliense). A clássica Trilogia de Apu, rodada entre 1955 e 1959, toma o neo-realismo italiano como referência para compor o extenso perfil de um menino pobre, que amadurece quando confrontado com uma sucessão de tragédias. Com um estilo visual seco, mas aberto ao lirismo, a série garantiu visibilidade internacional ao avesso de Bollywood. Na programação, Ray retorna em dois outros momentos: com Days and nights in the Forest, de 1970, e no canto de cisne The stranger, de 1991.

Programação:

Dia 20 - Terça
15h
- Canção da Estrada (122 min)
17h30 - O Invencível (110 min)
20h - O Mundo de Apu (105 min)

Dia 21 - Quarta
15h
– Meghe Dhaka Tara (126min)
17h30 – Uski Roti (110 min)
19h30 – Bhuvan Shome (96 min)

Dia 22 - Quinta
15h
– Rajnigandha (110 min)
17h30 – Sara Akash (92 min)
19h30 – Elippathayam (121 min)

Dia 23 - Sexta
13h
– Jaén Bhi Do Yaaron (143 min)
15h30Ankur (131 min)
18h – Calcutta 71’ (132 min)
19h30 - Debate

Dia 24 - Sábado
13h
– Antareen (91 min)
15h – Arvind Desai Ki Ajeeb Dastaan (118 min)
17h30 – Nishant (140 min)
20h – Agantuk (120 min)

Dia 25 - Domingo
13h
- Canção da Estrada (122 min)
15h - O Invencível (110 min)
17h30 - O Mundo de Apu (105 min)
19h30 - Dias e Noites na Floresta (115min)

Dia 27 - Terça
15h00
– Salim Lagde Pe Mat Ro (111 min)
17h30 – Ardh Satya (130min)
20h – Jaane Bhi Do Yaaron (143 min)

Dia 28 - Quarta
15h
- Pestonjee (130 min)
17h30 – Elippathayam (121 min)
20h – Antareen (91 min)

Dia 29 - Quinta
15h30
- Meghe Dhaka Tara (126min)
18h – Nishant (140 min)
19h45 - Debate

Dia 30 - Sexta
13h
– Pestonjee (130 min)
15h30 - Ardh Satya (130min)
18h - Salim Lagde Pe Mat Ro (111min)
20h - Arvind Desai Ki Ajeeb Dastaan (118 min)

Dia 31 - Sábado
13h
– Rajnigandha (110 min)
15h - Sara Akash (92 min)
17h – Ankur (131 min)
20h - Uski Roti (110 min)

Um comentário:

Tábata Polo Picolo disse...

Nossa, que show, bem que podia ter uma mostra dessas em Curitiba.