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Lá em alguma hora do dia 16 de agosto de 1970 nascia, em Nova Delhi, Saif Ali Khan. Não só bastasse ser ele filho de uma família de origem muçulmana pashtun (do leste do Irã e parte do Afeganistão e Paquistão, e que são pouquíssimos na Índia), Saif é filho do último Nawab de Pataudi. Pataudi foi um pequeníssimo principado que existiu ao sul de Delhi durante o século XIX e perdurou até a independência da Índia, quando foi extinto.

E "Nawab" é uma espécie de título de nobreza e que, neste caso, significaria que Mansur Ali Khan, o pai de Saif, seria o herdeiro do trono do extinto estado principesco. Ou seja, pra quem já desconfiava e tinha vergonha de se expressar - ou não -, agora é certo: Saif Ali Khan é mesmo um príncipe.
Mas Mansur, já sem chances de reinar efetivamente, virou jogador de críquete, que já era, a bem da verdade, a especialidade de seu pai. Após um tempo, foi também técnico da seleção indiana de críquete. Bom, e a mãe de Saif, Sharmila Tagore, não é e nunca foi qualquer uma. De origem bengalesa e parente de Rabindranath Tagore, desde cedo entrou para o mundo do cinema, estreando com nada mais que
Satyajit Ray na sua
Trilogia de Apu. Sharmila converteu-se do hinduísmo ao islã após casar-se com Mansur, quando foi rebatizada para Begum Ayesha Sultana. E as duas irmãs de Saif, Saba Ali Khan e Soha Ali Khan, são também atrizes.

Saif cresceu tendo a educação básica infantil dada a cargo de sua avó paterna, que lia o Corão para ele. Depois entrou na Lawrence School Sanawar e em seguida na Lockers Park Prep School. A faculdade foi feita no mesmo lugar que o pai, a Winchester College, no Reino Unido.
No cinema, Saif estreou em 1992, em
Parampara, de Pratap Singh. Já no ano seguinte, ao aparecer no filme
Aashiq Awara, levou o prêmio de melhor ator estreante, pelo
Filmfare Awards. Em 1994, embora ele tenha sido indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante em
Main Khiladi Tu Anari, foi seu papel em
Yeh Dillagi que ele ganhou grande projeção. Também pudera, pois esse filme tinha como protagonistas a
Kajol e o
Akshay Kumar. No mesmo ano ele apareceu em mais três filmes além destes, mas somente
Imtihaan conseguiu fazer um pouco de sucesso.

De 1995 a 1998 seus dez filmes fracassaram quase todos. Somente em 1999 ele conseguiu retornar ao sucesso de bilheteria com os filmes
Kachche Dhaage e
Hum Saath-Saath Hain: We Stand United. Pelo primeiro ele foi nomeado mais uma vez para o prêmio de melhor ator coadjuvante. No ano 2000, embora ele tenha aparecido somente em
Kya Kehna, este filme foi de grande sucesso.
Daí, finalmente, Saif deslanchou. No ano seguinte, o filme
Dil Chahta Hai foi um mega sucesso, pelo qual ele levou seu primeiro prêmio de melhor ator comediante. Seu único filme de 2002,
Na Tum Jaano Na Hum, foi, de novo, bem sucedido.

E então em 2003 ele apareceu em
Kal Ho Naa Ho, ao lado de
Shahrukh Khan e Preity Zinta, levando o primeiro prêmio de melhor ator coadjuvante. Daí, em 2004, ele protagonizou o filme
Hum Tum, seu primeiro pela
Yash Raj Films, ao lado de
Rani Mukerji. Pela segunda vez, Saif levou por esse filme o prêmio de melhor ator comediante pelo
Filmfare Awards, mas também recebeu pela primeira vez o prêmio de melhor ator, desta vez pelo
National Awards.
O sucesso prosseguiu em 2005, quando ele apareceu em
Parineeta e em
Salaam Namaste. O primeiro foi muito bem recebido, tendo ele sido indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante, enquanto que o segundo foi o que mais arrecadou fora da Índia.
Em 2006 ele fez seu primeiro filme em inglês, chamado
Being Cyrus, de produção independente, cuja interpretação rendeu-lhe boas críticas. No mesmo ano, seu segundo filme foi
Omkara, outro super sucesso de público e de crítica, dando a ele o primeiro prêmio de melhor ator em papel de vilão.

No ano de 2007, Saif apareceu em três filmes, sendo que
Eklavya: The Royal Guard, no qual ele atuou ao lado da mãe, foi a indicação da Índia para o Oscar. No mesmo ano ele apareceu de novo ao lado de Rani Mukerji em
Ta Ra Rum Pum, que foi muito bem recebido pelo público.
Em 2008, Saif apareceu em quatro filmes, taxa essa que ele havia atingido somente em 1999. Em realidade, foram quatro filmes e uma animação -
Roadside Romeo - no qual ele faz a voz do personagem principal. Seu primeiro filme de 2008,
Race, foi também o que fez mais sucesso. Os outros,
Tashan,
Thoda Pyaar Thoda Magic e o próprio
Roadside Romeo, fracassaram todos.

Agora em 2009, Saif aparece em
Love Aaj Kal - o primeiro também que ele mesmo produziu - e em
Kurbaan. Para 2010, estão previstos
Race 2 e
Agent Vinod. E já que falamos que ele produziu
Love Aaj Kal, vale dizer que sua produtora,
Illuminati Films, acabou de ser criada, em 2009 mesmo, e já galgou bons degraus com a boa recepção do público de seu primeiro filme.
Agent Vinod será o segundo filme produzido pela
Illuminati Films.
Agora sobre a vida pessoal (ou leia "fofocas", se quiser). Em 1991, Saif casou-se com Amrita Singh, com quem teve dois filhos. Em 2004, porém, eles se divorciaram. Neste instante, Saif está namorando com
Kareena Kapoor, oportunamente chamada por alguns de
princesa Kapoor. As más línguas dizem que eles começaram a namorar durante as filmagens de
Tashan. Em entrevistas recentes ele vem dizendo que quer se casar, enquanto Kareena finge não saber de nada.

Em 1998, enquanto filmava para
Hum Saath-Saath Hain, uma denúncia acusava Saif de caçar ilegalmente uma espécie de antílope ameaçada. Saif negou as acusações e acabou sendo inocentado.
Em 18 de fevereiro de 2007, Saif foi internado após sentir fortes dores no peito. Na mesma noite ele voltou pra casa e nada foi dito muito claramente. Ao menos, Saif decidiu ali mesmo parar de fumar.
Ao lado de vários outros atores de Bollywood, Saif Ali Khan também apareceu no HELP! Telethon Concert, em 2005, para arrecadar fundos às vítimas do tsunami de 2004. Na mesma onda benfeitora, ele também participou do
Heat 2006, uma série de shows realizados em várias partes da Índia e do mundo, pela conscientização do mundo sobre o aquecimento global.
E só uma curiosidade final: o nome Saif não se pronuncia SA-I-F, mas sim Séf. Para quem não sabia, pois passe agora a ler Séf Ali Khan (ok, eu sei que será difícil e confesso que nem eu consigo!).